Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sábado, 29 de junho de 2019

INDIGNAÇÃO


“Ódio é apenas uma curta mensagem de perigo”.


A indignação se justifica diante de uma injustiça. No entanto, algumas pessoas excêntricas têm - até por uma força de hábito -, o costume de se indignarem por motivos estapafúrdios. Qualquer coisa que acontece já é motivo para despertar seu sentimento de desprezo, de repulsa, aversão...
Essas pessoas sofrem interiormente. São pessoas amarguradas, ressentidas, e, muitas vezes com sentimentos de ódio, raiva, ira... Indignação, pois, assim, não faz bem a ninguém! É um perigo à saúde!
Quem odeia, tem ira, raiva e quer se vingar, facilmente adoece! Da mesma forma, o amargor ou azedume é um sentimento de dor que fere muito mais aquele que se acha indignado.
A indignação não permite que a gente veja plenamente a verdade dos fatos, pois inibe a nossa capacidade de empatia - de sentir o que sentiríamos caso estivéssemos na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa. Ela nos envolve numa penumbra que não nos permite visualizar o outro lado para encontrar a verdade.
A dialética, que é a arte do diálogo e da discussão, ensina a se proceder sempre pela união incessante dos contrários (Tese e Antítese) para se chegar mais próximo da verdade - a Síntese.
Só depois dessa arte praticada, haverá razão para se indignar ou não.
Há uma história, amplamente divulgada, que ilustra bem esta questão.
Conta-se que uma moça estava esperando seu voo, na sala de embarque de um grande aeroporto. E como deveria esperar por muitas horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. Comprou também um pacote de biscoitos.
Sentou-se numa poltrona do aeroporto, na Sala Vip (local destinado a pessoas de prestígio), para poder descansar e ler em paz.
Ao lado da poltrona onde estava o pacote de biscoitos, sentou-se um homem, que abriu uma revista e começou a ler.
Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um. Ela sentiu-se indignada, mas não disse nada. Apenas pensou: “Mas que cara de pau! Se eu estivesse mais disposta lhe daria um soco no olho para que ele nunca mais esquecesse esse atrevimento!”.
A cada biscoito que ela pegava o homem também pegava um. Aquilo foi deixando-a indignada, mas, por algum motivo não conseguia reagir.
Quando restava apenas um biscoito, ela pensou: “Ah..., o que será que esse abusado vai fazer agora?”.
Então, o homem dividiu o último biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.
Ah! Aquilo era demais! Ela estava bufando de raiva!
Então, pegou seu livro, pegou suas coisas e se dirigiu ao local do embarque. Mas, quando se sentou confortavelmente na poltrona do avião, ela olhou dentro da bolsa para pegar seus óculos e, para sua surpresa, seu pacote de biscoitos estava lá, ainda intacto, fechadinho!
Que vergonha! A moça percebeu que a errada era ela!... Havia esquecido que os seus biscoitos estavam guardados na sua bolsa. O homem havia dividido os biscoitos dele, sem se sentir indignado, nervoso ou revoltado. Enquanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar dividindo o biscoito dela com ele.
E já não havia mais tempo para ela se explicar..., nem pedir desculpas!
Esta história nos ensina a evitar sempre os julgamentos apressados, antes de se indignar. E nos ensina ainda a não premeditar os acontecimentos. Nessa hora, uma dose de paciência, de calma, tranquilidade ou de indulgência pode ajudar muito! Pode favorecer o começo de um diálogo que leve ao pleno esclarecimento da situação.
E isso é bem melhor do que um pré-julgamento, que pode levar a consequências desagradáveis, e, em casos mais graves, até aos tribunais. Pois julgamentos apressados andam de mãos dadas com a maledicência, a falsidade, a difamação, a injúria, a calúnia...
Lembre-se da mais admirável síntese da filosofia humana, prescrita por Jesus, no evangelho de Mateus 7,1: “Não julgueis, e não sereis julgados”.
E, para evitar maiores dissabores, é bom lembrar também, que existem quatro coisas que não se recuperam...
A pedra..., depois de atirada!
A palavra..., depois de proferida!
A ocasião..., depois de perdida!
O tempo..., depois de passado!

sábado, 22 de junho de 2019

O CANTO DO CISNE


“A morte é bela para quem sabe fazer bela a sua vida”.


