Aquecendo a Vida

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Radio

domingo, 9 de fevereiro de 2014

A VACA E A SABEDORIA

“Se te sacrificas, Deus te promove”. (Emmanuel)



Uma família vivia em precária situação. Possuía apenas uma vaquinha fornecedora de leite, que, vendido, sustentava seus membros. Um vizinho compadecido da situação e desejando ajudar essa família, recorreu a um sábio. Expondo a situação, consultou-o se não haveria uma maneira de ampará-la.

− Mas, aonde vai essa vaca buscar seu alimento? – inquiriu o sábio.

− Bem – esclarece o consulente – ela fica solta na chácara de seus donos.

− É fácil – disse o sábio – queres mesmo ajudar essa gente?

− Sim.

− Então mata a vaca!

− Mas, Mestre, matar a vaca?! Pois se é nela que repousa todo o sustento daquela família...

− Mata a vaca. É a única maneira de auxiliá-los.

O homem retirou-se contrariado. Porém, acalentando grande fé na filosofia do Mestre, houve por bem lhe seguir o conselho. À noite, às ocultas, cumpriu a sentença. No dia seguinte, ao dar com o animal jacente, sem vida, a família se alvoroçou. Lamentações, clamores, angústia, desespero. Ruim com ela, pior sem ela. E agora?
O tempo passou. Dois anos depois, o vizinho encontrou-se com o sábio. Este perguntou a respeito daquela família.
− Interessante! – exclamou – aquele pessoal conseguiu progresso. Está em situação bem melhor que a de antes. Após a morte do animal, a família decidiu reagir ante a situação caótica. O pai passou a cultivar a chácara, vendendo parte da colheita; a mulher se empregou como doméstica; o filho de treze anos foi trabalhar em entregas, ficando a menina mais velha cuidando da casa e dos dois irmãos menores. Juntando o dinheiro que ganhavam, conseguiram reerguer-se. O senhor tinha razão: enquanto a vaquinha lhes dava alguma coisa, se adaptaram à situação. Porém, faltando-lhes a “muleta” foram forçados a lançar-se a outras atividades. Assim, saíram da condição miserável a que se submeteram por comodismo e indiferença...
− Certo – confirmou o sábio – era justamente isso que eu previra!

A destruição é uma lei da natureza, pois, segundo Allan Kardec: “é preciso que tudo se destrua para renascer e regenerar-se, pois isso a que chamais de destruição nada mais é que uma transformação, que tem por objetivo a renovação e o aprimoramento dos seres vivos”.
Nosso planeta vive esse momento de flagelos naturais destruidores, com inundações, tsunamis, tornados, aquecimento global e tantas intempéries fatais às produções da terra.
A destruição – necessária e não abusiva – quase sempre é a indicação de algo que está terminando para dar lugar ao nascer de algo novo, muito melhor.
Dessa forma, podemos dizer que estamos nos finais dos tempos na Terra e ao mesmo tempo estamos vendo a sua transformação, que certamente levará a humanidade a um mundo muito melhor... A uma sociedade evoluída, justa, pacífica, que proporciona bem-estar a todos.
A ciência já comprova a lei da destruição como uma das leis mais importantes do Universo, presente na essência de quase tudo o que nos cerca. A ciência dá a isso o nome de Teoria do Caos. Teoria que se explica por uma pequenina mudança no início de um evento qualquer, a qual pode trazer conseqüências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro.
Imagine que você tenha perdido a entrevista para um emprego de seus sonhos porque houve um atraso no metrô. Desconsolado, você tenta abrir um pequeno negócio. Então, as pessoas com quem você vai conviver serão outras, seus amigos vão mudar...  No final, você se enriqueceu e tudo por causa do tal atraso do metrô, no início da sua vida.
Esse tipo de imprevisibilidade nunca foi segredo para o estudo científico, que descobriu que fenômenos aparentemente simples têm um comportamento tão caótico quanto à vida.
A ciência tem demonstrado que com o Caos sempre surgem novas ordens das coisas e, muitas vezes, ordens mais evoluídas, mais aprimoradas. Por isso, o homem pode construir uma vida feliz mudando a sua perspectiva mental. Para isso basta ter fé.
Essa Teoria do Caos tem reflexos na nossa visão de solidariedade, levando-nos a agir de acordo com o seguinte pensamento de Abraão Lincoln: “não poderás ajudar aos homens de maneira permanente, se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios”.