“Ajuntai para vós tesouros no céu...”
(Jesus).
Um rei presenteou a princesa, com um belo colar de diamantes. Mas, o
colar desapareceu. Alguém disse que um pássaro o levou fascinado pelo brilho.
O rei, então, pediu a todas as pessoas do reino para procurá-lo e
anunciou uma recompensa de U$ 50.000 para quem o encontrasse.
Um dia, um moço caminhava de volta para casa ao longo de um lago completamente
poluído, sujo e com um mau cheiro terrível. Enquanto andava, ele viu algo
brilhar no lago e quando olhou viu o colar de diamantes da princesa. Decidiu
tentar pegá-lo, de forma que pudesse receber a recompensa.
Enfiou a mão no lago e agarrou o colar, mas de alguma forma o perdeu e
não o pegou. Tirou a mão e olhou outra vez, e o colar estava lá, imóvel.
Recomeçou. Desta vez entrou no lago imundo e, emporcalhando sua calça,
afundou seu braço inteiro para pegar o colar. Mas, estranhamente, ele perdeu o
colar novamente!
Saiu e começou a ir embora. Mas, então, outra vez o moço viu o colar
bem ali. Desta vez ele estava determinado a pegá-lo, não importava como.
Decidiu mergulhar no lago poluído, embora fosse algo repugnante de fazer. Seu
corpo inteiro tornou-se imundo. Mergulhou e mergulhou e procurou por toda parte
pelo colar, mas fracassou novamente. Desta vez ele ficou realmente aturdido e
saiu, sentindo-se mais deprimido ainda, já que, sem conseguir pegar o colar,
não receberia os U$ 50.000.
Um velho que passava por ali o viu e perguntou-lhe:
− Oi moço, o que está havendo?
− Nada! – respondeu o moço sem querer compartilhar o segredo, pensando
que o velho poderia tomar-lhe o colar para si.
Mas o velho pôde perceber que ele estava incomodado e insistiu:
− Oi moço, me conta qual o seu problema, pois, prometo não contar nada
para ninguém.
− Está bem! – disse o rapaz. E,
como já dava o colar como perdido, decidiu por alguma fé no velho, contando
tudo sobre o colar e como ele tentou pegá-lo, mas como tinha fracassado.
O velho então lhe disse:
− Caro jovem! Em vez de olhar para o lago imundo, olhe para cima, em
direção aos galhos da árvore.
Então, o moço olhou para cima e, para sua surpresa, o colar estava
pendurado no galho de uma árvore. Tinha o tempo todo, tentado capturar um
simples reflexo do colar.
− A felicidade material – prosseguiu o velho – é exatamente como o
reflexo do colar neste lago poluído e imundo; porque é um mero reflexo da
felicidade verdadeira do mundo espiritual.
Não alcançaremos a felicidade plena que procuramos na vida material, não
importa o quanto nos esforcemos. Em vez disso, devemos “olhar para cima”, em direção a Deus, que é a fonte de felicidade
real, e parar de perseguir o reflexo desta felicidade no mundo material.
A felicidade espiritual é a única coisa que pode nos satisfazer
completamente.
A palavra de Jesus, não deixa dúvidas quanto a isso: “ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça
nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mateus,
6:20).
E quais são esses tesouros do céu?
São tesouros que estão dentro de nós, ou seja, são nossos valores
íntimos. Portanto, “olhar para cima”
não significa visualizar um céu beatífico lá em cima, mas olhar para o céu que
existe nos recessos da própria alma. E o único caminho para esse céu interior é
o trabalho no Bem. E quem pratica o Bem acumula esta riqueza na sua intimidade
e se sente feliz com isso.
Segundo São Tiago: “Aquele que
souber fazer o Bem, e não o faz, peca”. Veja aí, então, a importância do
ato de se fazer o Bem! Devemos, pois, fazer o Bem no limite de nossas forças
para também não respondermos pelo mal que pode resultar de não praticarmos o
Bem.
A prática do Bem é nossa luz – tesouro da alma – em sintonia com a Luz
divina. Assim, a recomendação do Mestre visa à paz do coração, à felicidade.
“Porque
aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas aquele que tiver
sacrificado sua vida por minha causa, recobrá-la-á” (Mateus 16,25).
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