Aquecendo a Vida

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quarta-feira, 30 de julho de 2014

AS LEIS DO PROGRESSO

“Não tenha medo de subir na árvore e esforçar-se para alcançar o galho: é lá que está a melhor fruta”.



Dizem que “o sono é a porta que Deus abriu pra gente se comunicar com os amigos do céu”. Acho que é verdade, pois tive um sonho interessante. Alguém me falava sobre duas leis da natureza: a lei da destruição e a lei da construção ou leis do progresso.
Essas duas leis me mostravam – do ponto de vista psicológico –, que cada pessoa tem dentro de si duas situações: a da desordem interior que leva ao caos; ou a da organização íntima que possibilita o desenvolvimento.
Quando baixamos a nossa vibração através de atos e palavras escandalosas, estamos utilizando a lei da destruição. Ao contrário, quando elevamos a nossa vibração através de boas ações e palavras edificantes, estamos nos valendo da lei da construção. Assim, a bancarrota bem como o sucesso, depende de nós mesmos.
Um flash final, todavia, tinha um sentido consolador, pois ambas as leis proporcionam transformação e, por conseguinte, o nosso progresso. Com a lei da destruição crescemos pelo sofrimento ao ter que corrigir o errado, e com a lei da construção pelo prazer de fazer o certo. 
“Quem não vem pelo amor vem pela dor!”. Evoluímos de qualquer jeito, depressa ou devagar, conforme o livre-arbítrio que nos foi dado pelo Criador.
Não há injustiça divina! Caminhamos para a perfeição! Nesta existência ou em outras vidas, nas muitas moradas da casa do nosso Pai, como ensinou Jesus.
Pensando nos lampejos desse sonho, apresento o seguinte texto – de autor desconhecido –, adaptado e intitulado:
VOCÊ TOPA SER MAIS FELIZ?
Diz este texto, que a vida da gente é realmente muito dura; quase ninguém vem a este mundo a passeio. A maioria vem a trabalho. E trabalho significa mudar as coisas. Coisas que não estão certas, coisas que queremos que sejam melhores para nós e para os outros.
Mas, não adianta tentar consertar o mundo, e sim a nós mesmos. Se conseguirmos corrigir em nós as coisas que sabemos que estão erradas, já teremos cumprido importante tarefa.
Temos que alimentar nossos sonhos... Devemos sempre sonhar com coisas melhores, coisas que desejamos realizar. Sonhar e agir. Sem ação, os sonhos acabam morrendo de inanição. Dentro de você há toda força de que precisa para fazer tudo o que quer na vida. Essa força pode estar escondida, mas ela está lá, esperando que você a descubra...
Espero que você tenha decidido dar uma virada na sua vida!
Comece então por limpar da sua mente os maus pensamentos. Dê um “delete” em tudo que não presta dentro de você. Sim, faça uma limpeza mesmo! Arraste tudo para o lixo... A tristeza, o medo, o pessimismo (esse, então, nem se fala!) e tudo mais que você considerar negativo e depressivo. Trate de ter pensamentos positivos. Você quer fazer sua vida feliz ou quer que a vida lhe dê a felicidade como uma benção, de presente?
A felicidade, geralmente, tem que ser conquistada, mesmo que para isso tenhamos: que sofrer; chorar; passar por momentos difíceis... Mas, tudo isso acaba e, só não consegue ser feliz quem não tenta ou quem pára de tentar.
Você quer parar de tentar já?
Se não quer, a vida toda pela frente você terá para conquistar sua felicidade...
E o que é a felicidade? Para mim é amar a vida, amar a si próprio, amar e respeitar as pessoas de que você gosta como a você mesmo.
Por isso, desde já faça por você tudo aquilo que faria pela pessoa mais querida.
Felicidade é compreender que recebemos essa existência para aprender e não para exigir. Nossa evolução depende das atitudes que tomamos diante de cada acontecimento. A garra em nos ajustarmos às leis da vida permite que alcancemos a transformação que nos conduz à felicidade. Ela está no próprio caminho e não na chegada, pois ela é dinâmica, não estática.
Felicidade é um estado de espírito. Está na sua cabeça e nada nem ninguém poderá privá-lo dela, apenas você mesmo!

