“Amar não é
olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção” (A. S. Exupéry).
O mandamento “amar ao próximo como a si mesmo”,
ensinado por Jesus, suscita algumas perguntas: Quem é o próximo? E como amá-lo
a si mesmo?
Jesus coloca o nosso próximo como sendo todos os
seres humanos. E, assim..., ele manda amar até os nossos inimigos! "Digo-vos
a vós que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos
odeiam," (Lucas 6,27). Ele nos deixa claro que somos todos filhos do
mesmo Pai (Deus). Portanto, todos somos irmãos.
“Amar
como a si mesmo” é amar com o amor-próprio de sua autoestima.
Estimar é fixar um valor. E estimar o outro é avaliá-lo
com o valor de si mesmo. É dar a ele o mesmo valor que você tem. É valorizá-lo como irmão.
E, quando se valoriza o próximo, há por compensação
uma valorização maior de si mesmo perante Deus e os homens.
Se pensássemos em uma única vida na Terra, o que
prevaleceria seria sempre a regra de se levar vantagem em tudo. Por isso, as respostas às referidas perguntas
só têm sentido, se considerarmos que somos Espíritos Eternos com uma
multiplicidade de existências.
Como Espíritos em evolução, o mandamento já tem
sentido, porque o amor deixa de ser
uma ilusão. Passa a ser uma Lei da Natureza,
que eleva o ser às mais altas vibrações de paz e felicidade. É uma época de
plantio, visando uma próspera colheita num futuro promissor.
Na linha temporária da Eternidade o amor ao próximo tem consequências. Pois através da Lei
de ação e reação recebemos todo o bem que praticamos! Entre você prejudicar
alguém ou ser prejudicado, é preferível você ser o perdedor. Pois Deus
recompensará seu ato de desprendimento e de amor com bênçãos centuplicadas, que
se refletirão na sua vida, na sua saúde, no seu serviço, nos seus estudos e
seus negócios...
Jesus, (João 15,12), ao dizer "amai-vos uns
aos outros, como eu vos amo", mostra que a vida é de suma importância
para nós se ajudamos os outros a viver. Pois, ajudar o próximo é amar!
“Tudo
o que quereis que os homens vos façam,
fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas” (Mateus 7,12).
Há uma lenda de simplicidade linda, que ilustra bem
o amor ao próximo.
Deus
contemplava sua criação, quando um de seus arcanjos veio em sua direção, ajoelhou-se
e falou:
−
Senhor, eu visitei sua criação como pediu. Estive em toda parte. Observei cada
uma de suas humanas criaturas. E por ter visto, vim até o Senhor para eu
entender por que cada pessoa na Terra tem apenas uma asa, se nós anjos temos
duas? Podemos ir até o Seu amor, quando desejarmos! Podemos voar para a
liberdade se quisermos! Mas, e os humanos? Não podem voar com apenas uma asa!...
Deus,
na brandura dos gestos, respondeu pacientemente ao seu anjo.
−
Sim... Eu sei disso. Sei que fiz os humanos com apenas uma asa...
Intrigado,
e querendo um melhor entendimento, o anjo ainda perguntou:
−
Mas por que o Senhor deu às pessoas apenas uma asa quando são necessárias duas
asas para poder voar?...
Conhecedor
que era de tudo, Deus sem nenhuma pressa, respondeu-lhe:
−
Podem voar sim! Dei aos humanos apenas uma asa para que eles pudessem voar mais
e melhor que vocês, meus arcanjos... Para voar, meu amigo, você precisa de duas
asas... Embora livre, sempre estará sozinho! Mas os humanos... Os humanos com
sua única asa precisarão sempre dar as
mãos para alguém a fim de terem suas duas asas.
Cada
um deles – continuou o Altíssimo – tem na verdade um par de asas... A outra asa,
que completa o par, está em algum lugar do mundo. Assim, eles aprenderão a se
respeitarem, pois ao quebrar a única asa de outra pessoa, podem estar acabando
com as suas próprias chances de voar.
Assim,
meu anjo, eles aprenderão a amar outra pessoa... Aprenderão que somente se
permitindo amar, eles poderão voar. Tocando a mão do outro, em um abraço
afetuoso, eles encontrarão a asa que lhes falta... E poderão finalmente voar.
Somente através do amor irão chegar até onde estou... Assim como você meu anjo,
eles nunca “estarão sozinhos quando forem voar”.
Acho que o anjo compreendeu tudo o que nem
precisava ser dito. E deve ter saído pelo mundo conclamando:
Vamos todos dar
as mãos!...
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