Aquecendo a Vida

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sábado, 13 de fevereiro de 2016

ABRA SUA JANELA

“Um líder corrige sem ofender e orienta sem humilhar” (Mário Sérgio Cortella).



Um casal mudou-se para um bairro muito tranqüilo. Na primeira manhã na casa, enquanto tomava café, a mulher reparou através da janela que uma vizinha pendurava lençóis no varal.
− Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está precisando de um sabão novo... Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
O marido olhou e ficou calado.
Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava os lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:
− Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar roupas!
E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.
Passado um mês, ela se surpreendeu ao ver os lençóis sendo estendidos e, empolgada, foi dizer ao marido:
− Veja, ela aprendeu a lavar roupas! Será que a outra vizinha ensinou? Porque eu não fiz nada!
O marido, calmamente, respondeu:
− Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!
Esta história nos leva a uma reflexão sobre a atitude de se criticar as pessoas.
Mas, o que é a crítica? A Crítica é a observação específica referente a determinado comportamento de uma pessoa ou de uma sociedade.
Ela é Positiva, quando reforça o comportamento observado; e Negativa, quando visa corrigir ou melhorar o comportamento ou desempenho insatisfatório, de baixa qualidade.
O que importa é que a Crítica seja Construtiva. Embora se diga que não existe Crítica Construtiva – porque ela sempre vai provocar descontentamento.
Madre Teresa de Calcutá dizia: “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las”. E talvez, por isso, enfatizasse que “A crítica é o câncer do coração”. Para ela “As críticas não são outra coisa que orgulho dissimulado. Uma alma sincera para consigo mesma nunca se rebaixará à crítica.”.
Todavia, com uma pequena dose de tolerância, é possível se descobrir um lado bom da crítica. Basta para isso analisar a situação, com profundidade e sem animosidade, para ficar bem claro o quê, no comportamento e desempenho, precisa ser mudado, e por quê.
Essa tolerância pode ser assim expressa: “baldes”, “copos”, “cálices”. Os baldes estão totalmente abertos à crítica; os copos nem tanto; os cálices menos ainda. Então, para cada tipo de pessoa uma postura diferente.
Deve-se considerar também que na captação da mensagem: 7% referem-se às palavras; 38% referem-se à voz e ao seu volume; e 55% referem-se à linguagem corporal – os gestos e expressão do rosto.
Para uma Crítica Construtiva se deve, então, levar em conta os referidos percentuais de linguagem, ser tolerante e esperar o momento oportuno para a observação ser feita. E é essencial que a pessoa, primeiro, compreenda qual é o ponto. Depois que ela aceite que haja um problema. E, finalmente, que ela aceite que haja necessidade de mudar.
Se quisermos mudar comportamentos – principalmente, de pessoas queridas – é importante a gente se concentrar apenas no que deve ser mudado, evitando qualquer comentário sobre a pessoa.
Nunca forçar alguém a mudar seu comportamento; mas somente ajudá-la e encorajá-la, porque só ela pode efetivamente executar a mudança.
O que importa com a Crítica é o crescimento da pessoa ou do grupo.
Porém, ao criticar não se esqueça do sábio conselho de Jesus:
“... com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medido”.
E não se esqueça, ainda, que tudo depende do vidro da janela, através da qual observamos os fatos. Antes de criticar, verifique se você fez alguma coisa para contribuir. Verifique seus próprios defeitos e limitações. Devemos olhar, antes de tudo, para nossa própria casa, para dentro de nós mesmos.
Tire o cisco de seu olho! Lave sua vidraça! Abra sua janela!

E quando você for o criticado, lembre-se: É preferível ser “vidraça” e participar do processo de mudanças, do que ficar só atirando pedras.

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