Portanto, mãos à obra... À obra de viver para fazer dos momentos a eternidade, amando e respeitando nossos irmãos... Um dia de cada vez.

terça-feira, 15 de julho de 2014

FELICIDADE

“O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar...” (Lupicínio Rodrigues)



Pela frase citada, o grande compositor Lupicínio Rodrigues já sabia que o pensamento tem alguma coisa a mais, e que nos leva a voar...
O pensamento é como a energia de um controle de TV. A gente não vê, mas funciona. Ele é assim... Liga-nos a outra pessoa por uma energia que não vemos, mas que existe, porque é matéria invisível. Às vezes, acabamos de pensar numa pessoa e o telefone toca e, para nossa surpresa ao atender, é a mesma pessoa que a gente estava pensando!
Diz-se que houve “transmissão de pensamento”. E houve mesmo! Pois essa energia sutil, que não vemos, mas que realiza muitas conexões é o pensamento.
E a comunicação pelo pensamento é instantânea. Lupicínio sabia disso, tanto que escreveu os seguintes versos nessa canção: “A minha casa fica lá detrás do mundo onde eu vou em um segundo quando começo a cantar...”.
O pensamento não está no nosso cérebro, mas na nossa alma, no nosso espírito. É a mente inteligente – que extrapola o corpo físico –, que pensa e que faz as comunicações entre as pessoas estejam elas na Terra, em Marte, na Lua ou em qualquer outra dimensão do universo, aonde a gente queira ir.
Lupicínio sabia que a verdadeira Felicidade não está em bens materiais! Pois, buscamos a Felicidade nos prazeres externos e, entretanto, só a encontraremos dentro de nós mesmos: “Felicidade foi-se embora e a saudade no meu peito...”
Quando garimpamos no cascalho do coração, em busca dessa pedra preciosa, vamos lapidando a Pedra Bruta que somos e adquirindo uma nova visão de mundo, uma nova maneira de viver.
Incorporamos um novo paradigma de comportamento, que vai então – nas interações de nossa convivência –, aparando arestas e nos transformando no Diamante, que ilumina nossos caminhos e produz a Felicidade que tanto almejamos.
A lição de Hilário Silva, transcrita a seguir, é um poderoso ponto de partida nessa garimpagem.

PODIA SER PIOR

Filgueiras era uma pessoa de grande serenidade.
Certa feita, um amigo, que ele não via desde muito, visita-lhe a casa e, depois das saudações habituais, dá notícias do próprio pessimismo.
Inquirido por Filgueiras, começou a explicar-se:
− Imagine você que minha infelicidade começou quando o meu sócio conseguiu furtar-me quase tudo o que eu possuía. Foi terrível desastre...
Mas podia ser pior! - falou Filgueiras, preenchendo a pausa da conversação.
− Em seguida, estabeleci-me com pequena loja; no entanto, meu único empregado ateou fogo a tudo, após roubar-me...
Podia ser pior... - atalhou Filgueiras.
− O azar não ficou aí, pois, quando me viu sem qualquer recurso, a companheira me abandonou, buscando aventuras inconfessáveis.
Podia ser pior...
− Depois disso, minha única filha, aquela que ainda se mantinha ao meu lado, ouviu as insinuações de um homem que a seduziu, desprezando-me com amargas palavras...
Podia ser pior...
− Por fim, meu irmão, a única pessoa que ainda me dispensava proteção e carinho, foi assassinado por um salteador que escapou à cadeia.
Mas podia ser pior... - acentuou Filgueiras, calmo.
O outro sorriu mal-humorado, e objetou:
− Ora essa! Que podia ser pior? Dois ladrões me acabam com os negócios, dois malandros me acabam com a família e um assassino me acaba com o único irmão... Que podia ser pior, Filgueiras?
O prestimoso homem abanou a cabeça e respondeu calmamente:

− Podia ser pior, sim, meu amigo! Podia ser você o autor de tantos crimes; entretanto, cá está conversando comigo, de consciência purificada e mãos limpas. Sofrer dos outros é, de algum modo, trilhar o caminho em que Jesus transitou, mas fazer sofrer os outros é outra coisa.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A OPÇÃO POLÍTICA DO CRISTÃO

