Aquecendo a Vida

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sábado, 22 de fevereiro de 2020

O CAMINHO DO SERVIÇO (OBRAS)


“O Caminho do Serviço é mover-se pelo outro” (Suryavan Solar).


A Ciência limita o entendimento da Evolução do ser humano à vida no Plano Físico, enquanto algumas Filosofias e Religiões consideram também a Evolução do ser humano no Plano Espiritual.
Ao falar aqui sobre o Caminho do Serviço, estamos pensando apenas no progresso espiritual do Ser Humano.
Ao contrário do progresso material – que é muito procurado atualmente –, o progresso (evolução) espiritual parece não ser tão relevante, e nem muito fácil, porque a procura deve começar pela Bíblia. Mas, não basta conhecer a Bíblia, é preciso estudá-la, compreendê-la e praticá-la, conforme diz os Evangelhos.
 Para ilustrar, resumimos um texto do Irmão X, ditado através de Chico Xavier, em “Contos Desta e Doutra Vida”.
Conta ele que quando o Espírito de Macário Fagundes bateu à porta da Esfera Superior, abraçava à altura do peito elegante volume da Bíblia. Pois a Bíblia resumira-lhe na Terra as preocupações e os objetivos. Refugiara-se nela, dela fazendo argumento de última instância.
Quando Macário se perfilava reverente, ao pé da Sagrada Porta, um Mensageiro espiritual o atendeu. E ele explicou a própria condição. Vinha do mundo. Fora cristão fiel. Perdera o corpo de carne, no fenômeno da morte, e queria descanso. Para isso, acrescentava que vivera o temor da Bíblia, consagrando-se a ela de alma e coração.
‒ Entretanto, que fez você com a Bíblia? – indagou o mensageiro, calmo.
‒ Adorei a Bíblia como sendo a palavra de Deus, em todos os meus dias. Posso dizer que a Bíblia está contida em 69 livros, sendo 42 no Velho Testamento e 27 no Testamento Novo.
E prosseguiu:
‒ A Bíblia está formada de 1.189 capítulos. Os 1.189 capítulos estão divididos em 31.138 versículos. Os 31.138 versículos possuem 774.748 palavras. As 774.748 palavras estão articuladas com 3.566.512 letras. O meio da Bíblia fica no versículo 8, do Salmo 118, em que o profeta diz claramente: “É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.” O versículo mais longo é o de número 9, do capítulo VIII, do Livro de Ester, que  relaciona uma ordem de Mardoqueu, e o versículo mais curto é o de número 35, do capítulo XI, do Evangelho de João, que dá notícias do pranto de Jesus por Lázaro morto. A Bíblia gastou cerca de mil anos para ser escrita, e está traduzida em mais de mil línguas e dialetos.
Admitindo que ele apresentara quanto pretendia, o mensageiro replicou:
‒ Efetivamente, a sua cultura do livro sagrado é espantosa, mas desejamos saber o que você realizou com a Bíblia no coração e nas mãos...
‒ Ah! – tornou ele, repentinamente desapontado. – Já disse o que consegui... Minha confiança na Bíblia diz tudo...
‒ Sim, os seus conhecimentos são admiráveis; no entanto, a Esfera Superior pede obras, obras edificantes... A Lei determina seja cada um de nós julgado pelas próprias obras... É preciso que você relacione os próprios feitos...
‒ O apóstolo Paulo declara no capítulo 5,1 na Epístola aos Romanos, que “justificados pela fé temos paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus - Cristo”.
‒ Sem dúvida – atalhou o amigo espiritual –, a fé constitui o alicerce de todo trabalho, tanto quanto o plano é o início de qualquer construção. O apóstolo Paulo deve ser atenciosamente ouvido, mas não podemos esquecer a palavra do Divino Mestre, no versículo 34, do capítulo 13, no Evangelho de João: “Amai-vos uns aos outros como vos amei”. Não ignoramos que Jesus nos amou em plena renunciação de si mesmo para melhor servir.
‒ É..., é..., de fato... E agora? – indagou Macário. – Se me dediquei completamente à fé, que fazer agora?
‒ É preciso voltar ao planeta Terra e nascer de novo para fazer o bem que ensinamos. O próprio Cristo não teve outro programa, perante Deus. E Paulo de Tarso, que exaltou a fé, não viveu outras diretrizes diante do Cristo... Crer, sim, mas fazer também. Fazer muito! E sempre fazer o melhor!...
Macário resmungou, chorou, lastimou-se, reclamou; contudo, não teve outro remédio senão aceitar a verdade e nascer de novo.
O Caminho do Serviço, ou o Caminho das Obras, é o Caminho do Amor ao Próximo. Pois, segundo Paulo, “A FÉ SEM OBRAS É MORTA”.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

O AMOR DA FAMÍLIA


“Nada se compara ao amor de uma família muito unida!”.


