Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O TEMPO

“O tempo tem sempre o direito de fazer o que for correto”.
 (Martin Luther King).



Fui comprar um cabo pra enxada e encontrei na loja uma pessoa que me questionou assim:
− Ué!... Vai trabalhar no pesado, agora, depois de aposentado!?
− Lógico – respondi. Preciso fazer de tudo um pouco, senão vou morrer de tédio. Sabe que a vida de aposentado não é fácil. Se não administrarmos bem o tempo e cair na rotina ou no ócio a gente se deprime e morre mais cedo. Por isso que estou encabando a enxada!
O tempo é uma preciosidade e, por isso, deve ser valorizado e aproveitado com muita propriedade. Tanto que a Rede Globo de Televisão certa vez fez uma reportagem sobre a utilização do tempo.
E se o tempo nos foi dado para a nossa evolução, numa jornada de busca da perfeição através da transformação de nós mesmos, não podemos menosprezar um minuto sequer, porque a eternidade é feita de segundos.
Por isso, mesmo, almejamos que o novo tempo de todo ano que se inicia seja bem utilizado para a conquista de muitos méritos para nós e para a sociedade.
Principalmente para a nossa família, conforme nos ensina o brilhante escritor Carlos Drummond de Andrade: “Brincar com crianças, não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escolas, mais triste ainda é vê-los sentados sem ar, com exercícios estéreis sem valor para a formação do homem”.
Os pais devem ter consciência que com os filhos não se perde tempo, pois até o nosso exemplo serve para educá-los.
Conta-se que certa vez um menino, depois de cansado por esperar o dia em que o pai conseguiria tempo para lhe dar atenção, pergunta:
− Papai, quanto você ganha por hora?
− Por hora eu devo ganhar uns dez reais, meu filho – respondeu o pai, sem dar muita importância à pergunta.
O filho então abre a mochila da escola, conta dez notas de um real e as entrega ao pai, dizendo:
− Economizei do lanche. Agora, você pode me vender uma hora do seu tempo?
Que lição, hein?
Portanto, não reclamemos de falta de tempo. Façamos como James Michener, um consagrado escritor, falecido em 1997, que sabia exatamente como lidar com o tempo.
Foi professor, revisor de livros e alistou-se na Marinha durante a segunda guerra mundial. E ele teve ainda algumas de suas histórias adaptadas para musicais na Broadway.
Certa vez, uma garotinha de oito anos, acompanhada de seu pai, o visitou em sua residência. Levou-lhe um livro que continha uma história que ela mesma escrevera.
Esse homem ocupado com tantas coisas dispôs de tempo para se sentar no sofá junto à pequena, abrir a primeira página e ler em voz alta: Focas, por Hana Grobel.
Enquanto prosseguia a leitura, o telefone tocou.  Ele atendeu e ao interlocutor explicou: “estou lendo os originais de uma jovem escritora”.
Atendeu a ligação e prossegui a leitura.
Este homem inacreditável fora uma criança rejeitada. Jamais soube quem foram seus pais.
Foi recolhido por uma viúva e por ela criado e amado. Jamais descobriu o local e a data do seu nascimento.
Passou toda sua vida ajudando discretamente a quem desejasse estudar, reconhecendo que sua instrução foi o que de mais precioso sua mãe adotiva lhe dera.
Dispunha de tempo para tudo e para todos. Até mesmo para uma criança que escrevera uma história minúscula em um pequeno livro.
Dedicava-se a incentivar as gerações futuras. Essa era sua missão.
Dez dias antes de sua morte, teve tempo para oferecer a uma jovem a oportunidade de estudar na Universidade do Texas, oferecendo-se para lhe custear a primeira anuidade escolar.

Mesmo lhe restando poucos dias, o seu tempo era para fazer o BEM.

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