O Canto do Cisne, pronunciado por Sócrates no seu último discurso – embora seja uma lenda da Grécia antiga, considerada uma espécie de “fake news” daquela época –, permaneceu inspirando o mundo artístico, pelos séculos afora.
A expressão “O Canto do Cisne” trata-se, na verdade, de uma metáfora, que serve para descrever as derradeiras realizações mais importantes do ser humano, ou a sua última tentativa de fazer algo grandioso antes de falecer.
Essa interessante história é de autor desconhecido. Vamos conhecê-la?
Pode-se dizer sobre os Cisnes, que eles vivem em regiões frias e pantanosas; que têm um péssimo senso de humor e poucos amigos dentro ou fora da espécie; que são belos e orgulhosos; que têm longos e finos pescoços, harmoniosos... Mas que também são protagonistas das histórias mais incríveis do mundo animal. Pois têm algo muito especial. São decididamente monogâmicos. Ao formar um casal é para sempre. “Até que a morte os separe” a fidelidade os une.
Os Cisnes não cantam, com exceção de algumas espécies. Raras vezes emitem um som gutural desagradável. No entanto, quase todas as espécies de cisnes quebram o silêncio em um único momento: QUANDO VÃO MORRER.
Esse instante é um momento quase mágico, pois cantam harmoniosamente. E o som dessa canção pode ser ouvido até 10 km de distância em espaço aberto e parece, às vezes, o som de um CORNE (instrumento de orquestra sinfônica).
 Mas, quando a morte se aproxima, misteriosamente o som se altera, se assemelhando ao toque dos sinos graves. O canto vira um conjunto de harmonias que parecem, de repente, um grito plangente e, ao mesmo tempo, uma canção cheia de entusiasmo e de alegria.
O resto dos cisnes sabe o que é, e mantêm um tipo de reconhecimento respeitoso quando o seu parceiro está dizendo adeus à vida com essa canção.
 A parceira do paciente terminal fica com ele até o final, em um ritual incrível. Fica em silêncio, o tempo todo, a seu lado. E a cena pode demorar um pouco.
Depois que morre o cisne, o pântano ou o lago voltará a ser o mesmo, com o silêncio sendo quebrado apenas pelo barulho dos outros animais ou das águas suavemente batendo contra a costa.
Os homens continuam estudando há séculos, qual a razão para esse último e único Canto do Cisne. Por que esse adeus intrigante para a vida? Será que isso significa alguma coisa? Cantam assim no final da vida, por quê? Ainda não se conseguiu desvendar esse mistério!
Ao se ouvir uma história, diz um dito italiano: “Se non è vero è bem trovatto” (se não é verdade, é bem pensado).
Embora se trate de uma lenda, suscita muita reflexão. Pois, como disse Paulo Coelho, “Deus usa a morte, quando quer nos mostrar a importância da vida”.
A morte não mata o amor. Segundo Pablo Neruda “Dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tantas vezes enquanto vivem, são eternos como a natureza”.
Descobrimos com a morte: que há transitoriedade em tudo; que o trabalho realizado ainda permanece; que todas as vaidades desaparecem; que a beleza da vida surge quando se escuta o coração; que há esperança de uma vida melhor, porque, segundo Jesus, ela é eterna:
“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5,24).
O jogador de futebol Hernanes – O Profeta – diz que “a vida é um espetáculo inédito a cada dia”. E tem razão, porque cada dia é uma nova realidade. Nascemos e morremos a todo instante!
O ser humano muda constantemente! Se ele pensa em alguma coisa, já no momento seguinte ele não é mais o mesmo!  E isso é lei da natureza – Lei de Deus! É a práxis da evolução, que nos impulsiona para uma vibração maior, para a ascensão espiritual. Como ensinou Jesus: “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus” (João 3,3).
Que a realização gloriosa e mais importante – o nosso Canto do Cisne – seja nas obras do Senhor! No amor ao próximo! Na caridade! – a nossa “tábua de salvação”, ao chegar a hora de fechar os olhos dizendo adeus à vida. E seguir, de consciência tranquila pelo dever cumprido, aos etéreos espaços celestes.  

sábado, 15 de junho de 2019

O FIO DE ARIADNE


“Mude os seus pensamentos e você irá mudar o seu mundo” (Norman Vincent Peale).