Ouvi um Locutor narrando pelo instagram a belíssima história a seguir (com algumas adaptações, que fizemos), e que merece um requintado exame.
Todos os dias uma idosa observava uma jovem sair de casa. Saía tão rápido para encontrar as amigas que nem respondia quando a mãe se despedia.
Uma tarde, vendo que ela voltava da escola, a idosa a chamou do portão de sua casa. Ofereceu a ela um chá que tinha acabado de fazer e disse:
‒ Quero lhe contar uma história.
A jovem não estava muito contente, mas pegou a xícara de chá e ficou esperando pela história.
‒ Era uma vez uma linda jovem que tinha uma família muito amorosa – começou a contar a idosa. ‒ Esta moça era simpática e muito popular... Mas também muito vaidosa. Estava sempre buscando atenção e dizia que não tinha tempo para ficar com sua família. Quando a sua irmãzinha perguntava “quer brincar comigo?”, ou quando a mãe perguntava “pode ficar com os seus irmãos enquanto saio?”..., ela respondia sempre que não; e depois saía para ir a alguma festa onde todos a admiravam pela sua beleza: os amigos, o namorado... Acabava que estava sempre fora de casa.
Logo a moça se transformou em uma jovem mulher e se mudou para uma grande cidade... Na qual tinham ainda mais refletores para iluminá-la e ainda mais pessoas para enfeitiçar com seu charme.
Mas os anos passavam... E a sua beleza começava a não ser a mesma. Aqueles que a admiravam tanto, agora começavam a vê-la como ela era: um vaso vazio. Uma de cada vez, as pessoas que a cercavam começaram a se afastar...
Quando ficou completamente sozinha e desesperada, voltou para a sua cidadezinha. Esperava poder reatar os laços com a sua família e reconstruir o relacionamento que tanto havia recusado. Mas a sua mãe não estava mais ali.  Surpresa, perguntou para a vizinha onde estava a sua família. Ela olhou com piedade e disse: “a sua família foi embora faz tempo...”. A mulher foi tomada pela dor. Entendeu naquele momento que o amor que tinha sempre recusado da sua família, havia desaparecido para sempre.
A idosa suspirou... E percebendo que a moça havia compreendido o que ela queria dizer, então finalizou:
‒ A mulher de quem estou lhe falando... SOU EU.
A moça apoiou a xícara na mesa e enxugou os olhos das lágrimas que continuavam a jorrar.
E a voz impostada do Locutor deixa seu recado: “aproveite aquilo que você tem quando ainda o tem e não pense que o amor é algo garantido! A beleza, a juventude e a saúde acabam e as pessoas que uma vez te veneravam, podem se afastar... Mas o AMOR DA FAMÍLIA é um dom insubstituível!”.
Imaginei ouvir a oração final do Locutor – típica de Rodeios –, desejando paz saúde e prosperidade a todos, e fiquei meditando sobre a importância do amor.
Rui Barbosa considerava a família como a célula mater da sociedade. Pois é a partir desse pequeno grupo de pessoas que se desenvolve toda a sociedade humana. Daí a importância da sua função educadora para o bem comum.
Viver harmoniosamente em família – segundo Santo Agostinho –, não é tão difícil, pois não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la tanto o sábio como o ignorante.  Apenas exige a humildade das pessoas simples, colocadas lado a lado no mesmo lar para juntos crescerem e evoluírem intelectual e moralmente.
Deus, através do amor paternal, maternal e filial, nos convida a todos para o exercício do AMOR UNIVERSAL, o qual nos eleva à vida em sua dimensão maior, de paz, saúde, felicidade...
O Amor é a Lei Maior do Criador, que rege todo o Universo. Daí ecoar em nós o convite do Mestre Jesus para que amemos o nosso próximo como a nós mesmos. Que aprendamos a perdoar para ser perdoados! Que cada um aprenda a ser tolerante, paciente, respeitoso...! Afetuoso e compreensivo com os nossos irmãos, como forma de verdadeiramente AMAR.
E AMAR, no seu sentido profundo nos diz Sansão, no Evangelho Segundo o Espiritismo, que “é ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros aquilo que se deseja para si mesmo”.
 Disse Jesus: “Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros”. (João 13,34).

domingo, 9 de fevereiro de 2020

DEUS NÃO CASTIGA NEM PERDOA!


