É pela
humildade que o ser humano um dia vai redimir-se.
Humildade é a mais nobre de todas as virtudes, que faz morada
em nosso coração. É um termo que vem do latim “húmus”, que significa terra fértil.
O humilde é, assim, alguém que deixou brotar no solo
fértil de sua alma o conhecimento e a verdadeira sabedoria, que o faz diferente
dos demais, na sua forma ética de agir perante o mundo.
Diz um ditado chinês, que “quando o discípulo está pronto o Mestre aparece”.
O discípulo que está pronto é o que vem se preparando
para receber as boas sementes do Cristo, que o transformará num ser pleno de
humildade.
Humildade, Simplicidade e Pureza de Coração têm
significados distintos.
Simplicidade é a natureza das coisas descomplicadas, sem
requintes. Daí a pessoa simples nos oferecer a imagem da inocência, da
ingenuidade e da candura.
Os Puros de
Coração nos oferecem a imagem suave e
dócil do afeto sincero, imaculado, transparente, verdadeiro.
Enquanto que a Humildade
nos oferece a imagem da calma, da paz, da sinceridade, da fraternidade... Pois
é uma atitude de submissão ao Criador.
Embora diferentes, a Humildade, a Simplicidade
e a Pureza de Coração são qualidades
inseparáveis, porque todas elas excluem todo pensamento de egoísmo e orgulho.
Eis aí o porquê de a criança ser o símbolo tanto da pureza, da simplicidade
quanto da humildade!
Senão Jesus não teria dito: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de
Deus é daqueles que se lhes assemelham”.
A Humildade abre as portas para o perdão e a prática da caridade,
porque nivela os humanos, ao mostrar-lhes que são irmãos, filhos do mesmo PAI.
Na balança divina todos são iguais! Por isso, a Humildade é indulgente, não fere, e
acaba com todos os preconceitos, sejam de raça, cor, sexo, religião, etc.
A pessoa humilde confessa seus equívocos, se desculpa,
pois sua intenção é aprender com os erros, crescer e evoluir.
Com
Humildade, a pessoa:
− Trabalha muito, mas sempre tem um tempinho para os
outros. “Se você quer que algo seja
feito, entregue esta tarefa à pessoa mais ocupada da sua equipe – ela sempre dá
um jeito”. Isso parece estranho, mas é verdadeiro!
− É comprometida com o que faz, enfrenta qualquer
dificuldade e não tem medo de enfrentar problemas.
− Não se envaidece. Evita receber elogios, mas quando
isso ocorre diz: “Ah, ainda me falta
muito para chegar lá!”.
− Respeita seus superiores e trata de aprender algo
com todos.
− Faz as coisas além da sua obrigação. E, quando não
sabe assume que não sabe, e ainda procura um jeito de descobrir como aquilo é
feito.
− Compartilha suas experiências com os colegas e amigos,
sem medo da concorrência, buscando se aprimorar.
− Reverencia ao Altíssimo, pelo que sabe e por tudo
quanto ainda desconhece.
− Defende ideias nobres, sem se importar de quem elas
venham.
Os humildes não são os tolos, bobos e medíocres, que
muitos pensam ser! E também não são os pobres
de espírito – no sentido mundano! –, porém, ao contrário, são Ricos de Espírito, pelas qualidades
morais que possuem.
Toda pessoa então pode ser humilde independentemente
de sua posição na sociedade. Pois, pobreza não significa necessariamente
humildade, até porque há pobres orgulhosos!
Resumindo, a Humildade
é uma virtude do gênio crístico, de
caráter cósmico, eterno, que encontrou a chave que lhe abrirá as portas da
perfeição.
Conta-se que
um pai, durante as férias, aproveitando a beleza ímpar de um lindo estuário,
perguntou ao filho:
− Você sabe
por que o mar é tão grande? Tao imenso? Tão poderoso?
O filho ficou
bom tempo pensativo. E o pai, não perdeu o ensejo de lhe proporcionar um belo
ensinamento:
− Filho, o
mar é muito grande porque foi humilde o bastante para se colocar alguns centímetros
abaixo de todos os rios. Por saber receber é que ele se tornou grande. Se
quisesse ser o primeiro ou ficar acima de todos os rios, não seria o mar, seria
uma ilha. E certamente estaria isolado.
− Pai, se bem
entendi! O mar nos ensina então que ser humilde não é ser fraco ou dependente,
mas sim ter respeito e reconhecimento por todos.
− Isso mesmo
filho! Humildade é saber que o nosso próximo é digno de consideração e
merecedor de todas as bem-aventuranças prometidas por Jesus.
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