Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 31 de março de 2017

O AMOR EM AÇÃO

"As atitudes são muito mais importantes do que os fatos” (Alexandre Fleming)



Um rei, desejando ter respostas para três questões que o intrigava, resolveu organizar um concurso do qual todas as pessoas do reino poderiam participar.
O prêmio para quem conseguisse responder as questões seria uma quantia em ouro, pedras preciosas, e um título de nobreza. Eis as questões:
1.      Qual é o lugar mais importante do mundo?
2.      Qual é a tarefa mais importante do mundo?
3.      Quem é a pessoa mais importante do mundo?
Sábios e ignorantes, ricos e pobres, crianças, jovens e adultos se apresentaram. Para desconsolo do rei, nenhum deles deu uma resposta àquelas questões, que o satisfizesse.
Em todo o território um único homem não se apresentou para tentar responde-las. Era alguém considerado sábio, mas a quem não importava as fortunas nem as honrarias da terra.
O rei convocou esse velho sábio para vir à sua presença e tentar responder às suas questões. Ele respondeu a todas:
1.    O lugar mais importante do mundo é aquele onde você está. O lugar onde você mora, vive, cresce, trabalha e atua é o mais importante do mundo. É ali que você deve ser útil, prestativo e amigo, porque este é o seu lugar.
2.    A tarefa mais importante do mundo não é aquela que você desejaria executar, mas aquela que você deve fazer. Por isso, pode ser que o seu trabalho não seja o mais agradável e bem remunerado do mundo, mas é o que lhe permite o próprio sustento e da sua família. É o que lhe permite exercitar a paciência, a compreensão e a fraternidade. Se você falhar ou se omitir, ninguém a executará em seu lugar exatamente da forma e da maneira que você o faria.
3.    E, finalmente, a pessoa mais importante do mundo é aquela que precisa de você; porque é ela que vai lhe possibilitar a prática da mais bela das virtudes: a Caridade. A Caridade é uma escada de luz. E o auxílio fraternal é a sua chance de crescer. É a mais alta conquista que o homem poderá desejar.
O rei, ouvindo as respostas tão ponderadas e bem fundamentadas, aplaudiu agradecido. Para sua própria felicidade, descobrira um sentido para a sua vida, uma razão de ser para os seus últimos anos de vida.
O relato dessa história – de autor desconhecido –, nos leva a indagar:
1ª O que é Caridade?
− Caridade é o amor em ação. São nossas atitudes na prática do bem.
2ª Quais são as formas de Caridade?
− A Caridade, que compreende as obras de Deus, e que pode ser:
a)      Material: dar esmola, alimentos, roupas, remédios;
b)      Mental: prece, vibrações, perdão, sentimentos de afeto, carinho...;
c)      Verbal: boas palavras, consolo, falar suave, sem gritar;
d)     Passiva: silêncio e atenção diante da ofensa ou de um desabafo.
3ª Para quem e por que devemos praticar a Caridade?
− Para o nosso próximo. Pois amar o próximo é o segundo mandamento de Deus, conforme o ensinamento de Jesus.
4ª Quem é o nosso próximo?
− É a pessoa que está precisando de ajuda, de uma palavra amiga, de apoio, de incentivo, e que se encontra mais próxima de nós naquele momento, seja fisicamente ou em comunicação conosco por meio de telefone Celular ou Internet.
5ª Por que devemos fazer o Bem?
− Porque é fazendo o bem que vivemos na Lei de Deus. Conforme os sagrados ensinamentos da espiritualidade maior, as pessoas que praticam o Bem desenvolvem suas virtudes e valores que lhes vão proporcionar as alegrias da verdadeira felicidade.
6ª Quem pode fazer Caridade?
− Qualquer pessoa pode ajudar aos outros. A Caridade pode ser praticada por todos: ricos e pobres. E não depende de idade, da saúde, religião, de onde mora.
7ª Quando devemos praticá-la?
− Sempre que tiver oportunidade, independentemente de hora e lugar.
8ª Quem se beneficia com ela?
− Quem serve e quem é servido. Mas, o primeiro a se beneficiar é sempre quem pratica o bem, pois quem acende uma luz é o primeiro a iluminar-se.
Pratiquemos então a Caridade no seu sentido ampliado, que vai muito além de dar uma simples esmola. A Caridade que não julga para não ser julgado; que tira a trave da própria vista antes de enxergar o cisco no olho do vizinho; que faz ao outro o que quer que ele lhe faça; que perdoa “70x7”; que ama até os inimigos... Pois, “Fora da Caridade não há Salvação!”.

sábado, 25 de março de 2017

O PODER DA FÉ

"Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis" (Mateus 21,22).



