"Disse-lhe Jesus: Se
podes alguma coisa!... Tudo é possível ao que crê". (Marcos 9,23)
Na década de oitenta, Dona
Elisa era dona de uma pensão bem próxima da Igreja Matriz em Itararé. Eu era
seu vizinho e mantinha com ela um bom relacionamento de muitos anos.
Certo dia ela me procurou
dizendo:
− Você está indo pra São
Paulo?
− Sim, vou hoje mesmo, por
quê?
− É que o Vitor está lá e
não tem como voltar. Quero que você leve esse dinheiro pra ele.
− A Senhora tem o endereço?
− Não. Ele está perdido por
lá!
− Mas Dona Elisa, São Paulo
é muito grande, como vou encontrá-lo?
− Ah! Pelo amor de Deus! Você
conhece bem a capital e o coração me diz com certeza que vai achá-lo!
Dona Elisa era uma pessoa
muito simples. E o Vitor, seu empregado, era um negro muito humilde, de muita
confiança de todos. Numa viagem pra São Paulo ele acabou se perdendo dos
companheiros e por lá ficou sem dinheiro, enfrentando todas as mazelas do
destino.
O pedido feito me comoveu.
Peguei o dinheiro, mas pensando comigo mesmo: “é uma missão impossível, mas
vou levar o dinheiro pra não fazer um desaforo pra ela, e depois eu lhe devolvo
na volta...”.
Cheguei a São Paulo depois
do almoço e me dirigi até a Praça da Sé. Depois, circulando ali pelo centro,
subi a Rua São Bento rumo à Praça da República. Mas, quando eu estava entrando
no Viaduto do Chá, para minha surpresa, encontrei sabe quem? O Vitor. Isso
mesmo! E ele me abraçou alegre e pedindo ajuda. Então, lhe perguntei:
− Vitor, o que aconteceu?
E ele me contou então uma
longa história – que não vem ao caso agora –, dizendo ao final, o seguinte:
− Estou dormindo na rua há
uns dez dias, e vivendo de esmolas.
− Sabe Vitor – disse-lhe,
estendendo umas notas de dinheiro – a Dona Elisa se preocupou muito com você e
lhe mandou essa quantia pra você voltar pra casa.
Ele pegou o dinheiro emocionado,
fechou os olhos e ali mesmo fez uma prece de agradecimento a Deus. Dias depois
nos encontramos em nossa cidade.
Lembro-me disso me
perguntando: Será que isso foi por acaso? Que mistério é esse? Parece coisa impossível?
Alguém pode nos responder
dizendo que é uma questão de fé. Mas como?!...
Eu entendo que se trata da
força do pensamento. Pois pensamento é energia que se irradia como ondas, como
raios, com imagens mentais ou formas-pensamento. Por meio dele nos conectamos com
quem a gente quiser.
Mentalmente estamos todos
conectados, mesmo quando acordados, porque nossa alma não está encerrada no
corpo. Ela se irradia pelo nosso entorno e revelamos às pessoas o que nos
preocupa.
As ondas mentais formam
correntes de pensamento, que circundam a nossa aura e nos envolvem. A
capacidade de emissão da mente em correntes de altas frequências vibratórias é
impregnada de amor e do desejo de ajudar o próximo. Por isso, quando uma boa ideia está no ar, os
que trabalham para o Bem a captam e compreendem mentalmente a necessidade de
sua realização, contribuindo para propagá-la e realizá-la, sem o perceber. Pois
falam a língua dos Espíritos.
Nas nossas conexões
mentais, podemos expressar o amor em forma de cooperação, solidariedade e
fraternidade, colocando no ar o desejo de realização das boas ideias. Isso é
uma forma de caridade, acionada por
uma atitude mental positiva, que
explica muitos fatos que ocorrem por acaso no cotidiano.
Disse Jesus: "[...]
se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser,
obterá esse milagre" (Marcos 11,23); "Tudo o que pedirdes com
fé na oração, vós o alcançareis" (Mateus 21,22).
Lembre-se que o universo
conspira a nosso favor. Por isso, recordemos outros ensinamentos do Livro Sagrado:
"Dê cada um conforme o impulso do seu coração,
sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria" (II Coríntios 9,7).
"Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração,
como para o Senhor e não para os homens," (Colossenses 3,23).
"[...] Vai, seja-te feito conforme a tua fé.
[...]"
(Mateus 8,13).
“Que diremos depois
disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8, 31).
"Esta
recomendação só visa a estabelecer a caridade, nascida de um coração puro, de
uma boa consciência e de uma fé sincera". (I a Timóteo 1,5).
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