O dinheiro compra o travesseiro, mas não dá o sono.
Salim era um cidadão ganancioso
demais, que só pensava em poder e dinheiro. Tinha uma esposa, Sara – que
era muito mal amada – e um filho, Juninho, a quem dava pouca atenção e carinho.
Ignorava a família e só pensava nos lucros de seus negócios.
Quantas vezes, mãe e filho não
passaram natal, aniversários e outros dias sozinhos. Juninho chorava, às vezes,
querendo o pai e Sara, querendo lhe consolar, sempre dizia:
− Seu pai está trabalhando para nos
dar mais conforto.
Salim, sempre viajando, não media as
conseqüências para ganhar o seu dinheiro. Certa vez conseguiu ganhar tanto, que
comprou um carro importado. E, depois de um bom tempo voltou para casa para se
encontrar com a família.
Chegou dirigindo o carro dos seus
sonhos, de luxo, da cor do céu, que ele exibia como se fosse um troféu.
Juninho, com saudade, aproximou-se do pai, mas ele não lhe deu a menor atenção.
Parecia um louco! Só falava do carro!
Depois de algum tempo resolveu
descansar um pouco e foi dormir.
O garoto ficou acordado. Olhando pra
aquele carro viu então uma sujeira do lado. Na inocência de criança, querendo
ajudar seu pai, pegou um balde-d’água, uma bucha de aço e começou a esfregar e
a lavar o carro. Depois, com simplicidade, foi correndo acordar o papai.
Salim, ao ver o carro todo
arranhado, parecia um animal feroz e descontrolado. E como um demente – que não
sabe o que faz –, começou a bater fortemente nas mãos do menino.
Sara, trancada no quarto, nada podia
fazer mesmo vendo o ódio do marido ao castigar o menino. Salim, maldosamente,
impedia que ela buscasse socorro para seu filho machucado.
Três dias se passaram de sofrimento
sentido, até que Salim saiu para consertar o carro. Só, então, Juninho pôde ser
socorrido. O médico deu a notícia mais triste de se escutar:
− Sara, teremos que amputar a
mãozinha de seu filho.
Sara, em estado de choque, foi
internada e naquele mesmo dia foi marcada a cirurgia do Juninho.
O pai só foi avisado alguns dias
depois. A notícia o deixou totalmente desesperado. Foi então correndo ao
hospital e quando viu seu filho com a mão amputada começou a chorar. O menino
ainda o abraçou querendo consolá-lo. Na sua inocência de criança começou a
falar:
− Papai, me perdoa, eu nunca mais
vou fazer você chorar... Não tenho mais minha mãozinha para arranhar o carro!
Salim, cheio de dor e remorso, saiu
correndo sem saber o que fazer. Não queria mais viver. Não tendo outra solução,
pegou uma arma e sem pensar atirou contra o próprio peito.
Criei os personagens desta história, que adaptei a
partir de um poema intitulado “Bens
Materiais”, gravado em CD por Marco Brasil.
Essa história mostra quantas coisas erradas a gente
faz na vida. Mostra que a gente deve lutar muito, mas nunca se esquecer da
família, dos amigos, dos pais, dos filhos, de quem a gente ama...
O remorso é uma aflição da nossa consciência por culpa
ou crime cometido, porém, a dor maior é do arrependimento, que martela em nossa
consciência o mal que causamos a alguém. E pior, ainda, é o sentimento de
Contrição – que é o arrependimento de ter ofendido a Deus!
O perdão, quando sincero, abranda as dores da alma e,
mesmo no caso de um suicida, pode ser útil como um recurso de consolação. Pois
Deus permite aos seus trabalhadores da luz, a prioridade no socorro aos
suicidas, que são vistos como casos de socorro emergencial.
Afinal: Há coisas na vida bem mais importantes do que
poder e dinheiro!
E, para nossa reflexão, há um texto no Youtube, de
Jaqueline Reinelli, alertando, em alguns trechos, que:
A gente vai
embora e fica tudo aqui... E o mundo continua assim, caótico, muito louco,
como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença... A vida
segue, as pessoas superam e vão seguindo suas rotinas...
A gente vai
embora. E é bem assim: Piscou, num estalo, a vida vai... Se a gente
esperasse pela morte, talvez a gente vivesse mais... Talvez a gente esperasse
menos dos outros... Talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.
Que possamos ser cada dia melhores. Que saibamos
reconhecer o que realmente importa nesta nossa breve passagem pela Terra. Só
isso. Até porque, A GENTE VAI EMBORA...
Linda e verdadeira história, para refletirmos sobre nossa existência!
ResponderExcluirReflexão sobre o TER e o SER!
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