“Conhecer a si mesmo significa
descobrir Deus nos outros” (Sócrates)
O filósofo Tales de Mileto
(625 a 547 A .C.) é considerado um
dos sete sábios da Grécia Antiga. Certa vez, um sofista (enganador) tentou
confundi-lo com as perguntas mais difíceis. Mas o Sábio respondeu a todas elas
sem a menor vacilação, e com a maior exatidão.
01.
O que é mais antigo? R - DEUS,
porque sempre existiu. 02. O que é
mais belo? R – O UNIVERSO, porque é
a obra de Deus. 03. Qual é a maior
de todas as coisas? R – O ESPAÇO,
porque contém tudo do Criador. 04. O
que é mais constante? R – A
ESPERANÇA, porque permanece no homem, mesmo depois de ter perdido tudo. 05. O que é a melhor de todas as
coisas? R – A VIRTUDE, porque sem
ela não existiria nada de bom. 06.
Qual é a coisa mais rápida de todas? R –
O PENSAMENTO, porque em menos de um minuto, nos permite voar até o final do
Universo. 07. Qual é a mais forte de
todas as coisas? R – A NECESSIDADE,
porque é com ela que o homem enfrenta todos os perigos da vida. 08. Qual é a mais fácil de todas as
coisas? R – Dar CONSELHOS.
Mas para a nona pergunta, o
sábio deu uma resposta, não entendida por seu interlocutor. A pergunta foi
esta: 09. O que é o mais difícil? R – Conhecer-se a si mesmo – replicou
o Sábio.
Mas, como conhecer a si
mesmo? Já ouvimos dizer que, “para descobrir o que somos; primeiro
precisamos descobrir aquilo que não somos...”. E nessa análise, entram todas
as atitudes que um ser humano tem diante da vida.
Somos produto de uma
sociedade mercantilista. Esse é o nosso ponto fraco! Passamos muito tempo
ouvindo apelos da TV e nos comportamos em conseqüência disso, consumindo... Agimos
como robôs!
Como sair disso? Essa é uma
grande dificuldade, pois há uma resistência: a luta interna com o próprio ego,
que teimará em não aceitar mudar.
“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e
não vês a trave que está no teu? Com essa questão Jesus alerta, em Mateus 7,3, a
dificuldade do ser humano em conhecer a si mesmo.
Conhecer o outro é só mais
um passo, que ajuda na luta interna de conhecer a si mesmo. Pois, temos uma tendência de nos vermos do
jeito que vemos aos outros. Você conhece a postura alheia, e ela reflete em si
mesmo!
Precisa-se compreender que
somos seres em formação e que estamos sempre mudando. Dinâmica esta que constitui
a práxis evolutiva: você se transforma; e quando transformado, se observa mais,
e se impulsiona para nova mudança e, por isso, vai precisar se conhecer
novamente e assim sucessivamente... Até chegar a uma fase mais adiantada,
quando então surgem certos questionamentos, tais como: De onde eu vim? O que é
que estou fazendo aqui? Para onde vou?...
É nessa fase que se dá o começo
da conscientização do ser, com a busca da sua verdadeira essência.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8,32). Começa, assim,
a busca transcendental, que irá dar o verdadeiro significado da palavra
libertação. Disse Jesus: “Buscai e achareis”. Máxima esta que é
semelhante ao princípio da lei do progresso: “Ajuda-te, e o céu te ajudará”;
o qual põe em ação as forças da inteligência.
“Vós sois deuses” (João 10,34), disse o divino Mestre,
para mostrar que somos essência divina. E é isso que em nós devemos reconhecer.
E só então entenderemos porque Jesus mandou “Daí, pois, a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus” (MT 22,21).
Para encontrar a chama
sagrada que habita em nós, cada criatura tem que se voltar, então, para dentro
de si mesmo. E isso não tem receita, depende de cada um!
São imprescindíveis nessa
busca: o estudo e a meditação. Mas, você não precisa de ninguém para se conhecer.
Basta entrar em si mesmo!
Os ensinamentos do
evangelho demonstram claramente que não somos deste mundo. Disse Jesus: “O
meu reino não é deste mundo” (João 18,36): “Há muitas moradas na casa de
meu Pai” (João 14,2). Estamos aqui apenas de passagem. Somos eternos!
Essa é a nossa maior
riqueza, que Deus distribui de graça e equitativamente para todos os seus
filhos. Essa riqueza é a única que levamos desta vida material.