Um centurião suplicou a Jesus:
− Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito.
− Eu irei e o curarei, disse-lhe Jesus.
− Senhor – respondeu o centurião –, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz...
Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes:
− Não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel...
Depois, disse Jesus ao centurião:
− Vai, seja-te feito conforme a tua fé. Na mesma hora o servo ficou curado.
Nos dicionários Fé é o mesmo que crença.  Porém, esta definição fria e formal não se sustenta e nada explica, quando a gente relaciona a Fé com as coisas de ordem moral ou intelectual.
Por isso a Fé deve ser vista num contexto bem amplo (quântico, psíquico, moral, espiritual...) como um sentimento da nossa destinação como ser humano.
Ter Fé é ter consciência das faculdades que trazemos no íntimo, em estado latente, como uma sementinha pronta para germinar e crescer.
Basta uma faísca para desenvolvê-la!
E como se dá esse crescimento?
− Por uma vontade ativa. A vontade de querer fazer as coisas com a certeza que vai realizá-las!
Para ser segura a Fé deve ser raciocinada. A Fé com uma convicção inabalável do fato! Ou seja, aquela que se apoia na inteligência, na lógica e que pode enfrentar a razão face a face, em qualquer ocasião, em qualquer época!
O pressentimento de que vai dar certo e a compreensão dos fatos faz a pessoa de Fé vislumbrar o resultado por um processo de lucidez. Ou seja, ela antevê pelo pensamento a meta desejada e os meios para alcançá-la.  
A Fé raciocinada, pelo magnetismo aciona energias positivas, que aumenta e reforça a expectativa que lhe dá a certeza de que aquilo que quer vai se realizar.
Existe também a Fé vacilante, que tem só aparência de Fé, porque é da ‘boca pra fora’: só tem palavras sonoras, mas que são frias e indiferentes. Esta é uma Fé cega, que não tem uma base sólida.
A Fé vacilante, pelo magnetismo aciona energias negativas, que também pode realizar-se, porém, com efeito contrário ao desejado inicialmente. Você pede pra se curar, mas vacila... Então, “o tiro sai pela culatra”, e a situação piora!
Semelhante a Fé do Centurião Romano deve ser a nossa Fé, a Fé dos religiosos, dos empreendedores, dos inventores... A Fé daqueles que perseguem uma meta até alcançá-la! Que triunfam porque sentem isso na alma! Que têm uma expectativa altamente positiva, que lhes dá a força e a certeza para vencer. Mas, sem se esquecer das obras de Deus! Questionada pelo apóstolo Paulo: "Queres ver, ó homem vão, como a fé sem obras é estéril?" (Tiago 2,20).
Mas como praticar as obras de Deus?
− Fazendo a Caridade que respeita o próximo; que é de paz; indulgente; benevolente; devotada; paciente; tolerante; de gentilezas; comprometida com a sociedade; que não tem inveja, orgulho, vaidades; que não se irrita, nem guarda rancor; que desculpa; que é fiel, que ampara e socorre; que fala a verdade; que consola; que visita os doentes; que não se omite diante das injustiças; que não se corrompe; que cumpre seu dever; que não discrimina ninguém; que não tem preconceitos; que não faz fofocas; que não pratica bullying, calúnia, injúria e difamação; que é generosa e solidária; que gera empregos dignos; etc.
A Física Quântica já confirmou que somos energia e que estamos todos conectados através de nossa vibração.
A energia da Caridade reforça a Fé porque proporciona energias altamente positivas de paz e felicidade.

Disse Jesus que a Fé transporta montanhas, mas Erasto, no Evangelho Segundo o Espiritismo, comenta que “[...] mais pesadas que as maiores montanhas, são as jazidas da impureza e de todos os vícios da impureza, no coração humano. Parti, pois, cheios de coragem, para remover essas montanhas de iniquidades que as gerações futuras não devem conhecer...”. Pois uma Nova Era se aproxima – a hora em que a luz divina brilhará sobre o mundo. 

segunda-feira, 20 de março de 2017

O TRAJE NUPCIAL

“Meu amigo, como entraste aqui sem ter a roupa nupcial?” (Mateus 22, 12).



