“Um
líder corrige sem ofender e orienta sem humilhar” (Mário Sérgio Cortella).
Um casal mudou-se para um bairro muito tranqüilo. Na
primeira manhã na casa, enquanto tomava café, a mulher reparou através da
janela que uma vizinha pendurava lençóis no varal.
− Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está
precisando de um sabão novo... Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela
quer que eu a ensine a lavar as roupas!
O marido olhou e ficou calado.
Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã,
a vizinha pendurava os lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:
− Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos!
Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar
roupas!
E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia
seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.
Passado um mês, ela se surpreendeu ao ver os lençóis
sendo estendidos e, empolgada, foi dizer ao marido:
− Veja, ela aprendeu a lavar roupas! Será que a outra
vizinha ensinou? Porque eu não fiz nada!
O marido, calmamente, respondeu:
− Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da
nossa janela!
Esta história nos leva a uma reflexão sobre a atitude
de se criticar as pessoas.
Mas, o que é a crítica? A Crítica é a observação específica referente a determinado comportamento
de uma pessoa ou de uma sociedade.
Ela é Positiva,
quando reforça o comportamento observado; e Negativa,
quando visa corrigir ou melhorar o comportamento ou desempenho insatisfatório,
de baixa qualidade.
O que importa é que a Crítica seja Construtiva. Embora
se diga que não existe Crítica Construtiva – porque ela sempre vai provocar
descontentamento.
Madre Teresa de Calcutá dizia: “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las”. E talvez, por
isso, enfatizasse que “A crítica é o câncer do coração”.
Para ela “As críticas não são outra coisa
que orgulho dissimulado. Uma alma sincera para consigo mesma nunca se rebaixará
à crítica.”.
Todavia, com uma pequena dose de tolerância, é possível
se descobrir um lado bom da crítica. Basta para isso analisar a situação, com
profundidade e sem animosidade, para ficar bem claro o quê, no comportamento e
desempenho, precisa ser mudado, e por quê.
Essa tolerância pode ser assim expressa: “baldes”, “copos”, “cálices”. Os baldes estão totalmente abertos à
crítica; os copos nem tanto; os cálices menos ainda. Então, para cada
tipo de pessoa uma postura diferente.
Deve-se considerar também que na captação da mensagem:
7% referem-se às palavras; 38% referem-se à voz e ao seu volume; e 55%
referem-se à linguagem corporal – os gestos e expressão do rosto.
Para uma Crítica Construtiva se deve, então, levar em
conta os referidos percentuais de linguagem, ser tolerante e esperar o momento
oportuno para a observação ser feita. E é essencial que a pessoa, primeiro,
compreenda qual é o ponto. Depois que ela aceite que haja um problema. E,
finalmente, que ela aceite que haja necessidade de mudar.
Se quisermos mudar comportamentos – principalmente, de
pessoas queridas – é importante a gente se concentrar apenas no que deve ser
mudado, evitando qualquer comentário sobre a pessoa.
Nunca forçar alguém a mudar seu comportamento; mas
somente ajudá-la e encorajá-la, porque só
ela pode efetivamente executar a mudança.
O que importa com a Crítica é o crescimento da pessoa
ou do grupo.
Porém, ao criticar não se esqueça do sábio conselho de
Jesus:
“... com a medida com que tiverdes medido, também vós
sereis medido”.
E não se esqueça, ainda, que tudo depende do vidro da
janela, através da qual observamos os fatos. Antes de criticar, verifique se
você fez alguma coisa para contribuir. Verifique seus próprios defeitos e
limitações. Devemos olhar, antes de tudo, para nossa própria casa, para dentro
de nós mesmos.
Tire o cisco de seu olho! Lave sua vidraça! Abra sua
janela!
E quando você for o criticado, lembre-se: É preferível ser “vidraça” e participar do
processo de mudanças, do que ficar só atirando pedras.
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