O fio de Ariadne ou linha de Ariadne é um processo utilizado para solução de problemas por meio de um método de registro mental das probabilidades de solução, até que se atinja um ponto de vista final desejado (o ponto verdadeiro).
A aplicação do fio ou linha de Ariadne na solução de um problema consiste, então, na criação e manutenção desse processo, o qual permite voltar a uma decisão anterior para tentar diferentes alternativas, tal como se faz em quebra-cabeças de raciocínio lógico – como o Sudoku e o jogo de Xadrez. 
Fio de Ariadne é um termo que tem sua origem no seguinte mito.
Diz a lenda, que Ariadne era filha do soberano de Creta, e Teseu era um nobre descendente do rei ateniense, que salvou a cidade de Creta do terrível Minotauro – uma criatura meio homem, meio touro.
O rei construiu no Palácio um labirinto para aprisionar o monstro. Mas só conseguia mantê-lo preso através do sacrifício de sete moças e sete rapazes a cada sete anos. Esse labirinto era cheio de caminhos enredados para que ninguém fosse capaz de deixar o seu interior depois que nele tivesse entrado.
Um dia Teseu decidiu matar esse monstro carnívoro. E esta sua atitude despertou o amor de Ariadne.
Ao descobrir que Teseu também estava completamente apaixonado por ela, Ariadne decidiu ajudá-lo a lutar contra o monstro, e lhe ofereceu uma espada mágica e o famoso fio de Ariadne, que o guiaria de volta ao exterior.
O fio de Ariadne era uma bola de linha dourada, que ajudaria Teseu a entrar e sair do labirinto sem se perder.
Teseu encontrou o Minotauro, e com sua espada o derrotou, retornando depois ao início do labirinto. Ao fugir da perdição do labirinto Teseu vê a verdade quando descobre que através do cordão, o ponto de partida era também a chegada!
A ideia deu certo! E, por isso, o fio de Ariadne, que salvou Teseu do labirinto e o trouxe de volta, é muito citado na filosofia. Em seu significado metafórico é visto como sendo a imagem do ser humano, que ao percorrer o enredado caminho labiríntico do seu interior, compreende o verdadeiro sentido da vida.
O ser humano ao buscar conhecer-se a si mesmo começa a tecer uma teia que o guiará pelo caminho da sua jornada interior. E o fio de Ariadne é a linha condutora de sua libertação. E, visto dessa forma, é a linha da VERDADE.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos livrará” (João 8,32). Ou, como dizia Zoroastro: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás a Deus e a todo o universo”,.
A linha da verdade que nos leva ao autoconhecimento passa necessariamente pela mudança de si mesmo. Você é a causa; a vida é só consequência. Quando você muda, o mundo muda! E isso acontece por uma lei natural, que alguns chamam de lei de causa e efeito e outros de lei da compensação. 
Para bem entender isso é preciso saber a diferença entre ser sábio e ser inteligente. Você sabe? Dizem que o ser muito inteligente quer mudar o mundo, mas não sabe como! Já o sábio tem a certeza que para mudar o mundo precisa mudar a si mesmo. Como simbolicamente nos demonstra a seguinte lenda.
Um rei ao chegar ao palácio depois de uma longa viagem, reclamou que seus pés estavam muito doloridos por causa dos pedregulhos da estrada. Chamou seus súditos e ordenou que cobrissem com couro aquela áspera estrada.
Diante do alto custo da obra que demandaria uma grande quantidade de bois a serem esfolados, um sábio do país ousou discordar do rei, afirmando:
− Majestade, por que gastar tanto dinheiro desnecessariamente? Por que não manda cortar um pequeno pedaço de couro para cobrir seus pés?
Surpreso, o rei concordou com a sugestão e, imediatamente, ordenou que lhe fizessem um par de sapatos!
Para melhorar o mundo basta mudar a si próprio! – foi o que aprendeu o Rei.
E você, quer mudar a si próprio?
Busque Deus e seu amor! Ilumine-se! Mate o monstro carnívoro que o devora. E encontre a saída do seu abismo interior através da linha de Ariadne – a linha da verdade dos ensinamentos de Jesus.
Transforme-se, que “o futuro te será mais brilhante do que o meio-dia, as trevas se mudarão em aurora” (Jó 11,17).

quarta-feira, 12 de junho de 2019

AOS ENAMORADOS


 “As almas encontram-se nos lábios dos enamorados” (Percy Bysshe Shelley).


