Aquecendo a Vida

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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O TESOURO ESCONDIDO

Achar dinheiro num livro é coisa rara. Comum é achar neles um tesouro de alto valor.



Um jovem trabalhador, endividado e ansioso por melhorar sua condição de vida, estava sempre tentando a sorte na loteria. Sem resultado imediato e desanimado resolveu partir para a caça ao tesouro. Ficou sabendo então de muitas histórias de panelas encantadas, de jóias, dinheiro, ouro e prata enterrados e protegidos por assombrações. Tomou conhecimento ainda que muitas “almas penadas” apareciam e davam pra alguém esses enterros.
E foi, por isso, que ele se preparou para essa empreitada. Comprou até um aparelho de caça tesouros, aguardando um sinal do “outro mundo”!
E a oportunidade chegou. Pois, sonhou que devia ir à determinada igreja da cidade, onde, sob o piso da torre, havia um tesouro escondido.
O sonho se repetiu por três noites seguidas, e o jovem se decidiu ir até o local indicado. Lá chegando, encontrou a torre do sonho, mas ela estava sempre sob os olhares de alguém.
O que fazer se a torre estava sempre vigiada? Ele andava pra lá e pra cá aguardando um momento propício. Mas isso acabou chamando a atenção do pároco, que amável lhe perguntou se tinha perdido algo.
Com simplicidade o rapaz lhe contou o sonho. E o reverendo, que o reconheceu, deu uma gostosa gargalhada:
− Pobre rapaz! Gastou seu tempo em vão!
− Mas, padre – interpelou o jovem – é errado acreditar em sonhos!?
− Quem de bom senso daria crédito a um sonho qualquer? Se eu acreditasse em sonhos assim, iria à casa de seu pai, pois sonhei que lá há um tesouro escondido por trás da porta do quarto de visitas!...
O jovem abaixou a cabeça, agradeceu, e voltou pra casa. Lá, por trás da porta do quarto de visitas, havia uma biblioteca. Nela descobriu um tesouro que acabou com suas dívidas e melhorou em muito a sua condição de vida.
Mais tarde ele buscou nos evangelhos um tesouro maior. E, já rico e idoso, distribuiu parte de seus bens aos pobres e ajudou na restauração da Igreja. E, para sua surpresa encontrou, sob o piso da torre de seus sonhos, uma panela enterrada, mas somente com um patacão de cobre, no valor de 40 réis.
Parece que as tarefas das pessoas na Terra se resumem – como na história desse jovem – na procura de “tesouros”. Aqueles que esperam que os bens materiais “caiam do céu” sonham em achar tesouros. E lutam por tesouros a ponto de até assassinar quem está no seu caminho. Todavia, há tesouro e “tesouros”!
A moeda, o ouro e a prata são “tesouros” aparentes. Pois são bens perecíveis, que a traça e a ferrugem consomem e os ladrões roubam. São valores transitórios do mundo, que não se levam para o “andar de cima”, quando partimos deste planeta.
Ao contrário, o conhecimento é tesouro eterno. Pois é imperecível. Ninguém tira da gente. É de posse permanente do indivíduo. Vem daí a importância da educação para a evolução da humanidade.
No Brasil, infelizmente, a educação deixa muito a desejar. A média brasileira de leitura é inferior a dois livros anuais! Um dos menores índices do mundo!...
Grande é o número de personalidades que se transformaram pelo efeito de uma boa leitura. E livros há que conseguiram orientar para magníficas vitórias não só o espírito de alguns como de toda uma geração.
Todavia, a maior conquista do indivíduo está na assimilação dos ensinamentos cristãos. Quem os pratica certamente já usufrui desse precioso tesouro que estava escondido na sua própria casa!
Por isso, Jesus, sabendo dos artifícios que se emprega na conquista de tesouros, ditou a seguinte parábola: “O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu: e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo” (Mt, 13:44).

Atualmente não é difícil achar esse tesouro! Pensemos nisso!

sábado, 16 de agosto de 2014

O REFLEXO DA FELICIDADE

“Ajuntai para vós tesouros no céu...” (Jesus).



