“Ajuda-te
que o céu te ajudará” (aforismo
popular)
Dois homens percorriam o deserto. Eles puxavam um
camelo que levava nas costas vários tipos de mercadorias. Em determinado ponto,
depois de enfrentarem as areias escaldantes por muitas horas, finalmente
encontraram um oásis.
− Filho, vamos descansar aqui. Podemos dormir durante
esta noite. Vou me deitar agora. Amarre o camelo bem firme e, depois, pode
dormir também.
− Sim, mestre.
O jovem então olhou para o camelo e, depois, para o
céu estrelado. E de forma muito contrita fez uma prece:
“Senhor meu
Deus, estou muito cansado agora para amarrar o camelo. Por favor, tome conta
dele. Obrigado, meu Deus. Confio em vossas mãos o nosso camelo”.
Em seguida, foi deitar-se sob uma palmeira e adormeceu
tranquilo.
A manhã surgiu com pássaros a cantar e raios quentes
de sol. Mas de repente, alguns gritos cortaram a paz daquele dia que nascia.
− O camelo fugiu! O camelo fugiu! – berrava o mestre.
Você não o amarrou?
O rapaz acordou assustado e, olhando para o velho
disse:
− Mestre, durante vários anos eu aprendi com o senhor
a confiar em Deus. Ontem à noite, eu pedi a Ele que tomasse conta do camelo.
Mas Ele não tomou...
O velho e sábio mestre, então disse:
− As mãos de Deus na Terra são as suas. Confie em
Deus, mas amarre seu camelo... Creia! E faça a sua parte!
À primeira vista, a história acima, de autor
desconhecido, dá a impressão de contrariar ensinamentos do evangelho, como por
exemplo: "[...] Tudo é possível ao
que crê" (Marcos 9,23); "Tudo
o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis". (Mateus 21,22).
Todavia, podemos verificar, mais atentamente, que ela,
ao contrário, reforça os sagrados ensinamentos, explicando o funcionamento de
Leis Universais.
Partindo da meta de perfectibilidade – que todo ser
humano deve buscar –, qualquer coisa que tire nossos méritos dessa rota, serve
apenas de estorvo e não de ajuda. Pensar então que Deus vai assumir a nossa
parte na vida é ledo engano. Pois Ele já nos deu o principal instrumento para o
nosso progresso, que se chama livre-arbítrio.
Na vida, nós decidimos, nós escolhemos e nós
caminhamos como cocriadores do universo. Qualquer interferência nessa
realização tiraria de nós o mérito da meta a ser alcançada.
O roteiro (caminho) a seguir é o da prática do Bem. E
quando pelo nosso livre-arbítrio nos desviamos dessa rota de luz, por erros ou
equívocos de nossa aprendizagem, temos que refazer a rota e retomar a
caminhada.
Fazer nossa parte com trabalho é um princípio de
progresso. Muitos se acomodam e ficam na espera que Deus faça a parte que lhes
cabe. Não sabem que pedir só não basta. É preciso buscar, como está lá em
Mateus 7,7: "Buscai e achareis. Batei e vos será
aberto".
O progresso é produto do trabalho. Fazer a nossa parte
é então seguir o princípio da lei do trabalho, que coloca nossa inteligência
para agir e nos transforma. Mas, quando uma dificuldade não estiver ao nosso
alcance resolver, tenha certeza que Deus nos ajudará!
Deus não faz a nossa parte, mas nos ajuda. Ele está
dentro de nós, caminhando conosco, nos intuindo, para não perdermos o rumo a
seguir... Produzindo em nós alguns insights
(estalos ou “CLIKs” – como o do desenho de uma lâmpada que se acende em cima da
cabeça). Um momento mágico que se faz luz em nossa mente, indicando as melhores
soluções para as dificuldades.
Quando Jesus nos disse, em João 10,34: “Vós sois deuses” (repetindo o salmo
82:6); e ainda acrescentou, em João 14,12: “[...]
aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e fará outras ainda
maiores...”; Ele está valorizando em nós o livre-arbítrio e nos estimulando a evoluir continuamente para atingirmos
a meta prevista dentro de nós, lá no âmago do nosso coração “[...] Pois o Reino de Deus já está no meio
de vós” (Lucas 17, 21).
Faça a sua parte! Seja um vencedor!
Faça todo o bem que puder,
Usando todos os meios que puder,
De todas as maneiras que puder...
Para todas as pessoas que puder,
Durante o maior tempo que puder.
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