Em comemoração ao Dia dos Namorados, compartilho um lindo texto de Charlie Chaplin, intitulado:
AMOR!
Enquanto sentado na aula de inglês, eu admirava a garota ao meu lado. Ela era a minha tão chamada “melhor amiga”.
Eu admirava seu lindo cabelo longo e desejava que ela fosse minha. Mas ela não me via com estes olhos, e eu sabia disso.
Depois da aula, ela veio em minha direção e me pediu pelas minhas anotações, pois tinha perdido a Aula passada, e eu as entreguei a ela.
Ela disse “obrigada” e me deu um beijo na bochecha. Eu queria dizer a ela..., eu quero que ela saiba que eu não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo mas sou muito tímido, e não sei porquê.
2º Ano do Colegial − O telefone tocou. Do outro lado da linha, era ela. Ela estava em prantos, murmurando continuamente sobre seu coração que fora partido por seu amor. Ela me disse que fosse vê-la porque ela não queria ficar só, então eu fui. Assim que me sentei ao seu lado no sofá, eu me fixei em seu suave olhar, desejando que ela fosse minha.
Após duas horas, assistindo a um filme, e três sacos de salgadinhos, ela decidiu ir dormir. Ela olhou para mim, disse “obrigada” e me deu um beijo na bochecha. Eu queria dizer a ela... eu quero que ela saiba que eu não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo mas sou muito tímido, e não sei porquê.
3º Ano do Colegial − Na véspera do baile de formatura ela foi até o meu armário. “O meu par está doente”; ela disse, “e ele não vai melhorar”. Eu não tinha companhia, e na 7ª série fizemos um pacto que se nenhum de nós tivesse companhia para o baile, iríamos juntos como “melhores amigos”. Então fomos.
Noite do Baile − Após tudo terminado, eu estava de pé, parado, na porta da casa dela! Eu a fitei enquanto ela sorria pra mim e me fitava com seus olhos de cristal. Eu quero que ela seja minha, mas ela não pensa em mim dessa forma, eu sei disso. Então ela disse “Foi o melhor momento da minha vida, obrigada” e deu-me um beijo na bochecha.
Eu queria dizer a ela, eu quero que ela saiba que eu não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo mas sou tímido, e não sei porquê.
Dia da Formatura − Um dia passou, depois uma semana, depois um mês. Antes que eu pudesse piscar era o dia da formatura.
Eu olhei enquanto seu corpo perfeito flutuava como um anjo até a plataforma para pegar seu diploma. Eu queria que ela fosse minha, mas ela não me via dessa forma, e eu sabia disso. Antes que todos se dirigissem aos seus lares, ela veio até mim em seu traje de formanda, e chorou enquanto eu a abraçava. Então ela levantou a cabeça de meu ombro e disse “Você é meu melhor amigo, obrigada”, e deu-me um beijo na bochecha.
Eu queria dizer a ela, eu quero que ela saiba que eu não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo mas sou muito tímido, e não sei porquê.
Alguns Anos Depois − Agora estou eu sentado no banco da igreja. Aquela garota está se casando agora. Eu a vi dizer sim e seguiu em frente, rumo a sua nova vida, casada com outro homem.
Eu queria que ela fosse minha, mas ela não me via dessa maneira, e eu sabia disso. Mas antes que ela partisse, ela veio até mim e disse “Você veio!!!”. Ela disse “obrigada” e beijou-me na bochecha.
Eu queria dizer a ela, eu quero que ela saiba que eu não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo mas sou muito tímido, e não sei porquê.
Funeral − Anos se passou, e eu olho para o caixão de uma garota que costuma ser minha “melhor amiga”. Na cerimônia, leram a entrada do diário dela, escrito na época do colegial. Isto foi o que leram: “Eu o admiro desejando que ele fosse meu, mas ele não me vê dessa forma, e eu sei disso. Por isso, cante, ria, dance e viva intensamente cada momento de sua vida... Antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”.
Com carinho, desejando que aproveite as oportunidades que a vida lhe oferecer... Qual é o seu sonho? O que você tem feito para realizá-lo? Reflita!!

sábado, 8 de junho de 2019

QUEM DE FATO VOCÊ É?