Um rei presenteou a princesa, com um belo colar de diamantes. Mas, o colar desapareceu. Alguém disse que um pássaro o levou fascinado pelo brilho.
O rei, então, pediu a todas as pessoas do reino para procurá-lo e anunciou uma recompensa de U$ 50.000 para quem o encontrasse.
Um dia, um moço caminhava de volta para casa ao longo de um lago completamente poluído, sujo e com um mau cheiro terrível. Enquanto andava, ele viu algo brilhar no lago e quando olhou viu o colar de diamantes da princesa. Decidiu tentar pegá-lo, de forma que pudesse receber a recompensa.
Enfiou a mão no lago e agarrou o colar, mas de alguma forma o perdeu e não o pegou. Tirou a mão e olhou outra vez, e o colar estava lá, imóvel.
Recomeçou. Desta vez entrou no lago imundo e, emporcalhando sua calça, afundou seu braço inteiro para pegar o colar. Mas, estranhamente, ele perdeu o colar novamente!
Saiu e começou a ir embora. Mas, então, outra vez o moço viu o colar bem ali. Desta vez ele estava determinado a pegá-lo, não importava como. Decidiu mergulhar no lago poluído, embora fosse algo repugnante de fazer. Seu corpo inteiro tornou-se imundo. Mergulhou e mergulhou e procurou por toda parte pelo colar, mas fracassou novamente. Desta vez ele ficou realmente aturdido e saiu, sentindo-se mais deprimido ainda, já que, sem conseguir pegar o colar, não receberia os U$ 50.000.
Um velho que passava por ali o viu e perguntou-lhe:
− Oi moço, o que está havendo?
− Nada! – respondeu o moço sem querer compartilhar o segredo, pensando que o velho poderia tomar-lhe o colar para si.
Mas o velho pôde perceber que ele estava incomodado e insistiu:
− Oi moço, me conta qual o seu problema, pois, prometo não contar nada para ninguém.
 − Está bem! – disse o rapaz. E, como já dava o colar como perdido, decidiu por alguma fé no velho, contando tudo sobre o colar e como ele tentou pegá-lo, mas como tinha fracassado.
O velho então lhe disse:
− Caro jovem! Em vez de olhar para o lago imundo, olhe para cima, em direção aos galhos da árvore.
Então, o moço olhou para cima e, para sua surpresa, o colar estava pendurado no galho de uma árvore. Tinha o tempo todo, tentado capturar um simples reflexo do colar.
− A felicidade material – prosseguiu o velho – é exatamente como o reflexo do colar neste lago poluído e imundo; porque é um mero reflexo da felicidade verdadeira do mundo espiritual.
Não alcançaremos a felicidade plena que procuramos na vida material, não importa o quanto nos esforcemos. Em vez disso, devemos “olhar para cima”, em direção a Deus, que é a fonte de felicidade real, e parar de perseguir o reflexo desta felicidade no mundo material.
A felicidade espiritual é a única coisa que pode nos satisfazer completamente.
A palavra de Jesus, não deixa dúvidas quanto a isso: “ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mateus, 6:20).
E quais são esses tesouros do céu?
São tesouros que estão dentro de nós, ou seja, são nossos valores íntimos. Portanto, “olhar para cima” não significa visualizar um céu beatífico lá em cima, mas olhar para o céu que existe nos recessos da própria alma. E o único caminho para esse céu interior é o trabalho no Bem. E quem pratica o Bem acumula esta riqueza na sua intimidade e se sente feliz com isso.
Segundo São Tiago: “Aquele que souber fazer o Bem, e não o faz, peca”. Veja aí, então, a importância do ato de se fazer o Bem! Devemos, pois, fazer o Bem no limite de nossas forças para também não respondermos pelo mal que pode resultar de não praticarmos o Bem.
A prática do Bem é nossa luz – tesouro da alma – em sintonia com a Luz divina. Assim, a recomendação do Mestre visa à paz do coração, à felicidade.

“Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas aquele que tiver sacrificado sua vida por minha causa, recobrá-la-á” (Mateus 16,25).


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

TRIBUTO A UM PAI CAMINHONEIRO

A melhor herança é a sabedoria paterna.