Uma mulher foi internada num hospital “quase morta”, numa situação de coma muito profundo. Nesse estado, encontrou-se com Deus: “Que é isso? Eu morri?” – perguntou ela ao Criador.
“Não, você morrerá daqui a 43 anos, 8 meses, 9 dias, 16 horas, 15 minutos e 36 segundos” – respondeu o Eterno.
Ao voltar a si, sabendo quanto tempo ainda tinha de vida, resolveu, naquele hospital, fazer uma lipoaspiração, uma plástica de restauração dos seios, plástica no rosto, no nariz, na barriga... E teve alta uma semana depois.
No dia seguinte, ao atravessar uma rua, foi atropelada por um veículo em alta velocidade, morrendo instantaneamente.
 Ao encontrar-se de novo com Deus ela perguntou: “Puxa, Senhor Deus, eu achei que tinha mais 43 anos de vida. Por que morri? Logo depois de toda aquela despesa com cirurgias plásticas?”.
E Deus, olhando-a nos olhos, respondeu: “MINHA FILHA, JURO QUE NÃO TE RECONHECI!”.
Pode rir!... Todavia, este caso induz a alguns questionamentos semelhantes aos proporcionados pela Parábola das Bodas, em Mateus (22, 1-14), segundo a qual o Rei tendo percebido que um homem não estava vestido com a roupa nupcial mandou que lhe atassem as mãos e os pés e que fosse lançado nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes.
 Jesus compara então o reino dos Céus, onde tudo é alegria, felicidade, a uma festa de núpcias. E, como os primeiros convidados (judeus) não eram dignos e os convidados seguintes (fariseus e saduceus) recusaram comparecer à festa, mandou convidar todos aqueles que se encontravam nas encruzilhadas, bons e maus. Queria dizer com isso que a palavra iria ser pregada a todos os outros povos, pagãos e idólatras, e que estes, aceitando-a, seriam admitidos na festa celeste no lugar daqueles que, de alguma forma, rejeitaram o convite.
Vemos que, atualmente, ainda muitos se negam a comparecer a esse banquete celestial de núpcias por incredulidade, fanatismo, egoísmo, orgulho... Enganam-se aqueles que pensam que para isso basta ser convidado! É preciso, como principal condição, estar com o traje nupcial.
E a roupa de núpcias é aquela que veste o Espírito. Ou seja, é ter o coração puro e moldado pela prática da caridade. Pois, segundo a Lei Divina, fora da caridade não há salvação.
Não basta, pois, dizer-se cristão! Não basta ouvir a palavra divina! É preciso guardá-la e colocá-la em prática.
 Disse Jesus: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mateus 7,21).
E fazer a vontade divina é seguir a recomendação de Paulo na Epístola aos Gálatas, 6,2: "Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo”.
A mulher, do referido acontecimento, ao saber que tinha ainda 43 anos de vida, deveria ter se preocupado mais com sua alma: fazendo uma lipoaspiração dos seus erros e vícios; uma plástica para recuperar valores e virtudes; uma cirurgia plástica do coração, para purificá-lo através da prática da caridade; um tratamento mental com a terapia do perdão...
De que adiantou a beleza do corpo se a sua alma continuou cheia de pecados? Cadê o traje nupcial de seu Espírito?
Sem a roupa nupcial, que embeleza o Espírito, ela não poderia mesmo SER RECONHECIDA!
A educação do Ser Espiritual deve ser nosso objetivo de vida. Urgentemente é preciso despir a velha criatura que somos, para deixar vir à tona uma criatura nova, transformada; iluminada com o traje nupcial, da mansidão, da humildade, da paciência, da indulgência, para conquistarmos a aceitação de nós mesmos e merecermos o banquete celeste que celeremente se aproxima da Terra. A Nova Era do Amor!
E, certamente, foi por isso que Jesus disse: Muitos são chamados e poucos os escolhidos (Mateus 22, 14).