“Imprimirei as minhas leis nos seus corações e as escreverei no seu espírito” (Hb 10,16).


Certa vez um neófito de uma seita esotérica procura seu Mestre e pergunta:
‒ Deus se ocupa de todos nós?
‒ De todos nós e de todos os seres que criou; por menores que eles sejam.
‒ Mas será que Deus tem necessidade de se ocupar de cada um de nossos atos para nos recompensar ou punir?
‒ Deus tem leis que regulam todas as nossas ações. E se alguém viola essas leis a culpa é de quem violou essa lei!
‒ Deus então não faz um julgamento do pecador para puni-lo?
‒ Não..., mas traçou um limite! As doenças e muitas vezes a morte são consequências de nossos excessos, de nossos erros. Eis então a punição: ela é o resultado da infração à lei de Deus.
‒ Todas as nossas ações são submetidas às leis de Deus?
‒ Sim, não há nenhum mal praticado, por mais insignificante que nos pareça, que não consista numa violação dessa lei.
‒ Se sofremos as consequências da violação das leis de Deus, então só devemos culpar a nós mesmos! É isso?
‒ Deus não castiga ninguém! Somos os próprios artesãos de nossa felicidade ou infelicidade futura. Há sobre isso até uma fábula interessante para se meditar:
 Um Pai deu a seu filho educação e instrução, ou seja, os meios para saber conduzir-se. Ele lhe cede um campo para cultivo e lhe diz: “Aqui está a regra a seguir, e todos os instrumentos necessários para tornar esse campo fértil e assegurar tua subsistência. Dei-te a instrução para compreenderes essa regra. Se a seguires, teu campo produzirá em abundância e proporcionar-te-á repouso nos dias de velhice; se a desprezares, o campo nada produzirá, e morrerás de fome”. Dito isso, o Pai deixa o filho agir livremente.
E o Mestre, comenta a fábula, assim:
‒ Não é verdade que a produção do campo para cultivo será proporcional aos cuidados prestados à cultura, e que toda negligência prejudicará a colheita?
Pois na velhice o filho será feliz ou infeliz conforme tenha seguido ou negligenciado a regra traçada pelo Pai.
Deus é ainda mais previdente, pois nos adverte a cada instante se fazemos bem ou mal: envia-nos Espíritos para inspirar-nos, mas não os escutamos.
Há também a diferença de que Deus sempre dá ao homem recursos, em novas existências, para reparar os erros passados, ao passo que o filho de que falamos não tem mais essa oportunidade, se empregou mal o seu tempo.
Os diálogos acima foram construídos a partir do capítulo do Livro dos Espíritos que trata da “Intervenção De Deus Nas Penas e Recompensas” – questões 963 e 964, com comentários de Kardec.
Mas faltou perguntar: se Deus não Castiga, será que também não Perdoa?!
Lembremos: que as Leis de Deus são perfeitas e imutáveis; que Deus não criou o ser humano perfeito e acabado; e que lhe deu o Livre-arbítrio para decidir. Assim, Deus deixa a cada um a responsabilidade pelas consequências de seus atos. Sem o Livre-arbítrio não há culpa do mal nem mérito do bem!
Não é Deus que impõe as tribulações da vida como castigo; e, da mesma forma, Deus também não perdoa para não tirar a responsabilidade do Espírito de agir livremente, para não diminuir o mérito de seus esforços na sua ascensão espiritual.
Quando alguém se arrepende de um mal feito, Deus aceita o seu pedido de perdão como um exercício de humildade, de reconhecimento do erro cometido. 
As Leis de Deus dão ao pecador todas as condições de sua reabilitação. Se vitorioso, ele estará plenamente de acordo com elas, e, consequentemente, perdoado pelos seus próprios méritos.
Deus não castiga porque suas leis são de Amor, e não perdoa porque jamais se ofende. O perdão de Deus é o nosso retorno ao caminho reto, pois pela lei da reencarnação já nos perdoa (sem nos perdoar!), pela nova oportunidade que nos dá para acertar e reconstruir o futuro.
Jesus pregava o perdão a Deus condicionando-o ao perdão do próximo, como está na oração dominical: “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam...”.
Ninguém te condenou? – perguntou Jesus à Mulher adúltera. E, diante da negativa disse-lhe: “Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar” (João 8,11).
Então, ante as Leis Divinas é o próprio ser humano que profere para si as sentenças de culpa ou absolvição.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

ISSO SIM É QUE É VIDA BOA!


