“O tempo tem sempre o direito de fazer o que for
correto”.
(Martin
Luther King).
Fui comprar um cabo pra enxada e encontrei na loja uma
pessoa que me questionou assim:
− Ué!... Vai trabalhar no pesado, agora, depois de
aposentado!?
− Lógico – respondi. Preciso fazer de tudo um pouco,
senão vou morrer de tédio. Sabe que a vida de aposentado não é fácil. Se não
administrarmos bem o tempo e cair na rotina ou no ócio a gente se deprime e
morre mais cedo. Por isso que estou encabando a enxada!
O tempo é uma preciosidade e, por isso, deve ser
valorizado e aproveitado com muita propriedade. Tanto que a Rede Globo de
Televisão certa vez fez uma reportagem sobre a utilização do tempo.
E se o tempo nos foi dado para a nossa evolução, numa
jornada de busca da perfeição através da transformação de nós mesmos, não
podemos menosprezar um minuto sequer, porque a eternidade é feita de segundos.
Por isso, mesmo, almejamos que o novo tempo de todo
ano que se inicia seja bem utilizado para a conquista de muitos méritos para
nós e para a sociedade.
Principalmente para a nossa família, conforme nos
ensina o brilhante escritor Carlos Drummond de Andrade: “Brincar com crianças, não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver
meninos sem escolas, mais triste ainda é vê-los sentados sem ar, com exercícios
estéreis sem valor para a formação do homem”.
Os pais devem ter consciência que com os filhos não se
perde tempo, pois até o nosso exemplo serve para educá-los.
Conta-se que certa vez um menino, depois de cansado
por esperar o dia em que o pai conseguiria tempo para lhe dar atenção,
pergunta:
− Papai, quanto você ganha por hora?
− Por hora eu devo ganhar uns dez reais, meu filho –
respondeu o pai, sem dar muita importância à pergunta.
O filho então abre a mochila da escola, conta dez
notas de um real e as entrega ao pai, dizendo:
− Economizei do lanche. Agora, você pode me vender uma
hora do seu tempo?
Que lição, hein?
Portanto, não reclamemos de falta de tempo. Façamos
como James Michener, um consagrado escritor, falecido em 1997, que sabia
exatamente como lidar com o tempo.
Foi professor, revisor de livros e alistou-se na
Marinha durante a segunda guerra mundial. E ele teve ainda algumas de suas histórias
adaptadas para musicais na Broadway.
Certa vez, uma garotinha de oito anos, acompanhada de
seu pai, o visitou em sua residência. Levou-lhe um livro que continha uma
história que ela mesma escrevera.
Esse homem ocupado com tantas coisas dispôs de tempo
para se sentar no sofá junto à pequena, abrir a primeira página e ler em voz
alta: Focas, por Hana Grobel.
Enquanto prosseguia a leitura, o telefone tocou. Ele atendeu e ao interlocutor explicou: “estou
lendo os originais de uma jovem escritora”.
Atendeu a ligação e prossegui a leitura.
Este homem inacreditável fora uma criança rejeitada.
Jamais soube quem foram seus pais.
Foi recolhido por uma viúva e por ela criado e amado.
Jamais descobriu o local e a data do seu nascimento.
Passou toda sua vida ajudando discretamente a quem
desejasse estudar, reconhecendo que sua instrução foi o que de mais precioso
sua mãe adotiva lhe dera.
Dispunha de tempo para tudo e para todos. Até mesmo
para uma criança que escrevera uma história minúscula em um pequeno livro.
Dedicava-se a incentivar as gerações futuras. Essa era
sua missão.
Dez dias antes de sua morte, teve tempo para oferecer
a uma jovem a oportunidade de estudar na Universidade do Texas, oferecendo-se
para lhe custear a primeira anuidade escolar.
Mesmo lhe restando poucos dias, o seu tempo era para
fazer o BEM.
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