Em recente sermão, o Papa Francisco condenou a “vida dupla” daqueles que “dizem uma coisa e fazem outra”, ao defender que é “melhor ser ateu do que católico hipócrita”. E isso vale para os membros de todas as religiões!

sábado, 11 de março de 2017

O FERRÃO DA CONSCIÊNCIA

“A humanidade erra por ter a sua consciência submersa na ignorância” (Textos Hindus)



Será que consciência tem ferrão?
Para sabermos, temos primeiro, que responder: o que é ferrão?
Ferrão é sinônimo de aguilhão. Segundo o dicionário é uma excrescência móbil do abdome de alguns insetos. É o dardo (pequena lança) dos insetos, ou seja, seu órgão de defesa. Afinal, ferrão é uma arma de proteção!
Quem não tem medo do ferrão do marimbondo? Mas não são apenas insetos que têm ferrão; algumas espécies de animais também têm. É o caso do peixe mandi, de água doce, assim chamado por emitir um ruído parecido ao choro.
Falando nisso, lembrei-me de um fato da minha juventude. Estávamos numa canoa, pescando no rio Itararé. A pescaria estava boa, muitos lambaris, tambiús, e alguns mandis. Os pescados eram jogados ali mesmo dentro da canoa. Naquela época a gente não se preocupava em levar um samburá ou saco de nylon para peixes. O costume era usar uma forquilha de varas para recolher os peixes da canoa ao final da pescaria.
Embora alertados sobre o perigo do ferrão dos mandis, que deveriam ser quebrados antes de atirados à canoa, essa recomendação nem sempre era seguida. E foi, por isso, que Moacir – que estava descalço – pisou com todo o seu peso sobre o ferrão de um mandi. Depois de muitos urros de dor, conseguimos tirar o ferrão do mandi de seu pé. Mas ele não conseguia andar. Então recolhemos os peixes e as tralhas de pesca, ancoramos a canoa e amparamos o Moacir até a farmácia do Bairro de Santa Cruz, que era o lugarejo mais próximo. Depois de atendê-lo o farmacêutico diagnosticou:
− O caso dele é grave. O pé está muito inchado e vai infeccionar.
− O que devemos fazer?
− Isso requer atendimento médico!
Fomos até a Santa Casa de Itararé; e depois do atendimento médico não ouvimos mais as lamentações de dor do Moacir. Isso serviu de lição para todos nós. Quebrar o ferrão de mandi passou a ser um dever nas nossas pescarias!
Aprendemos que uma ferroada dói muito e, em alguns casos pode até matar. Mas será que com a ferroada da consciência também é assim?
O dever íntimo de toda criatura humana depende de seu livre-arbítrio: o ferrão da consciência, a sua arma de defesa, o guardião do dever moral, que eleva o ser humano.
Toda pessoa tem dois caminhos a seguir: o do Bem e o do Mal. Cabe a ela escolher. O livre-arbítrio é então o ferrão da consciência, porque vai nos advertir e sustentar a nossa escolha.
Segundo Lázaro, no Evangelho Segundo o Espiritismo, “O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo, e termina no limite que não desejaríeis ver transposto em relação a vós mesmos”. Por isso, todos os deveres que temos para com o nosso próximo Jesus sintetizou ao ensinar que: "Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles [...]” (Mateus 7,12).
Todavia, se escolheu o Mal, está então em desobediência às leis de Deus. E o ferrão da consciência, em obediência a lei de ação e reação, vai lhe provocar dor, sofrimento... Pois essa experiência deve calar fundo na alma para não mais se repetir. Deus quer, pela experiência de cada um, todos os seus filhos instruídos!
Antes de cometer um erro percebemos por intuição que algo se agita dentro de nós para evitar o pior. E, se decidirmos pelo caminho do mal, logo a ferroada dói na consciência! Dá depressão, transtornos, remorso e provoca doenças, que às vezes levam até a morte. O perdão ajuda nessa situação. Porém com a recomendação do Mestre: “Eis que ficaste são; já não peques, para não te acontecer coisa pior" (João 5,14).
O dever é o mais belo prêmio da razão, pois dá vigor ao desenvolvimento do Espírito, o qual deve se aperfeiçoar para refletir as virtudes de Deus, que estão dentro de nós. "Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5,16).
Se você estiver em paz nada vai lhe incomodar; e pode ter certeza que com o tempo esse ferrão da consciência vai acabar se ‘enclausurando’! É só cumprir o dever de praticar o Bem sempre!

Quem nunca foi ferroado pela consciência que atire a primeira pedra!

sábado, 4 de março de 2017

FAÇA A SUA PARTE!