Gabriel, um velho caminhoneiro, era um maçom que adquiriu muita sabedoria lendo e meditando sobre a vida. Tinha um Aprendiz, seu filho Noel, a quem gostava de ensinar sua filosofia em todas as oportunidades possíveis.
Certa feita, no transporte de madeira, em uma estrada de terra, ele foi surpreendido por forte temporal. Encalhado, aciona o acelerador e nada! As rodas patinam e o caminhão não sai do lugar.  Desce do carro, pega uma corda, faz uma corrente de nós e diz ao seu ajudante:
− Filho, põe esta corrente nos pneus que estão deslizando.
− Sim Senhor – respondeu o jovem aprendiz.
Missão cumprida, Noel, todo molhado, grita:
− Pai, pode arrancar o carro! Está tudo pronto! Agora vai!
O motorista vai acelerando devagar e o veículo começa a andar. Dá um suspiro de alívio e mãos acenando berra ele entusiasmado:
− Ah! Ah! Conseguimos...!
No alto da serra, passado o temporal, retiram as correntes e viajam tranqüilos. Gabriel ainda tinha um longo trecho a percorrer. Aproveitando então para os ensinamentos daquela ocasião, foi logo filosofando:
− Sabe Noel, a vida é como esta viagem que estamos realizando. De vez em quando vem uma tempestade, a gente se atola em dívidas, em encrencas e pra sair, muitas vezes, temos que nos servir duma corda de nós, como o dessa corrente que eu fiz. Nós abençoados, divinos!... Pensando bem, o significado de seu nome até poderia ser assim. NÓ+EL = Nova Ordem de Deus ou divino.
− Papai – retrucou o jovem –, o senhor é mesmo o meu herói! Sabia que Gabriel significa herói da humanidade de Deus?
Após as gargalhadas, Gabriel continuou sua lição.
− Filho, a corda representa um feixe de energia cósmica, positiva, que nos impulsiona para uma Nova Ordem de vida, onde a alma, em vibrações cada vez mais elevadas, entra em sintonia com o Criador do Universo.
− E os nós da corda o que representam? – perguntou Noel.
− Os nós, quando apertados cortam e neutralizam as energias, representando dor e sofrimento. São nós de dificuldades, que nós mesmos criamos. Refletem nossos atos, fazendo a gente mudar de rumo e sair, por outros caminhos, da lama e da ignorância até chegarmos ao topo da serra. Representam, assim, a Justiçaa lei de causa e efeito. Já os nós frouxos são as lombadas da estrada. Representam a Prudênciaa lei do amor.
Após pequena pausa, Gabriel continuou entusiasmado:
− E nada de ódio e vingança, senão o da Justiça vai se fechar cada vez mais. Temos, sim, que usar da Prudência, agir com comedimento e não cometer erros. Para isso nada melhor que o perdão, como nos ensinou o Maior dos Mestres.
O perdão afrouxa as amarras, melhora o fluxo de energia para a harmonização e o convívio das pessoas. Gera o desbloqueio e o fortalecimento das energias de auxílios. Então nos permite desvencilhar da depressão, das angústias e sofrimentos e, assim, livres, alçarmos mais rápido um vôo bem alto... Como aves no céu!
Perdoar é mudar o pensamento, e mantê-lo mudado para se harmonizar com o universo. E harmonizando sua vida você conseguirá realizar seus sonhos - finalizou o velho caminhoneiro. 
Mais tarde, quando já não tinha mais o convívio de seu Pai, Noel teve um insight disso tudo ao visitar um templo maçônico e verificar na decoração no alto das paredes, junto ao teto, uma corda de 81 nós, circundando a Loja, simbolizando a União e a Fraternidade que deve existir entre todos os maçons da face da Terra.
Em tributo ao pai caminhoneiro, Noel pendurou uma corda de nós em sua casa. Que se tornou como a cruz, um símbolo sagrado, lembrando-o sempre dos atos de justiça e de prudência na união e evolução de todos nós.
“O que existe além de nós ou o que se estende diante de nós é mínimo quando comparado ao que temos dentro de nós (Ralph Waldo Emerson).


