“Se te sacrificas, Deus te
promove”. (Emmanuel)
Uma família vivia em precária situação. Possuía apenas uma vaquinha
fornecedora de leite, que, vendido, sustentava seus membros. Um vizinho
compadecido da situação e desejando ajudar essa família, recorreu a um sábio.
Expondo a situação, consultou-o se não haveria uma maneira de ampará-la.
− Mas, aonde vai essa vaca buscar seu alimento? – inquiriu o sábio.
− Bem – esclarece o consulente – ela fica solta na chácara de seus
donos.
− É fácil – disse o sábio – queres mesmo ajudar essa gente?
− Sim.
− Então mata a vaca!
− Mas, Mestre, matar a vaca?! Pois se é nela que repousa todo o
sustento daquela família...
− Mata a vaca. É a única maneira de auxiliá-los.
O homem retirou-se contrariado. Porém, acalentando
grande fé na filosofia do Mestre, houve por bem lhe seguir o conselho. À noite,
às ocultas, cumpriu a sentença. No dia seguinte, ao dar com o animal jacente,
sem vida, a família se alvoroçou. Lamentações, clamores, angústia, desespero.
Ruim com ela, pior sem ela. E agora?
O tempo passou. Dois anos depois, o vizinho
encontrou-se com o sábio. Este perguntou a respeito daquela família.
− Interessante! – exclamou – aquele pessoal conseguiu
progresso. Está em situação bem melhor que a de antes. Após a morte do animal,
a família decidiu reagir ante a situação caótica. O pai passou a cultivar a
chácara, vendendo parte da colheita; a mulher se empregou como doméstica; o
filho de treze anos foi trabalhar em entregas, ficando a menina mais velha
cuidando da casa e dos dois irmãos menores. Juntando o dinheiro que ganhavam,
conseguiram reerguer-se. O senhor tinha razão: enquanto a vaquinha lhes dava
alguma coisa, se adaptaram à situação. Porém, faltando-lhes a “muleta” foram forçados a lançar-se a
outras atividades. Assim, saíram da condição miserável a que se submeteram por
comodismo e indiferença...
− Certo – confirmou o sábio – era justamente isso que
eu previra!
A destruição
é uma lei da natureza, pois, segundo Allan Kardec: “é preciso que tudo se destrua para renascer e regenerar-se, pois isso
a que chamais de destruição nada mais é que uma transformação, que tem por
objetivo a renovação e o aprimoramento dos seres vivos”.
Nosso planeta vive esse momento de flagelos naturais destruidores,
com inundações, tsunamis, tornados, aquecimento global e tantas intempéries
fatais às produções da terra.
A destruição – necessária e não abusiva – quase sempre
é a indicação de algo que está terminando para dar lugar ao nascer de algo
novo, muito melhor.
Dessa forma, podemos dizer que estamos nos finais dos
tempos na Terra e ao mesmo tempo estamos vendo a sua transformação, que
certamente levará a humanidade a um mundo muito melhor... A uma sociedade
evoluída, justa, pacífica, que proporciona bem-estar a todos.
A ciência já comprova a lei da destruição como uma das
leis mais importantes do Universo, presente na essência de quase tudo o que nos
cerca. A ciência dá a isso o nome de Teoria do Caos. Teoria que se explica por
uma pequenina mudança no início de um evento qualquer, a qual pode trazer
conseqüências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro.
Imagine que você tenha perdido a entrevista para um
emprego de seus sonhos porque houve um atraso no metrô. Desconsolado, você
tenta abrir um pequeno negócio. Então, as pessoas com quem você vai conviver
serão outras, seus amigos vão mudar...
No final, você se enriqueceu e tudo por causa do tal atraso do metrô, no
início da sua vida.
Esse tipo de imprevisibilidade nunca foi segredo para
o estudo científico, que descobriu que fenômenos aparentemente simples têm um
comportamento tão caótico quanto à vida.
A ciência tem demonstrado que com o Caos sempre
surgem novas ordens das coisas e, muitas vezes, ordens mais evoluídas,
mais aprimoradas. Por isso, o homem pode construir uma vida feliz mudando a sua
perspectiva mental. Para isso basta ter fé.
Essa Teoria do Caos tem reflexos na nossa visão
de solidariedade, levando-nos a agir de acordo com o seguinte pensamento de
Abraão Lincoln: “não poderás ajudar
aos homens de maneira permanente, se fizeres por eles aquilo que eles podem e
devem fazer por si próprios”.