“Ajuda-te que o céu te ajudará” (aforismo popular)



Dois homens percorriam o deserto. Eles puxavam um camelo que levava nas costas vários tipos de mercadorias. Em determinado ponto, depois de enfrentarem as areias escaldantes por muitas horas, finalmente encontraram um oásis.
− Filho, vamos descansar aqui. Podemos dormir durante esta noite. Vou me deitar agora. Amarre o camelo bem firme e, depois, pode dormir também.
− Sim, mestre.
O jovem então olhou para o camelo e, depois, para o céu estrelado. E de forma muito contrita fez uma prece:
“Senhor meu Deus, estou muito cansado agora para amarrar o camelo. Por favor, tome conta dele. Obrigado, meu Deus. Confio em vossas mãos o nosso camelo”.
Em seguida, foi deitar-se sob uma palmeira e adormeceu tranquilo.
A manhã surgiu com pássaros a cantar e raios quentes de sol. Mas de repente, alguns gritos cortaram a paz daquele dia que nascia.
− O camelo fugiu! O camelo fugiu! – berrava o mestre. Você não o amarrou?
O rapaz acordou assustado e, olhando para o velho disse:
− Mestre, durante vários anos eu aprendi com o senhor a confiar em Deus. Ontem à noite, eu pedi a Ele que tomasse conta do camelo. Mas Ele não tomou...
O velho e sábio mestre, então disse:
− As mãos de Deus na Terra são as suas. Confie em Deus, mas amarre seu camelo... Creia! E faça a sua parte!
À primeira vista, a história acima, de autor desconhecido, dá a impressão de contrariar ensinamentos do evangelho, como por exemplo: "[...] Tudo é possível ao que crê" (Marcos 9,23); "Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis". (Mateus 21,22).
Todavia, podemos verificar, mais atentamente, que ela, ao contrário, reforça os sagrados ensinamentos, explicando o funcionamento de Leis Universais.
Partindo da meta de perfectibilidade – que todo ser humano deve buscar –, qualquer coisa que tire nossos méritos dessa rota, serve apenas de estorvo e não de ajuda. Pensar então que Deus vai assumir a nossa parte na vida é ledo engano. Pois Ele já nos deu o principal instrumento para o nosso progresso, que se chama livre-arbítrio.
Na vida, nós decidimos, nós escolhemos e nós caminhamos como cocriadores do universo. Qualquer interferência nessa realização tiraria de nós o mérito da meta a ser alcançada.
O roteiro (caminho) a seguir é o da prática do Bem. E quando pelo nosso livre-arbítrio nos desviamos dessa rota de luz, por erros ou equívocos de nossa aprendizagem, temos que refazer a rota e retomar a caminhada.
Fazer nossa parte com trabalho é um princípio de progresso. Muitos se acomodam e ficam na espera que Deus faça a parte que lhes cabe. Não sabem que pedir só não basta. É preciso buscar, como está lá em Mateus 7,7: "Buscai e achareis. Batei e vos será aberto".
O progresso é produto do trabalho. Fazer a nossa parte é então seguir o princípio da lei do trabalho, que coloca nossa inteligência para agir e nos transforma. Mas, quando uma dificuldade não estiver ao nosso alcance resolver, tenha certeza que Deus nos ajudará!
Deus não faz a nossa parte, mas nos ajuda. Ele está dentro de nós, caminhando conosco, nos intuindo, para não perdermos o rumo a seguir... Produzindo em nós alguns insights (estalos ou “CLIKs” – como o do desenho de uma lâmpada que se acende em cima da cabeça). Um momento mágico que se faz luz em nossa mente, indicando as melhores soluções para as dificuldades.
Quando Jesus nos disse, em João 10,34: “Vós sois deuses” (repetindo o salmo 82:6); e ainda acrescentou, em João 14,12: “[...] aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e fará outras ainda maiores...”; Ele está valorizando em nós o livre-arbítrio e nos estimulando a evoluir continuamente para atingirmos a meta prevista dentro de nós, lá no âmago do nosso coração “[...] Pois o Reino de Deus já está no meio de vós” (Lucas 17, 21).  
Faça a sua parte! Seja um vencedor!
Faça todo o bem que puder,
Usando todos os meios que puder,
De todas as maneiras que puder...
Para todas as pessoas que puder,

Durante o maior tempo que puder.