Feliz é aquele que vê a felicidade dos outros sem ter inveja


Quando a felicidade alheia lhe incomoda é sinal que você não está bem. Alguma coisa está errada! Você já parou para pensar nisso? Procurou ajuda espiritual? Buscou as forças do Criador para ter uma luz sobre sua vida?
Saiba que Deus é PAI. Ele não desampara nenhum de seus filhos! Ele sabe qual é o melhor lugar para você; o que você mais necessita; e quais as lições que você deve aprender! Por essa razão todos nós estamos no lugar correto, com pessoas certas, na profissão adequada...
A vida é cheia de desafios!... Desafios à nossa inteligência, à nossa capacidade de lutar, persistir, prosperar e vencer. Desafios aos nossos sentimentos para superar emoções negativas, que nos deprimem e nos deixam frustrados.
Não importa se você nasceu rico, pobre, remediado, miserável, com um corpo privilegiado ou deficiente... Não importa a sua raça, a sua cor, o seu sexo, a sua crença, VIVER é você florescer no lugar exato em que foi plantado no mundo. Ou seja, no lugar que a sabedoria divina escolheu para você obter as mais ricas experiências de vida – a sua melhor colheita! A boa colheita dos mais sagrados bens do Reino de Deus!
Se Deus lhe deu muitas coisas Ele pode tirá-las! Considere tudo o que possui como um depósito, do qual você deve se utilizar para fazer o bem... Sem inveja!... Sem se envaidecer!... Sem ambição!...
A questão 926 do Livro dos Espíritos diz que “Aquele que sabe limitar seus desejos e que vê sem inveja o que está além de seu alcance, poupa-se de muitos aborrecimentos na vida”.
A história, a seguir, de autor desconhecido, ilustra bem tudo isso.
O dia havia apenas amanhecido e um agricultor já estava capinando a lavoura. Aquele seria, como outros tantos, um dia de trabalhos árduos de sol a sol.
Ele sulcava o solo e ao mesmo tempo pensava na vida. Como era difícil a sua luta diária para sustentar a família. E se surpreendeu questionando a justiça divina, que o escolhera para o trabalho duro, enquanto privilegiava outros com tarefas leves e agradáveis.
O sol já ia alto quando ele cansado tirou o chapéu e limpou o suor que escorria pelo rosto. Apoiou o braço sobre o cabo da enxada e se deteve a olhar ao redor por alguns instantes.
Ao longe podia se ver a rodovia que cruzava as plantações; e ele avistou um ônibus, que transitava pelas cercanias. Imediatamente pensou consigo mesmo:
– Vida boa deve ser a daquele motorista de ônibus. Trabalha sentado, e sem muito esforço conduz muita gente a vários destinos. Não toma chuva nem sol e ainda de quebra deve ouvir uma musiquinha para se distrair.
De fato o motorista trabalha sentado e não está sujeito às intempéries.
Mas, o motorista ao ser ultrapassado por um automóvel de passeio, começou a pensar de si para consigo:
– Vida boa mesmo deve ser a desse executivo, dirigindo um carrão de luxo! Não tem patrão para lhe cobrar horários nem tem que passar dias na estrada como eu, longe de casa e da família.
No entanto, logo à frente o executivo pensava em como era difícil a sua correria diária. As preocupações com os negócios, as viagens longas, as reuniões intermináveis, o salário dos empregados, os impostos, aplicações, investimentos e outras tantas coisas para resolver.
Mergulhado em seus pensamentos, avistou no céu um avião que cruzava os ares, e disse como quem tinha certeza:
– Vida boa é a de piloto de avião. Conhece o mundo inteiro de graça, não precisa enfrentar esse trânsito infernal e o salário é compensador.
Dentro da cabina da aeronave o piloto, cheio de problemas, pensava:
– Como é dura a vida que eu levo! Semanas longe da esposa, dos filhos, dos amigos. Vivo mais tempo no ar do que no solo e, para agravar, estou sempre preocupado com as centenas de pessoas que viajam sob minha responsabilidade.
Nesse instante, um ponto escuro no solo lhe chamou atenção. Observou atentamente e percebeu que era um agricultor na lavoura. E exclamou para si mesmo com certa melancolia:
– Ah, como eu gostaria de estar no lugar daquele homem, trabalhando tranquilamente em meio à vegetação e ouvindo o canto dos pássaros, sem maiores preocupações! E ao final do dia voltar para casa, abraçar a esposa e os filhos, jantar, descansar e repousar serenamente ao lado daqueles que tanto amo. Isso sim é que é vida boa!