“Quem sabe faz a hora não espera acontecer” (Geraldo Vandré)



Dia 29 de junho de 2014. Dia de São Pedro e São Paulo. Chegando de uma convenção partidária, onde compareci como delegado para escolher os candidatos ao governo de São Paulo, eu fui surpreendido por um amigo, que sabendo do motivo da minha viagem, perguntou-me de chofre:
− Ué, não abandonou a política?
Ia me explicar, mas ele não me deu a menor chance e continuou:
− Você já está aposentado. Política não dá camisa a ninguém! Política não serve pra você. Política é muita sujeira. Está cheia de corruptos e de interesseiros. Os políticos só conhecem a lei do Gerson de “levar vantagem em tudo!”.
− Não é bem assim... – quis retrucar.
Mas o amigo não me deixou continuar. Alegou estar com pressa e se despediu repetindo uma máxima de Jesus “Daí a César o que é de César...”.
Eu fiquei pensativo. Lembrei-me de Bertold Brecht afirmando que “o pior analfabeto é o analfabeto político”. “Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto...”.
Imaginei Jesus nos dias de hoje, indignado, empunhando um chicote e expulsando os vendilhões: “raça de víboras; covil de ladrões”
Recordei o ensinamento de Jesus “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, que no meu entendimento é uma alegoria sobre o Bem e o Mal. E saí contente, feliz pelo meu compromisso com a vida e por entender que a participação política consciente é uma espécie de caridade.
Mesmo não sendo mais candidato a cargos eletivos, sei da importância que tem a política para um mundo melhor.
Hoje – bem diferente da época autoritária do império romano – vivemos numa democracia e temos o dever de escolher os melhores representantes da sociedade para gerir as coisas públicas.
Considero a política como uma forma de zelo pelos interesses gerais da população, acima de qualquer interesse individual. Uma forma de luta constante pela justiça e pelo bem comum.
Se eu viver distante dos problemas do mundo e não defender os fracos e injustiçados, de nada vale meu discurso de cristão. E não posso ser omisso, pois, a justiça divina leva em conta não apenas o Bem que a gente faz, mas também o Bem que a gente deixou de fazer.
Pensando então na opção política do cristão, lembrei-me de Dom Hélder Câmara, e do seguinte texto que escreveu parafraseando o capítulo 13 da Primeira Epistola de São Paulo aos Coríntios, que trata sobre a Excelência da Caridade.

CARTA DE SÃO PAULO AOS CRISTÃOS DE HOJE

 Se eu aprender inglês, espanhol, alemão e chinês e dezenas de outros idiomas, mas não souber me comunicar como pessoa, de nada valem minhas palavras.
Se eu concluir um curso superior, andar de anel no dedo, freqüentar cursos e mais cursos de atualização, mas viver distante dos problemas do povo, minha cultura não passa de inútil erudição.
Se eu morar no Nordeste, mas desconhecer os problemas e sofrimentos de minha região e fugir para férias no Sul, até na América ou Europa, e nada fizer pela promoção do homem, não sou cristão.
Se eu possuísse a melhor casa de minha rua, a roupa mais avançada do momento e o sapato da moda, e não me lembrasse de que sou responsável por aqueles que moram na minha cidade e andam de pés no chão e se cobrem de molambo, sou apenas um manequim colorido.
Se eu passar os fins de semana em festas e programas, sem ver a fome, o desemprego, o analfabetismo e a doença, sem escutar o grito abafado do povo que se arrasta a margem da história, não sirvo para nada.
O cristão não foge dos desafios de sua época. Não fica de braços cruzados, de boca fechada, de cabeça vazia; não tolera a injustiça nem as desigualdades gritantes de nosso mundo; luta pela verdade e pela justiça, com as armas do amor.

O cristão não desanima nem se desespera diante das derrotas e dificuldades, porque sabe que a única coisa que vai sobrar de tudo isso, é o AMOR.

sábado, 5 de julho de 2014

COPA – TEMPO DE GENTILEZAS

“Gentileza gera gentileza”. (Profeta Gentileza).



