“Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no
reino de Deus” (Mt. 19,23).
Um jovem perguntou a Jesus:
− Mestre, que devo fazer para ter a vida eterna?
− Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer
de bom? – disse-lhe Jesus. Só Deus é bom. Se tu queres entrar na vida, observa
os mandamentos.
− Quais? – perguntou ele.
− Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás,
não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a
ti mesmo.
− Tenho observado tudo isto desde a minha infância –
disse-lhe o jovem. Que me falta ainda?
− Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os
aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!
Ouvindo isso, o jovem foi embora muito triste, porque
possuía muitos bens.
Esse diálogo entre Jesus e o jovem rico, relatado no
evangelho por Mateus (19, 16-22), deixou seus discípulos pasmados, a ponto de
perguntarem: “quem poderá então
salvar-se?”.
Essa questão tem sido então usada para a condenação de
todos os que acumulam riqueza neste mundo. Todavia, Jesus não condenou ninguém
por ser rico! Ele apenas afirmou – como se vê na frase em epígrafe – a
dificuldade que existe para um rico entrar no reino de Deus. E para enfatizar
essa dificuldade, repetiu por analogia que, “é
mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no
reino de Deus”.
Muitos, ao nascer, já optaram por passar algumas
dificuldades como prova: uns por pobreza, outros por deficiências físicas, por
uma doença e, assim por diante. Mas, de todas a mais difícil é, sem dúvida, a
prova da riqueza. É dificílima, mas não impossível de se vencer!
A declaração de Jesus não deve levar ninguém a
presumir que a aquisição de bens materiais é condenável. Pois o progresso,
resultado do trabalho, faz parte da Lei Natural. E o trabalho é um meio de
aperfeiçoamento da inteligência. Dele depende o bem-estar de cada um.
Em João 10:10, Jesus afirma que, “Eu vim para que tenham vida, e para que a tenham em abundância”. E
mais adiante, em João 10:34 diz, “Vós
sois deuses”. Assim, pois, Deus concede a todos, vida em abundância, basta
que coloquemos em ação nossos potenciais.
E Jesus enfatizou a necessidade do indivíduo colocar seus
potencias em ação na busca dessas realizações, afirmando: “Ajuda-te que o céu te ajudará”. E foi além: “Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá”.
Entretanto, para sua salvação o ser humano enfrenta
grandes dificuldades, pois não pode ser orgulhoso, nem egoísta e ganancioso.
Caso contrário, será condenado pela avareza, ou seja, pelo apego sórdido ao
dinheiro. Pois o Mestre, sobre isso, faz duras alertas no capítulo 6 de Mateus,
dizendo que ao mesmo tempo “Não podeis
servir a Deus e à Riqueza”; “Porque
onde está o teu tesouro, lá também está teu coração”; “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas estas
coisas vos serão dadas em acréscimo”.
O Universo conspira a favor das realizações da mente
humana. A prosperidade está à disposição do ser humano. Portanto, deixemos de lado
a idéia preconcebida de que o rico não é merecedor
da salvação.
Basta que o rico seja um cidadão exemplar! Abnegado! Que
acumule riquezas licitamente! E viva praticando o Bem no limite de suas forças:
proporcionando empregos sem exploração de ninguém; auxiliando as entidades sem
fins lucrativos; patrocinando pesquisas científicas de laboratórios
comprometidos com a vida; investindo em projetos culturais e esportivos, que
tenham por objetivo a cidadania e a inclusão social; contribuindo para os
projetos sociais de ONGs sérias; realizando obras assistenciais; doando bolsas
de estudo para jovens carentes; participando ativamente de compromissos
políticos sérios, para que o poder ficando nas mãos dos bons possibilite
melhores condições de vida para a população; investindo em educação, saúde,
meio-ambiente, segurança, visando sempre um mundo cada vez melhor, mais humano,
dentro dos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade... Enfim, seguindo Jesus!
Todavia, se reprovado, não se desespere! Poderá
repetir a prova. Pois, pela Parábola da Ovelha Perdida, de Jesus, nenhum filho
de Deus se perderá.
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