NOTA: Texto por mim criado em 2007 e republicado agora, atendendo pedidos de amigos. 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

VERGONHA NA CARA


“O importante não é ter nenhum vício; é ter alguma virtude”. (Célio Devenat)



No consultório médico:
− Bom dia, doutor!
− Bom dia, tudo bem! Seu nome?
− Marcela.
− Prazer, Marcela. Meu nome é Dr. Cláudio. Olha, não precisa ficar com medo, não! Relaxa. Fica tranqüila!...
− Está bem!
− O que está acontecendo, Marcela?
− Então, doutor, só de pensar em trabalhar me dá uma agonia, sabe?! Quando é domingo à noite e lembro que tenho que trabalhar na segunda-feira; eu fico louca, desesperada... E quando estou no trabalho me dá uma vontade de ir embora. Eu não sei mais o que faço doutor? Preciso saber o que eu tenho. Será que é grave?
− Fica tranqüila. Não esquente a cabeça, não! Todos os dias aqui eu tenho um caso como o seu. Não é bicho de sete cabeças. Tá bom! É simples de resolver.
− Então, me diz doutor, o que é que eu tenho?
− Você é VAGABUNDA!
− Ai, doutor! Sério!?
− Hum, hum!... Vagabunda!...
− E tem algum tratamento pra isso?
− Sim, está aqui, oh! É preciso tomar VERGONHA NA CARA!
− E como tomo Vergonha na Cara?
− É o seguinte: é um comprimido por dia; você vai acordar cedo, 6h45 da manhã; vai tomar seu banho; vai tomar o seu cafezinho, não é; e daí é só tomar Vergonha na Cara e ir trabalhar!
Esse relato jocoso me fez lembrar os escândalos políticos que abalam o país: falsidade, imoralidade, corrupção... Quanta falta de Vergonha na Cara!
Diante disso, questiono nosso sistema educacional: Por que não se ensinar Virtudes tanto no lar como na escola?
Na Faculdade, eu comentava sobre a importância de se ensinar valores e virtudes aos alunos. E a título de ilustração, analisei o texto “O Dom Supremo” – de Henry Drummond.
Falava eu, então, que as virtudes são elementos do Amor e, por isso, podem ser praticadas em qualquer momento de nossas vidas. Dizia, ainda, que apesar de escutarmos sempre falar muito do Amor a Deus; Jesus nos fala, todavia, do Amor ao Próximo. Pois, sempre buscamos a paz no Céu, enquanto que Jesus nos ensina a buscar a paz na Terra.
Paciência, Bondade, Generosidade, Humildade, Delicadeza, Entrega, Tolerância, Inocência, Sinceridade, Fé, Esperança, Caridade são, então, elementos desse Amor maior que busca a paz. São dons relacionados com a gente, com o cotidiano, com o presente e o futuro; enfim, com a eternidade... Por conseguinte, são imprescindíveis na formação de todo cidadão.
 “Professor, qual é a mais importante de todas as virtudes?” – me perguntaram.
Sem encontrar uma resposta plausível, consultei a classe, mas, não chegamos a uma solução satisfatória.
Todavia, diante da perfídia de alguns que compõem o conturbado cenário político atual, eu volto a meditar na sagacidade daquela questão e acho que encontrei a resposta! A mais importante das virtudes é Vergonha na Cara!
Pois, quem tem Vergonha na Cara é pessoa de Caráter, de bom feitio moral, de sólidas convicções. Ter Caráter é ser firme, ser coerente e ter domínio de si.
Lembrei-me, então, de Coelho Netto, quando argumenta que:
“O caráter é a disposição d’alma, como o porte é a compostura do corpo. O primeiro, íntimo, é tendência que se traduz em atos, o segundo é o jeito que se manifesta em atitudes.
“Como os componentes do corpo precisam do apoio do esqueleto, a alma precisa do caráter, que é a estrutura em que se firma.
“Assim como o homem em sociedade deve comportar-se com decência e nobreza, guardando o respeito que a boa educação impõe, assim também lhe corre a obrigação de atender a todas as conveniências da moral e da disciplina, portando-se com altivez sem soberba, discorrendo sem presunção, trazendo a sua palavra límpida e acudindo com ela, em réplica, ao ataque, sempre, porém, com generosidade, preferindo desarmar a ferir o adversário.

“Todas as virtudes se apóiam no caráter, que é a energia que nos mantém a prumo; uma vez, porém, que consintamos em vergá-lo, dificilmente o restabeleceremos na primitiva posição e já não terá a inflexibilidade que era a sua linha honesta, porque nele sempre se há de sentir a volta por onde se dobrou”.

domingo, 3 de agosto de 2014

ESTAGIÁRIOS DA ESCOLA DE ANJOS

“Muito cuidado com tudo o que você diz como age e aquilo que pensa! Sua mente trabalhará para que tudo aconteça, seja bom ou ruim”.



