Achar dinheiro num livro é coisa rara. Comum é achar
neles um tesouro de alto valor.
Um jovem trabalhador, endividado e ansioso por
melhorar sua condição de vida, estava sempre tentando a sorte na loteria. Sem
resultado imediato e desanimado resolveu partir para a caça ao tesouro. Ficou
sabendo então de muitas histórias de panelas encantadas, de jóias, dinheiro,
ouro e prata enterrados e protegidos por assombrações. Tomou conhecimento ainda
que muitas “almas penadas” apareciam
e davam pra alguém esses enterros.
E foi, por isso, que ele se preparou para essa
empreitada. Comprou até um aparelho de caça tesouros, aguardando um sinal do “outro mundo”!
E a oportunidade chegou. Pois, sonhou que devia ir à
determinada igreja da cidade, onde, sob o piso da torre, havia um tesouro
escondido.
O sonho se repetiu por três noites seguidas, e o jovem
se decidiu ir até o local indicado. Lá chegando, encontrou a torre do sonho,
mas ela estava sempre sob os olhares de alguém.
O que fazer se a torre estava sempre vigiada? Ele
andava pra lá e pra cá aguardando um momento propício. Mas isso acabou chamando
a atenção do pároco, que amável lhe perguntou se tinha perdido algo.
Com simplicidade o rapaz lhe contou o sonho. E o
reverendo, que o reconheceu, deu uma gostosa gargalhada:
− Pobre rapaz! Gastou seu tempo em vão!
− Mas, padre – interpelou o jovem – é errado acreditar
em sonhos!?
− Quem de bom senso daria crédito a um sonho qualquer?
Se eu acreditasse em sonhos assim, iria à casa de seu pai, pois sonhei que lá
há um tesouro escondido por trás da porta do quarto de visitas!...
O jovem abaixou a cabeça, agradeceu, e voltou pra
casa. Lá, por trás da porta do quarto de visitas, havia uma biblioteca. Nela
descobriu um tesouro que acabou com suas dívidas e melhorou em muito a sua condição
de vida.
Mais tarde ele buscou nos evangelhos um tesouro maior.
E, já rico e idoso, distribuiu parte de seus bens aos pobres e ajudou na
restauração da Igreja. E, para sua surpresa encontrou, sob o piso da torre de
seus sonhos, uma panela enterrada, mas somente com um patacão de cobre, no
valor de 40 réis.
Parece que as tarefas das pessoas na Terra se resumem –
como na história desse jovem – na procura de “tesouros”. Aqueles que esperam que os bens materiais “caiam do céu” sonham em achar tesouros.
E lutam por tesouros a ponto de até assassinar quem está no seu caminho.
Todavia, há tesouro e “tesouros”!
A moeda, o ouro e a prata são “tesouros” aparentes. Pois são bens perecíveis, que a traça e a
ferrugem consomem e os ladrões roubam. São valores transitórios do mundo, que
não se levam para o “andar de cima”,
quando partimos deste planeta.
Ao contrário, o conhecimento é tesouro eterno. Pois é
imperecível. Ninguém tira da gente. É de posse permanente do indivíduo. Vem daí
a importância da educação para a evolução da humanidade.
No Brasil, infelizmente, a educação deixa muito a
desejar. A média brasileira de leitura é inferior a dois livros anuais! Um dos
menores índices do mundo!...
Grande é o número de personalidades que se
transformaram pelo efeito de uma boa leitura. E livros há que conseguiram
orientar para magníficas vitórias não só o espírito de alguns como de toda uma
geração.
Todavia, a maior conquista do indivíduo está na
assimilação dos ensinamentos cristãos. Quem os pratica certamente já usufrui
desse precioso tesouro que estava escondido na sua própria casa!
Por isso, Jesus, sabendo dos artifícios que se emprega
na conquista de tesouros, ditou a seguinte parábola: “O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo
que um homem achou e escondeu: e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e
compra aquele campo” (Mt, 13:44).
Atualmente não é difícil achar esse tesouro! Pensemos
nisso!