“Não
exijas dos outros qualidades que ainda não possuem” (Chico Xavier).
O discípulo chegou ao mosteiro e perguntou ao mestre:
− Como faço para viver bem com as pessoas? Não suporto
gente mentirosa... Não tolero invejosos... Às vezes penso que não sou deste
mundo...
Pacientemente, o mestre disse:
− O mundo é o que é; ele não muda em função das suas
emoções. Não há como mudar as pessoas... A
única mudança possível é a de si mesmo. Tudo o que você pode fazer é
aprender a viver como as flores...
− Mas, como é possível a um ser humano viver como um
vegetal?
Disse o mestre:
− Apenas observe a Flor de Lótus... A Flor de Lótus
nasce num local imundo, cercada de lama e mau cheiro... No entanto, floresce da
forma mais espetacular que existe: completamente pura, sem se deixar
contaminar...
− Assim também deve acontecer com o ser humano –
continuou o mestre. Nosso semelhante é um templo sagrado, que deve ser protegido de qualquer julgamento. As pessoas agem e
reagem de acordo com seu grau de evolução. Não se deve pedir a uma pessoa mais
do que ela pode dar... A expectativa aprisiona e traz sofrimento para as duas
partes.
Rejeitar todo o mal que vem de fora. Florescer,
florescer e florescer... Isso é viver como as flores!
Esta mensagem intitulada VIVER COMO AS FLORES, que
pode ser acessada pela rede Wi-Fi, nos mostra como se relacionar com o próximo
para melhorar o mundo em que vivemos.
O ser humano cresce com os golpes duros da vida, mas
cresce muito mais com os toques suaves do amor. Quando tocamos o coração de uma
pessoa ela se transforma. Pois o amor é uma fonte inesgotável de energia
transformadora. O amor nunca envelhece, mas se renova, constantemente, nos atos
e gestos de fraternidade.
Cada ser humano guarda em si um universo de
conhecimentos adquiridos nas jornadas pela eternidade afora. Por isso, ele é
único na sua forma de ser. É singular, diferente, inigualável, cheio de si
próprio, e não pode ser moldado pelos nossos paradigmas.
Se o ser humano possui qualidades, virtudes, vícios e
defeitos diferentes uns dos outros, não podemos de forma alguma exigir de
ninguém qualidades que essa pessoa não tem. Até porque ela pode ter muitas
outras qualidades que nós não temos! A única coisa que podemos fazer então é
dar-lhe amor para que adquira com mais facilidade as qualidades que ainda não
tem.
Se amar ao próximo é um mandamento deixado por Jesus,
temos, então, que ser paciente; prudente e indulgente com o nosso semelhante.
Paciente, para entender que ninguém dá o que não tem! Para
saber que todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência de quem o
recebe. Não podemos ensinar física quântica a quem ainda está no ensino
fundamental! Nem exigir conhecimentos de matemática avançada de quem só sabe
aritmética elementar! E não podemos julgá-lo por isso, pois somente a pessoa
pode ser o agente da sua própria transformação.
Prudente, para momentaneamente calar, entendendo que
cada coisa virá a seu tempo, pois a semente lançada a terra, fora do tempo, não
produz. Entendendo também que a luz muito forte ofusca sem nada esclarecer; e
que, por isso, a verdade somente deve ser revelada gradualmente.
E, indulgente, cheio de bondade, brandura e amenidade
no coração, para aceitar o nosso irmão como ele é, sendo tolerante e até mesmo
condescendente com seus erros... E com muito amor e disposição para desculpá-lo
ou perdoá-lo!
Kalil Gibran, referindo-se à educação dos filhos,
descreveu numa poesia toda essa estratégia interacional, dizendo:
Vossos filhos não são vossos / São filhos e filhas da
vida, que anseiam por si próprios / Vêm através de vós, mas não de vós / E
embora convosco, não vos pertencem / Podeis dar-lhes vosso amor, mas não os
vossos pensamentos / Pois habitam o dia do amanhã, que não visitareis nem mesmo
em sonhos / Vós sois os arcos de que como flechas vossos filhos são disparados
/ Que vossa mão na mão do arqueiro seja para a alegria!...
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