Na Escola de Anjos, os estagiários saíam em duplas para fazer o bem e, no final de cada dia, relatavam ao Anjo Mestre as boas ações praticadas.
Um dia, dois deles, depois de não terem podido praticar nenhum tipo de salvamento, regressavam frustrados quando depararam com dois lavradores que seguiam por uma trilha.
Neste momento, um Anjo, dando um grito de alegria, disse para o outro:
− Tive uma idéia. Que tal darmos o poder a estes dois lavradores por 15 minutos para ver o que eles fariam?
− Você ficou maluco? O Anjo Mestre não vai gostar nada disto!
− Vai sim! Vamos fazer isto e depois contaremos para ele.
E assim o fizeram. Tocaram suas mãos invisíveis na cabeça dos lavradores e se puseram a observá-los.
Eles foram por caminhos diferentes.
Um dos lavradores viu um bando de pássaros voando para a sua lavoura. Passando a mão na testa suada, disse:
− Por favor, passarinhos, não comam toda minha plantação! Eu preciso que esta lavoura cresça e produza, pois é daí que tiro o meu sustento.
Naquele momento, espantado, ele viu a lavoura crescer e ficar prontinha para ser colhida em segundos; pensou estar cansado e acelerou o passo.
Logo adiante, ele tropeçou num pequeno porco e disse:
− Você fugiu de novo, meu porquinho! A culpa é minha. Ainda vou construir um chiqueiro decente para você.
E o chiqueiro se transformou num local limpo e acolhedor.
Depois, ao abrir a porta da casa, a tranca caiu sobre sua cabeça. Ele, então, tirou o chapéu, e esfregando a nuca disse:
− De novo! E o pior é que eu não aprendo! Também, não tem me sobrado tempo. Mas, ainda hei de ter dinheiro para construir uma grande casa!
Naquele exato momento aconteceu o milagre. Aquela humilde casinha foi se transformando numa verdadeira mansão diante dos seus olhos.
Assustadíssimo, e sem nada entender ele se jogou na cama e dormiu.
Minutos depois, ele acordou com alguém pedindo socorro:
− Compadre, me ajude! Tô perdido!
Ele se levantou correndo, e quando chegou à porta, encontrou o amigo em prantos. Perguntou o que havia se passado e ouviu a seguinte história:
Compadre, nós nos despedimos no caminho e eu segui para minha casa. Acontece que poucos passos adiante eu vi um bando de pássaros voando em direção à minha lavoura. Este fato me deixou revoltado e eu gritei:
− Vocês de novo! Tomara que seque tudo e vocês morram de fome!
Naquele exato momento, eu vi a lavoura secar e todos os pássaros morrerem! Pensei comigo: devo estar cansado. E apressei o passo, mas tropecei num porco e então gritei mais uma vez:
− Você fugiu de novo? Por que não morre de uma vez?
Compadre, não é que o porco morreu ali mesmo, na minha frente. E ao entrar em casa, a tranca da porta caiu na minha cabeça. E gritei novamente:
− Êta casa... Caindo aos pedaços!  Por que não pega fogo?...
Para minha surpresa, meu compadre, naquele exato momento a minha casa pegou fogo, e tudo foi tão rápido que eu nada pude fazer!
Mas... Compadre, cadê a sua casa?... De onde veio esta mansão?

Este texto – de autor desconhecido – tem enredo semelhante ao drama de uma jovem da novela SE7E PECADOS, de Walcyr Carrasco, (Rede Globo / 2008), que ao se consultar com uma cartomante é alertada para prestar atenção na forma como conduz sua vida, pois ela convive com sete pecados capitais: soberba, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria. Mas, ela convive também com sete virtudes: humildade, caridade, paciência, diligência, generosidade, temperança e castidade. Então, toda a novela se desenrola através desse jogo de opostos.
Jogo de opostos que também aparece na Escola de Anjos, quando o Anjo Mestre, ouvindo com muita atenção o relato dos Anjos estagiários, decretou que, a partir daquele momento, todo ser humano teria 15 minutos de PODER ao longo da vida. Só que, NINGUÉM jamais saberia quando estes 15 minutos – de PODER – estariam acontecendo.

Será que os próximos 15 minutos serão os seus? Então, não se esqueça que “Sua mente trabalhará para que tudo aconteça, seja bom ou ruim”.