A confraternização entre os povos aqui no Brasil, nestes dias de junho, proporcionada pela Copa do Mundo de 2014, faz a gente pensar no Profeta Gentileza do Rio de Janeiro.
Esse Profeta nasceu em Cafelândia-SP com o nome de José Datrino e faleceu em 1966, aos 79 anos de idade.
Em 1961 ele acreditou na idéia de um mundo regido por gestos nobres, de gentileza, amabilidade... Abandonou então a família e a profissão e mudou-se para Niterói a fim de consolar os parentes das vítimas de um trágico incêndio ocorrido em 17 de dezembro de 1961 no Gran Circus Norte-Américano. Nesse incêndio morreram mais de 500 pessoas. Começou ali, então, muitas décadas de sua peregrinação.
Tornou-se um conhecido andarilho. Era visto pelas ruas de veste branca, cabelos longos, barbas brancas, cajado na mão, divulgando o sentido das palavras: “Agradecido e Gentileza”. No início chegou a ser conhecido como “José Agradecido”, mas, posteriormente, devido sua obra em cartazes sobre o valor da gentileza, passou a ser identificado como “Profeta Gentileza”.
Suas profecias para um mundo melhor eram compostas de palavras de amor, que chamavam a atenção também pela beleza gráfica das letras. E isso fez do Profeta Gentileza uma pessoa rara, única nesse gênero no mundo, uma autêntica fênix carioca.
Divulgava que os pequenos gestos, tantas vezes considerados insignificantes, têm poder e podem acarretar conseqüências. Quando é um gesto infeliz, a conseqüência é grave. Mas, quando é bom, gera felicidade. Principalmente se o gesto fala da fraternidade doce e singela de Jesus.
O cultivo da gentileza, do bom humor, da cortesia pode até salvar a vida. É o que nos afirma a história de Ytta Halberstam e Judith Leventhal, em. Pequenos Milagres, Rio de Janeiro, Sextante, 1998.
De acordo com essa narrativa, Samuel era um rabino que, na década de 1930, vivia numa aldeia polonesa. Gostava de dar longas caminhadas pelo campo. Era conhecido pela sua gentileza, pela forma com que a todos se dirigia.
As relações entre cristãos e judeus não eram muito boas, naquela aldeia. Mesmo assim, toda vez que o rabino passava pelo camponês Sr. Müeller o cumprimentava com um sonoro: bom dia!
Naturalmente que não havia resposta. O lavrador lhe virava as costas.
O rabino não desistia. Todos os dias ele passava e cumprimentava o Sr. Müeller. Finalmente, depois de muito tempo, o lavrador decidiu corresponder ao cumprimento. Primeiro com um leve toque no chapéu. Depois, acrescentou um sorriso. Mais tarde, o Sr. Müeller gritava de volta: bom dia, rabino!
Os anos se passaram. Chegaram os nazistas, e toda a família do rabino foi aprisionada e levada a um campo de concentração. E o rabino foi sendo transferido de um campo para outro até chegar ao de Auschwitz.
Desembarcando do trem, ele entrou em uma enorme fila para seleção.
Enquanto caminhava ao ritmo da fila, percebeu que lá na frente estava o comandante do campo. Era ele que indicava com um bastão para onde o prisioneiro deveria ir: para a esquerda ou para a direita.
A esquerda queria dizer morte imediata. A direita garantia algum tempo de sobrevivência.
O coração começou a palpitar. A fila avançava e ele pensava: esquerda ou direita? Morrerei ou viverei?
Que tipo de homem – pensou –, seria aquele comandante que assim decidia a vida e a morte de outros tantos homens? 
Quando estava apenas a uma pessoa de distância do oficial, afastou o medo e olhou com curiosidade para o rosto do comandante. Naquele momento, o homem se voltou e os olhos de ambos se encontraram.
O rabino se aproximou. Era a sua vez. Olhou fixamente para os olhos que o fitavam e disse baixinho: bom dia, Sr. Müeller. Os olhos do comandante tremeram por um segundo. A seguir respondeu: bom dia, rabino.
Estendeu o bastão para frente. Apontou para a direita e gritou: passe.

E o rabino passou para a direita, para a vida.