“O verdadeiro conhecimento vem de dentro” (Sócrates).


Um jovem habitante muito pobre, de uma aldeia distante, um dia recebeu um bilhete de Trem, para visitar um primo muito rico lá da capital.
Ele chegou à estação ferroviária com o bilhete. Mas, como nunca tinha viajado de Trem, não sabia como agir.
O jovem percebeu que na plataforma havia um grupo de pessoas bem vestidas e imaginou – devido a sua condição social – que não deveria sentar com elas.
Mais ao fundo, ele viu um grupo de malandros maltrapilhos e se juntou a eles – imaginando ser aquele o seu lugar.
Os passageiros da Primeira Classe embarcaram, enquanto os maltrapilhos ficaram aguardando. De repente soou um apito e o Trem começou a se movimentar. Os malandros pularam para dentro do vagão de bagagens e o jovem da aldeia foi com eles, ficando encolhido em um canto escuro do vagão, segurando a sua passagem com muito medo.
Ele aguentou firme, imaginando que aquele era o seu lugar. Até que a porta do vagão se abriu e entrou o maquinista junto com dois policiais. Eles reviraram as bagagens até que encontraram os maltrapilhos no fundo do vagão. O maquinista então perguntou:
− Posso ver os bilhetes?
O jovem da aldeia prontamente se levantou e apresentou o seu bilhete.
O maquinista analisou a passagem e começou a vociferar:
− Meu rapaz, você tem uma passagem de Primeira Classe. O que está fazendo aqui no vagão de carga?
Diante da surpresa de todos, concluiu o maquinista:
− Quando se tem um bilhete de Primeira Classe, o indivíduo deve se comportar como um passageiro de Primeira Classe.
Do referido caso, quais conclusões poderão ser tiradas?
Entendo que a primeira dela seja a importância do ser humano se conhecer.
Quando Sócrates disse “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses” estava indicando o caminho para o nosso autoconhecimento.
O autoconhecimento é a bússola de navegação, que dá o norte ao Espírito que busca acelerar a sua evolução na Terra. Pois, se conhecendo interiormente, sabe bem escolher e ocupar, na vida, os lugares que dizem respeito a ele mesmo. 
Desse episódio, também se pode concluir quão importante são as boas companhias em nossa vida.
As pessoas com quem convivemos nos influenciam com suas energias tanto para o Bem quanto para o Mal.
Há pessoas tão negativas, que só sabem reclamar de tudo, que são contra tudo, que julgam negativamente tudo o que você faz... São pessoas fofoqueiras, maledicentes, fanáticas, mal-humoradas, que não acreditam em Deus...
Esta lição nos diz para evitar pessoas assim, intoxicadas de energias do fracasso... Para não conviver com elas... Ou, se isso não for evitável, passar com elas o menor tempo possível.
São recomendações da Bíblia:
 “Não vos deixeis enganar: Más companhias corrompem bons costumes” (I Coríntios 15,33);
 “Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite” (Salmos 1,1-2).
Diz um ditado popular "diga-me com quem andas e eu te direi quem és". Essa é a mais pura verdade. Portanto, se você na vida tem um bilhete de Primeira Classe e quer obter sucesso, busque a companhia de pessoas prósperas, busque bons livros, palestras construtivas... Seja seletivo em tudo: nas informações e notícias que recebe e nos canais de tevê que assiste. Evite vídeos pornográficos, filmes de terror e de violência, jogos só de lutas...  Busque, porém, a companhia dos deuses, que você será um deles!
Seja resistente aos vícios e aos pensamentos que o põe pra baixo, no “fundo do vagão de carga, junto com os malandros e maltrapilhos da vida”! Faça uma blindagem mental de todos os seus pensamentos destrutivos.
E mude o foco. Acesse só os pensamentos positivos dos arquivos de sua mente, lembrando sempre que você nasceu para viajar na Terra numa embarcação de Primeira Classe!
Você tem o livre-arbítrio. Sua mente pode agir a favor ou contra você. Você decide, mas o universo sempre conspira a seu favor! Pois “Vós sois deuses”, já nos disse o maior dos Mestres!