Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

Radio

sábado, 3 de fevereiro de 2024

CHEQUE ESCONDIDO

 

“Com amor o perdão se torna mais fácil de ser exercitado” (El Morya).


Era uma vez um aluno que ia muito mal de notas na escola. Além disso, seu comportamento era uma decepção para seu Pai que, como bom cristão, sonhava em vê-lo formado e bem sucedido.

Um belo dia, o Pai lhe propôs um acordo: — “Se você, meu Filho, mudar o comportamento e conseguir ser aprovado no vestibular de medicina, ganhará um carro de presente”.

Por causa do carro, o rapaz mudou “da água para o vinho” e passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar.

O Pai estava feliz, mas tinha uma preocupação: sabia que a mudança do Filho não era fruto de uma conversação sincera, mas apenas por interesse em obter o automóvel. E isso não era bom! Ele só estudava por causa do presente!

Afinal, a boa notícia!... O Filho foi aprovado para o curso de medicina. O Pai reuniu a família e os amigos para comemorar. E o jovem certo que receberia o presente prometido!... Com a palavra, o Pai o elogiou pelo resultado obtido e lhe passou às mãos uma caixa de presente. O Filho, porém, crendo que ali estavam as chaves do carro, ficou visivelmente decepcionado, por não encontrá-las. Curvou-se e nada disse!

A partir daquele dia, o silêncio e a distância separaram Pai e Filho.

O jovem se sentia traído e agora lutava para ser independente, deixando a casa dos pais e indo morar no Campus da Universidade. Raramente mandava notícias à família!

O tempo passou, ele se formou, conseguiu emprego num bom hospital e se esqueceu do Pai completamente.

Todas as tentativas do Pai para reatar os laços foram em vão, até que um dia muito triste com a situação adoeceu. Não resistiu e veio a falecer.

No enterro a mãe entregou ao Filho indiferente a Bíblia, que tinha sido o último presente do Pai.

De volta para casa, o rapaz que nunca perdoara o Pai, colocou o livro em uma estante. Notou que havia um envelope dentro dele e, ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A carta dizia:

— “Meu Filho, sei o quanto você deseja ter um carro! Eu prometi e aqui está o cheque para que você escolha o que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um presente melhor: a Bíblia Sagrada. Nela aprenderás o Amor de Deus e a fazer o Bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever da consciência”.

Corroído de remorso, o Filho caiu em profundo pranto.

Como é triste a vida dos que não sabem PERDOAR! Isso leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Por isso, antes que seja tarde perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal! Talvez se olhar com cuidado, verá também que há um “cheque escondido” em todas as adversidades da vida!

ESTA HISTÓRIA, de autoria desconhecida – por nós adaptada –, proporciona uma ampla reflexão sobre o Perdão e a Verdade.

Quanto ao Perdão, já sabemos que ressentimentos, aversão, raiva, rancor, ódio, sempre retornam àquele que os carrega empoderando-os de malefícios.

 O maior pecado é a inimizade.

Ninguém entra no Reino dos Céus sem Perdoar seus ofensores! Isso é o que se deduz da Parábola do Servo Cruel – que não perdoou seu irmão (Mat. 18, 23-35). Pois, segundo Isabel Salomão de Campos; “o Perdão é luz na alma de quem perdoa!”.

Fica evidente aí a falha do Filho. Mas, e o Pai também não falhou?  Será que não lhe faltou Humildade? Ou Sinceridade ao expor seus sentimentos? Sem Humildade a iniciativa de pedir perdão é vã! E sem Sinceridade a Verdade não se revela e nada muda!

A Verdade a gente não esconde nem por capricho! Ou seja, nem por fantasia, esmero, brio ou teimosia... Pois uma justificativa aparente apenas inviabiliza quaisquer possibilidades de uma renúncia conciliadora.

Neste caso, desde o início a Verdade nunca deveria ser escondida do Filho. Deu no que deu: virou um ato de Perfídia, que mente à fé jurada!... E que poderia ser evitada!...

Não disse Jesus! “Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa, além disto, vem do Maligno” (Mat. 5,37).

Falar a Verdade é a missão do Pai. Atingir a Verdade é a missão do Filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário