“Uso de misericórdia
até mil gerações com aqueles que me amam...”
(Êxodo 20,6).
Antigamente era comum a gente ouvir
pessoas, que não acreditavam na continuidade da vida após a morte, se
justificarem nos seus falsos raciocínios, dizendo: “Ah! Como a vida é curta! Pra morte não há remédio! Depois que morre
ninguém volta a dar notícias!”.
Agora essa descrença está no fim! E tende
cada vez mais a desaparecer.
A comunicação dos “mortos” é citada na bíblia tanto no Antigo como no Novo
Testamento. Até mesmo na proibição de Moisés se comprova que é possível a
comunicação dos “mortos”. Pois, por
exemplo, ninguém proíbe de se ir à lua de bicicleta; porque ninguém vai mesmo!
Mas, se proibisse é porque existiria essa possibilidade.
Moisés proibiu consultar os mortos,
porque estavam abusando disso, por charlatanismo, sortilégios, bruxaria,
encantamentos, adivinhações e outras práticas de magia negra. E, também, porque
realmente alguns “mortos” de nada
sabem; estão alienados!...
No entanto, é possível consultar as
almas dos “vivos” que estão do lado
de lá, e que têm saberes relevante a passarem, visando o progresso moral para o
bem da humanidade.
Nesse sentido, as obras de Allan Kardec,
ditadas por bons Espíritos, contém ricos ensinamentos de evolução moral. Vale a
pena conhecê-los!
Como os da “Velhinha Mendiga”, que
se encontra no capítulo VIII, do livro “O
Céu e o Inferno”.
Juliana Maria era o nome dela. Viveu da
caridade pública numa comunidade francesa. Já velha e enferma, um dia caiu num
poço. E, embora socorrida, morreu pouco tempo depois, vítima do acidente.
Era voz geral que Juliana tentara
suicidar-se. Logo no dia do seu enterro, a pessoa que lhe acudira (e que era médium) sentiu como que um leve contato
de pessoa que estivesse próxima, sem que procurasse explicar-se a causa do
fenômeno.
Querendo ser útil àquele Espírito, o
médium consultou seus protetores, que explicaram a sensação que teve naquele
dia: “Agora, será ela a auxiliar-te na
prática do bem. Lembra-te do que
disse Jesus: aquele que se humilhar será exaltado. Tu verás o serviço que esse
Espírito poderá prestar-te, desde que lhe peças assistência com o fito de ser
útil ao próximo”.
Juliana era então uma velhinha feliz.
Quando evocada, explicou que Deus libertou-a da vida terrestre sem sofrimentos,
porquanto não tinha se suicidado, como julgaram.
Contou que devido à superioridade de
suas encarnações anteriores, sob o ponto de vista social, voltou à vida na
Terra com a prova da mais horrenda mendiga para punir-se do vão orgulho com que
repelia os pobres, passando, assim, pela pena de Talião.
Também foi sem queixumes que suportou a
provação, pressentindo uma vida melhor depois da morte.
Prometeu ao Senhor que a socorreu
retribuir-lhe o cêntuplo do que fez por ela, instruindo-o na senda a percorrer.
E fez uma recomendação: “procura sempre ser caridoso na medida de
tuas forças; compreendes a caridade tal como deve ser praticada em todos os
atos da vida”.
Podemos destacar alguns de seus
ensinamentos:
1)
A voz daquele
que sofreu resignadamente as misérias desse mundo é sempre ouvida e nenhum
serviço deixa jamais de ser recompensado;
2)
Deus sabe
recompensar justiceiramente a quem se dedique ao alívio dos seus irmãos,
inspirado por absoluto desinteresse;
3)
Não te preocupes
nunca com a recompensa, pois ela será sempre superior ao que podes esperar;
4)
Cedo ou tarde os
serviços são recompensados e, quando os não sejam pelo próprio beneficiado, o
serão pelos que por ele se interessem, antes e depois da morte;
5)
É preciso ter fé
antes de tudo;
6)
Se não sentires
um estremecimento involuntário, é que a tua prece não foi bastante fervorosa
para ser ouvida. É só nestas condições que a prece pode tornar-se valiosa;
7) Lembra-te do que disse Jesus: “todo aquele que
se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado” (Lucas 14,11).
Para quem se
dignar meditar sobre esta história, repleta de ensinamentos, descobrirá na
Velhinha Mendiga uma elevada sabedoria, que mostra o valor da caridade, voltada
à proteção até mesmo daqueles que a desprezaram sob os andrajos da miséria.
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