Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

Radio

sábado, 10 de abril de 2021

A VELHINHA MENDIGA

 

“Uso de misericórdia até mil gerações com aqueles que me amam...” (Êxodo 20,6).


Antigamente era comum a gente ouvir pessoas, que não acreditavam na continuidade da vida após a morte, se justificarem nos seus falsos raciocínios, dizendo: “Ah! Como a vida é curta! Pra morte não há remédio! Depois que morre ninguém volta a dar notícias!”.

Agora essa descrença está no fim! E tende cada vez mais a desaparecer.

A comunicação dos “mortos” é citada na bíblia tanto no Antigo como no Novo Testamento. Até mesmo na proibição de Moisés se comprova que é possível a comunicação dos “mortos”. Pois, por exemplo, ninguém proíbe de se ir à lua de bicicleta; porque ninguém vai mesmo! Mas, se proibisse é porque existiria essa possibilidade.

Moisés proibiu consultar os mortos, porque estavam abusando disso, por charlatanismo, sortilégios, bruxaria, encantamentos, adivinhações e outras práticas de magia negra. E, também, porque realmente alguns “mortos” de nada sabem; estão alienados!...

No entanto, é possível consultar as almas dos “vivos” que estão do lado de lá, e que têm saberes relevante a passarem, visando o progresso moral para o bem da humanidade.

Nesse sentido, as obras de Allan Kardec, ditadas por bons Espíritos, contém ricos ensinamentos de evolução moral. Vale a pena conhecê-los!

Como os da “Velhinha Mendiga”, que se encontra no capítulo VIII, do livro “O Céu e o Inferno”.

Juliana Maria era o nome dela. Viveu da caridade pública numa comunidade francesa. Já velha e enferma, um dia caiu num poço. E, embora socorrida, morreu pouco tempo depois, vítima do acidente.

Era voz geral que Juliana tentara suicidar-se. Logo no dia do seu enterro, a pessoa que lhe acudira (e que era médium) sentiu como que um leve contato de pessoa que estivesse próxima, sem que procurasse explicar-se a causa do fenômeno.

Querendo ser útil àquele Espírito, o médium consultou seus protetores, que explicaram a sensação que teve naquele dia: “Agora, será ela a auxiliar-te na prática do bem. Lembra-te do que disse Jesus: aquele que se humilhar será exaltado. Tu verás o serviço que esse Espírito poderá prestar-te, desde que lhe peças assistência com o fito de ser útil ao próximo”.

Juliana era então uma velhinha feliz. Quando evocada, explicou que Deus libertou-a da vida terrestre sem sofrimentos, porquanto não tinha se suicidado, como julgaram.

Contou que devido à superioridade de suas encarnações anteriores, sob o ponto de vista social, voltou à vida na Terra com a prova da mais horrenda mendiga para punir-se do vão orgulho com que repelia os pobres, passando, assim, pela pena de Talião.

Também foi sem queixumes que suportou a provação, pressentindo uma vida melhor depois da morte.

Prometeu ao Senhor que a socorreu retribuir-lhe o cêntuplo do que fez por ela, instruindo-o na senda a percorrer.

E fez uma recomendação: “procura sempre ser caridoso na medida de tuas forças; compreendes a caridade tal como deve ser praticada em todos os atos da vida”.

Podemos destacar alguns de seus ensinamentos:

1)   A voz daquele que sofreu resignadamente as misérias desse mundo é sempre ouvida e nenhum serviço deixa jamais de ser recompensado;

2)   Deus sabe recompensar justiceiramente a quem se dedique ao alívio dos seus irmãos, inspirado por absoluto desinteresse;

3)   Não te preocupes nunca com a recompensa, pois ela será sempre superior ao que podes esperar;

4)   Cedo ou tarde os serviços são recompensados e, quando os não sejam pelo próprio beneficiado, o serão pelos que por ele se interessem, antes e depois da morte;

5)   É preciso ter fé antes de tudo;

6)   Se não sentires um estremecimento involuntário, é que a tua prece não foi bastante fervorosa para ser ouvida. É só nestas condições que a prece pode tornar-se valiosa;

7)   Lembra-te do que disse Jesus: “todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado” (Lucas 14,11).

Para quem se dignar meditar sobre esta história, repleta de ensinamentos, descobrirá na Velhinha Mendiga uma elevada sabedoria, que mostra o valor da caridade, voltada à proteção até mesmo daqueles que a desprezaram sob os andrajos da miséria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário