Aquecendo a Vida

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sábado, 4 de junho de 2022

O VALOR DA ATENÇÃO

 

“Cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz...” (Gonzaguinha).


Relata a Sr.ª Thompson, que no seu primeiro dia de aula da 5ª série primária disse aos alunos que gostava de todos por igual. No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um pequeno garoto chamado Teddy.

A professora havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheiravam mal. Por isso, houve até momentos em que ela sentia prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.

Entretanto, ao tomar conhecimento das anotações feitas em cada ano, deixou a ficha dele por último. Mas quando a leu foi grande a sua surpresa.

1º “Teddy é um menino brilhante. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. E tem bons modos”.

”Teddy é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe doente, que está desenganada pelos médicos. A vida em seu lar está sendo muito difícil”.

3º “A morte da mãe foi um golpe duro para Teddy. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse”.

”Teddy anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e, muitas vezes, dorme na sala de aula”.

A Sr.ª Thompson se deu conta do problema e ficou então terrivelmente envergonhada. E sentiu-se ainda pior quando se lembrou dos presentes de Natal que os alunos lhe haviam dado, envoltos em papéis coloridos, exceto o de Teddy, que estava enrolado num papel marrom de supermercado.

Lembra-se de que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros riam ao ver uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade. Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão.

Naquele dia Teddy ficou um pouco mais de tempo na escola do que o de costume. Lembrou-se ainda, que Teddy lhe disse que ela estava cheirosa como sua mãe. Depois que todos se foram, a professora Thompson chorou por longo tempo... Em seguida tomou a decisão de mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente Teddy.

Notou, com o passar do tempo, que Teddy só melhorava. Quanto mais carinho e atenção ela lhe dava mais ele se animava! Tanto que no fim do ano letivo ele acabou sendo o melhor da classe.

 E seis anos depois, ela recebeu uma carta dele contando que havia concluído o segundo grau e que ela era a melhor professora que tivera.

As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Theodore Stoddard, seu antigo aluno, mais conhecido como Teddy.

Um dia a Sr.ª Thompson recebeu outra carta, em que Teddy a convidava para seu casamento. Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou de Teddy anos antes, e também o perfume.

Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Teddy lhe disse ao ouvido: Obrigado por acreditar em mim e me deixar sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença”.

Mas, com os olhos banhados em pranto, ela sussurrou baixinho: Você está enganado! Foi você que me ensinou que eu podia fazer a diferença, afinal eu não sabia ensinar até que o conheci”.

Esta história – de autor desconhecido –, com algumas adaptações que fiz, ficou ótima para as reuniões pedagógicas nas escolas de Ensino fundamental. Pois ela nos mostra o quanto é importante darmos um pouco mais de atenção e carinho aos nossos alunos. E, também, aos nossos colegas, amigos, pessoas que amamos... E, sem discriminação social, para todas aquelas que se encontram ao nosso lado.

A atenção, carinho e cuidado devem ser somados e nunca divididos.

A maior fome que existe no mundo é a carência de afeto. Daí O VALOR DA ATENÇÃO, que é tão necessária para se ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma de uma pessoa açoitada pela vida.  

Mas, se você não pode doar um mínimo de seu tempo em benefício de uma pessoa desanimada e triste, deixa-lhe pelo menos o seu sorriso ou outro simples gesto de caridade, que possa lhe reacender o entusiasmo pela vida.  

Como diz a linda canção gaúcha “Lembranças”, do compositor, poeta e cantor tradicionalista “Porca Veia”: “Quando as almas perdidas se encontram / Machucadas pelo desprazer / Um aceno, um riso apenas / Faz a gente gostar de viver...”.  

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