“Os sãos não
precisam de médico, mas os enfermos” (Marcos 2,17).
Padre
João
era sempre procurado na sua paróquia pelos necessitados. Um dia, após suas
orações, ao sair da igreja dois pedintes lhe imploram: “uma esmola pelo amor de Deus!”. Ele então conversou com o primeiro
mendigo para melhor conhecê-lo:
— Você é extravagante? — Sim!...
— E você gosta de sentar-se por aí,
tomar um cafezinho e fumar? — Sim!...
—Gosta de beber, de contar piadas e se
divertir com os amigos? — Sim!...
—
Chega!... – disse o padre, e deu-lhe uma nota de cinco reais.
E, voltando-se ao outro mendigo, também
lhe fez as mesmas perguntas:
— Você é extravagante? — Não!...
— E você gosta de sentar-se por aí,
tomar um cafezinho e fumar? — Não!...
—Gosta de beber, de contar piadas e se
divertir com os amigos? — Não!...
— Tá bem!... – disse o padre, e deu-lhe
uma moeda de um real.
Mas, inconformado, este segundo mendigo reclamou:
— Só um real Padre! – O senhor deu
àquele pedinte extravagante cinco vezes mais do que a mim! Por quê?...
—
Meu irmão – replicou o bondoso pároco –, porque
as necessidades dele são bem maiores que as suas!
Pelo
diálogo se vê que o padre era um sábio psicólogo! Queria conhecer os
paroquianos, para ajudá-los com base na lição do Mestre: “Os sãos não precisam de médico,
mas os enfermos”. Ou seja, para ser justo e beneficiá-los conforme o princípio da equidade – que consiste em
“dar
mais a quem mais precisa”.
A igualdade, literalmente falando, só
existe para nós no ponto de partida – de criação
do Espírito – e no ponto de chegada – de
Espírito puro. Todavia, dentre estes pontos, no processo de desenvolvimento,
a igualdade também se dá de forma aleatória, segundo o princípio da equidade.
Conforme
o item 365 do Livro dos Espíritos “O espírito progride numa marcha ascendente
e imperceptível”.
Pelo princípio de equidade – de ajudar os mais necessitados –, é que a
igualdade se faz presente na marcha de desenvolvimento de todo ser humano, pois
nossos destinos estão interligados.
Quem
desconhece que a igualdade no
desenvolvimento se dá pelo processo de equidade
não entende as diferenças sociais. E se revolta! Ou até blasfema contra a justiça
de Deus! Não percebe que EVOLUÇÃO é “quando a gente está lá na frente e sente
vontade de buscar, quem ficou para trás” – como diz Ravenna, a
Camponesa Sonhadora.
A heterogeneidade que se vive em função
de nossas diferenças é necessária ao aprendizado. Pois, ao mesmo tempo em que
se ensina também se aprende, com os erros e acertos de uns com os outros. Tem-se,
então, “avanços e recuos” experienciais
incessantes – em forma de uma grande espiral, que gradualmente avança e vai
se distanciando do ponto de partida, em movimentos ascendentes, rumo às
frequências mais elevadas.
Esse fluxo, que impele
cada um ao seu aprimoramento, também se dá em consequência de “ações e reações”, nas “idas e vindas” reencarnatórias, quando
se reprograma a vida, para alcançar com harmonia e equilíbrio a igualdade na reta de chegada.
Dentro
dessa RODA da VIDA progressiva, através de uma pluralidade de existências, unidos
“um
por todos e todos por um” ora por baixo ora por cima, ora exaltados,
ora rebaixados é que nós aceleramos a marcha ou ora a retardamos em socorro aos
que precisam de ajuda. Cumprindo-se, assim, o excelso mandamento de amor ao próximo ensinado por Jesus.
Então
se pode ver, lá de um alto ponto da espiritualidade, pela eternidade afora, a “Grande Nebulosa Humana”, em forma de caracol, onde todos, equidistantes uns dos outros, marcham minimizando
diferenças e ascendendo a novos degraus... E à medida que todos se elevam as
divergências se apagam. E a igualdade
aí se faz presente!
A
criatura perfectível então rompe a linha de chegada desta grande maratona, com uma
individualidade própria, resplandecente, atingindo à homogênea meta de Espírito
puro, pronto para se integrar à Fonte
Criadora e participar da grande obra do Reino dos Céus.
Graças
à Perfeição de Deus!...
Excelente 👏👏👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluir👏👏👏👏👏
ResponderExcluirÓtimo! 👏👏👏
ResponderExcluir