A prova de que existe
um princípio inteligente independente da matéria.
Uma
senhora que morava numa cidade do interior, estando gravemente doente, viu,
certa noite, por volta das vinte e duas horas, um senhor idoso, que morava na
mesma cidade e que ela conhecia apenas de vista, sentado numa poltrona, aos pés
de sua cama. Ele, de vez em quando, aspirava uma pitada de rapé (tabaco em pó
pra cheirar). Parecia que estava ali para cuidar dela.
Surpresa
com a visita àquela hora, ela quis lhe perguntar o motivo, mas o senhor lhe fez
um sinal para não falar e para dormir. Por diversas vezes ela quis lhe dirigir
a palavra, e a cada tentativa recebeu a mesma recomendação. Ela acabou por
dormir.
Passados
alguns dias, estando restabelecida, recebeu a visita do mesmo senhor, mas em
hora mais conveniente, sendo que dessa vez ele realmente estava lá; usava a
mesma roupa, a mesma tabaqueira de rapé e tinha exatamente as mesmas maneiras.
Persuadida
de que ele a visitara, durante sua doença, agradeceu pela atenção que recebeu.
Mas o senhor, bastante surpreso, disse que não tinha o prazer de vê-la já há
bastante tempo. A senhora, que conhecia os fenômenos espíritas, compreendeu o
que acontecera; não querendo entrar em detalhes, preferiu dizer-lhe que
provavelmente havia sonhado.
Esta narrativa se encontra na questão
116 do Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, que a comenta, em seguida, mais ou
menos assim: “o mais provável é que ela
tenha sonhado, dirão os incrédulos... Mas a verdade é que essa senhora não
dormia. Então, ela sonhava acordada...”.
E contesta ainda qualquer objeção de que
se tratava de alucinação. Pois essa senhora era o que podemos chamar de médium
vidente natural.
Lembro-me de ouvir chamar esse fenômeno,
na linguagem usual, de “Madorna” – um entorpecimento que dá
a sensação de estar nem dormindo e nem
acordado. Ou seja, uma prostração mórbida que faz a pessoa perder forças.
Uma insensibilidade que se confunde com sonolência, dormência ou apatia,
chamada também de modorra.
Muitas pessoas quando passam por esse
estado de Madorna chegam a perceber a
separação da alma do corpo. Afirmam que quando estão deitados e tentam se
levantar, ficam em pé, mas vê o corpo continuar lá, deitado. Veem-se como indivíduos duplos: corpo físico e corpo espiritual – fenômeno
conhecido como bi corporeidade
(desdobramento).
Se fosse um fato isolado poderia se
atribuí-lo ao acaso, mas como é bastante frequente, deixa de ser por acaso, até
porque o acaso não se repete.
E, quando a pessoa constata ser uma
realidade, não se pode também dizer que o fenômeno é uma ilusão. Pois, a partir
do momento em que os sentidos se entorpecem e a alma se desprende, o Espírito
da pessoa vê o que ela não poderia enxergar com os olhos do corpo físico.
Voltando ao homem da tabaqueira,
pergunta-se: O Espírito de uma pessoa viva, quando fora do corpo, pode aparecer
para outra pessoa com todas as aparências da realidade?
A
história eclesiástica relata o caso de Santo Antônio de Pádua. Ele estava na
Espanha pregando e seu pai nesse mesmo instante estava em Pádua, indo para o
suplício, acusado de assassinato.
Nesse momento Santo Antônio aparece em
Pádua, demonstra que seu pai é inocente, e faz com que seja conhecido o
verdadeiro criminoso.
Foi constatado que Santo Antônio,
naquele momento, não tinha saído da Espanha. Como ele apareceu em dois lugares
diferentes simultaneamente, isto passou a ser visto como um milagre.
Nesse caso, a pessoa não poderia sofrer o
risco de vir a falecer?
Quando a alma de uma pessoa viva
abandona o corpo deixa-o num estado de entorpecimento. E no corpo fica um laço fluídico que une a alma à matéria.
Diante de qualquer risco, a alma é puxada de volta ao corpo físico.
Esse laço
fluídico é chamado de Cordão de Prata ou Cordão Astral. É um conduto de
filamentos energéticos que liga o corpo espiritual ao corpo físico. Tem a
aparência de um cordão umbilical, mas com densidade tão sutil que se torna
invisível e intangível.
Quando se diz que a pessoa morreu, é porque
o cordão de prata se rompeu. Mas morre somente o corpo, pois a alma continua a
existir em outro plano, pois somos imortais. A vida é eterna!
A Bíblia alerta para que se lembre do
Criador, “antes que se rompa o cordão de prata...” (Eclesiastes, 12,6).
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