Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 16 de julho de 2021

O HOMEM DA TABAQUEIRA

 

A prova de que existe um princípio inteligente independente da matéria.


Uma senhora que morava numa cidade do interior, estando gravemente doente, viu, certa noite, por volta das vinte e duas horas, um senhor idoso, que morava na mesma cidade e que ela conhecia apenas de vista, sentado numa poltrona, aos pés de sua cama. Ele, de vez em quando, aspirava uma pitada de rapé (tabaco em pó pra cheirar). Parecia que estava ali para cuidar dela.

Surpresa com a visita àquela hora, ela quis lhe perguntar o motivo, mas o senhor lhe fez um sinal para não falar e para dormir. Por diversas vezes ela quis lhe dirigir a palavra, e a cada tentativa recebeu a mesma recomendação. Ela acabou por dormir.

Passados alguns dias, estando restabelecida, recebeu a visita do mesmo senhor, mas em hora mais conveniente, sendo que dessa vez ele realmente estava lá; usava a mesma roupa, a mesma tabaqueira de rapé e tinha exatamente as mesmas maneiras.

Persuadida de que ele a visitara, durante sua doença, agradeceu pela atenção que recebeu. Mas o senhor, bastante surpreso, disse que não tinha o prazer de vê-la já há bastante tempo. A senhora, que conhecia os fenômenos espíritas, compreendeu o que acontecera; não querendo entrar em detalhes, preferiu dizer-lhe que provavelmente havia sonhado.

Esta narrativa se encontra na questão 116 do Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, que a comenta, em seguida, mais ou menos assim: “o mais provável é que ela tenha sonhado, dirão os incrédulos... Mas a verdade é que essa senhora não dormia. Então, ela sonhava acordada...”.

E contesta ainda qualquer objeção de que se tratava de alucinação. Pois essa senhora era o que podemos chamar de médium vidente natural.

Lembro-me de ouvir chamar esse fenômeno, na linguagem usual, de “Madorna” – um entorpecimento que dá a sensação de estar nem dormindo e nem acordado. Ou seja, uma prostração mórbida que faz a pessoa perder forças. Uma insensibilidade que se confunde com sonolência, dormência ou apatia, chamada também de modorra.

Muitas pessoas quando passam por esse estado de Madorna chegam a perceber a separação da alma do corpo. Afirmam que quando estão deitados e tentam se levantar, ficam em pé, mas vê o corpo continuar lá, deitado.  Veem-se como indivíduos duplos: corpo físico e corpo espiritual – fenômeno conhecido como bi corporeidade (desdobramento).

Se fosse um fato isolado poderia se atribuí-lo ao acaso, mas como é bastante frequente, deixa de ser por acaso, até porque o acaso não se repete.

E, quando a pessoa constata ser uma realidade, não se pode também dizer que o fenômeno é uma ilusão. Pois, a partir do momento em que os sentidos se entorpecem e a alma se desprende, o Espírito da pessoa vê o que ela não poderia enxergar com os olhos do corpo físico.

Voltando ao homem da tabaqueira, pergunta-se: O Espírito de uma pessoa viva, quando fora do corpo, pode aparecer para outra pessoa com todas as aparências da realidade?

 A história eclesiástica relata o caso de Santo Antônio de Pádua. Ele estava na Espanha pregando e seu pai nesse mesmo instante estava em Pádua, indo para o suplício, acusado de assassinato.

Nesse momento Santo Antônio aparece em Pádua, demonstra que seu pai é inocente, e faz com que seja conhecido o verdadeiro criminoso.

Foi constatado que Santo Antônio, naquele momento, não tinha saído da Espanha. Como ele apareceu em dois lugares diferentes simultaneamente, isto passou a ser visto como um milagre.

Nesse caso, a pessoa não poderia sofrer o risco de vir a falecer?

Quando a alma de uma pessoa viva abandona o corpo deixa-o num estado de entorpecimento. E no corpo fica um laço fluídico que une a alma à matéria. Diante de qualquer risco, a alma é puxada de volta ao corpo físico.

Esse laço fluídico é chamado de Cordão de Prata ou Cordão Astral. É um conduto de filamentos energéticos que liga o corpo espiritual ao corpo físico. Tem a aparência de um cordão umbilical, mas com densidade tão sutil que se torna invisível e intangível.

Quando se diz que a pessoa morreu, é porque o cordão de prata se rompeu. Mas morre somente o corpo, pois a alma continua a existir em outro plano, pois somos imortais. A vida é eterna!

A Bíblia alerta para que se lembre do Criador, “antes que se rompa o cordão de prata...” (Eclesiastes, 12,6).

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