“A morte é bela para quem sabe fazer bela a sua vida”.
O Canto do
Cisne, pronunciado por Sócrates no seu último discurso – embora seja uma
lenda da Grécia antiga, considerada uma espécie de “fake news” daquela
época –, permaneceu inspirando o mundo artístico, pelos séculos afora.
A expressão “O Canto do Cisne” trata-se, na
verdade, de uma metáfora, que serve para descrever as derradeiras realizações
mais importantes do ser humano, ou a sua última tentativa de fazer algo
grandioso antes de falecer.
Essa interessante história é de autor desconhecido.
Vamos conhecê-la?
Pode-se
dizer sobre os Cisnes, que eles vivem em regiões frias e pantanosas; que têm um
péssimo senso de humor e poucos amigos dentro ou fora da espécie; que são belos
e orgulhosos; que têm longos e finos pescoços, harmoniosos... Mas que também são
protagonistas das histórias mais incríveis do mundo animal. Pois têm algo muito
especial. São decididamente monogâmicos. Ao formar um casal é para sempre. “Até
que a morte os separe” a fidelidade os une.
Os
Cisnes não cantam, com exceção de algumas espécies. Raras vezes emitem um som
gutural desagradável. No entanto, quase todas as espécies de cisnes quebram o
silêncio em um único momento: QUANDO VÃO MORRER.
Esse
instante é um momento quase mágico, pois cantam harmoniosamente. E o som dessa
canção pode ser ouvido até 10 km de distância em espaço aberto e parece, às
vezes, o som de um CORNE (instrumento de orquestra sinfônica).
Mas,
quando a morte se aproxima, misteriosamente o som se altera, se assemelhando ao
toque dos sinos graves. O canto vira um conjunto de harmonias que parecem, de
repente, um grito plangente e, ao mesmo tempo, uma canção cheia de entusiasmo e
de alegria.
O
resto dos cisnes sabe o que é, e mantêm um tipo de reconhecimento respeitoso
quando o seu parceiro está dizendo adeus à vida com essa canção.
A parceira do paciente terminal fica com ele
até o final, em um ritual incrível. Fica em silêncio, o tempo todo, a seu lado.
E a cena pode demorar um pouco.
Depois
que morre o cisne, o pântano ou o lago voltará a ser o mesmo, com o silêncio
sendo quebrado apenas pelo barulho dos outros animais ou das águas suavemente
batendo contra a costa.
Os
homens continuam estudando há séculos, qual a razão para esse último e único
Canto do Cisne. Por que esse adeus intrigante para a vida? Será que isso
significa alguma coisa? Cantam assim no final da vida, por quê? Ainda não se
conseguiu desvendar esse mistério!
Ao se ouvir uma história, diz um dito italiano: “Se
non è vero è bem trovatto” (se não é verdade, é bem pensado).
Embora se trate de uma lenda, suscita muita
reflexão. Pois, como disse Paulo Coelho, “Deus usa a morte, quando quer nos
mostrar a importância da vida”.
A morte não mata o amor. Segundo Pablo Neruda “Dois
amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tantas vezes enquanto
vivem, são eternos como a natureza”.
Descobrimos com a morte: que há transitoriedade em tudo;
que o trabalho realizado ainda permanece; que todas as vaidades desaparecem; que
a beleza da vida surge quando se escuta o coração; que há esperança de uma vida
melhor, porque, segundo Jesus, ela é eterna:
“Em
verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou tem a vida eterna e não
incorre na condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5,24).
O jogador de futebol Hernanes – O Profeta – diz que
“a vida é um espetáculo inédito a cada dia”. E tem razão, porque cada
dia é uma nova realidade. Nascemos e morremos a todo instante!
O ser humano muda constantemente! Se ele pensa em
alguma coisa, já no momento seguinte ele não é mais o mesmo! E isso é lei da natureza – Lei de Deus! É a práxis
da evolução, que nos impulsiona para uma vibração maior, para a ascensão
espiritual. Como ensinou Jesus: “Em verdade, em verdade te digo: quem não
nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus” (João 3,3).
Que a realização gloriosa e mais importante – o
nosso Canto do Cisne – seja nas obras
do Senhor! No amor ao próximo! Na caridade! – a nossa “tábua de salvação”,
ao chegar a hora de fechar os olhos dizendo
adeus à vida. E seguir, de consciência tranquila pelo dever cumprido, aos
etéreos espaços celestes.
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