Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sábado, 22 de outubro de 2011

O FILHO DE DEUS

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jesus).



Eram nove horas da manhã quando Jesus foi crucificado. O letreiro com o motivo da sua condenação dizia: “O rei dos judeus”!
Desde o meio-dia, uma escuridão cobriu toda a terra.
Às três horas da tarde, Jesus deu um grande brado e expirou. E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo, a terra tremeu, fenderam-se as rochas. Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram. Saindo de suas sepulturas, entraram na cidade santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas.
O centurião e os que com ele montavam a guarda de Jesus, diante do terremoto e de tudo o que se passava, disseram entre si, possuídos de grande temor: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!” (Mateus 27,54)
O Coronel Ingersoll e o General Lew Wallace viajavam juntos de trem. Apesar de ateus, conversavam a respeito da vida maravilhosa de Jesus.
− Eu penso que um romance interessante poderia ser escrito sobre Jesus – comentou o General.
− E você é a pessoa certa para escrevê-lo – sugeriu o Coronel. – Mostre uma visão correta da vida de Jesus. Derrube o sentimento que prevalece sobre sua divindade e descreva-o como ele era – um homem entre homens.
Lew Wallace aceitou esse desafio e escreveu um romance chamado “Be-Hur”, publicado em 1880. Esse livro – best-sellers de sua época – conta a história de um contemporâneo de Jesus. Uma obra-prima que virou filme em 1959, ganhador de 11 Oscar.
Enquanto o escrevia, o autor se viu diante de um homem inexplicável. Quanto mais estudava o caráter de Jesus, mais ele se convencia de que Jesus era muito mais do que um simples homem no meio de homens. E, como o centurião debaixo da cruz, chegou finalmente à conclusão, que Jesus “verdadeiramente, era o Filho de Deus”.
E para nós quem é Jesus?
Será alguém de quem muitos falam e não nos interessa conhecer?
Alguém que existiu em um passado remoto e que hoje não existe mais?
Ou será alguém que transformou o mundo de sua época e ainda transforma a humanidade nos dias de hoje?
Afinal quem realmente é Jesus?
Eu não tenho mais dúvidas: Jesus é o Cristo Filho de Deus!
Jesus é chamado de Cristo porque foi escolhido por Deus para redimir (salvar) a humanidade. Ele é o Messias Redentor, Salvador, a quem Deus confere autoridade e poder sobre a Terra. É o governador espiritual do nosso planeta, em quem depositamos as esperanças de uma profunda mudança social.
Jesus amou a todos, especialmente os humildes, e por nós morreu em uma cruz.
Jesus veio ao mundo para trazer paz, alegria, vida abundante e eterna.
Jesus veio para nos salvar, para nos libertar do mal, modificando o nosso coração e iluminando a nossa vida.
Jesus veio dissipar as trevas que conduzem o homem à perdição e fazer brilhar o Sol da Justiça divina.
Jesus veio para resgatar os indivíduos, os pessimistas, os solitários, os desanimados, os deprimidos.
Jesus veio trazer tranqüilidade nos momentos de crise, ânimo no meio das tormentas, vida após a morte.
Até os não cristãos não conseguem deixar de pensar em Cristo.
Por isso, Jesus é realmente mais do que um homem entre homens – é o Filho de Deus – é o nosso Senhor Salvador. 
Busquemos então seus ensinamentos para termos paz, amor...
Busquemos seus ensinamentos para sermos humildes, perseverantes no bem...
Busquemos seus ensinamentos para adquirirmos boas palavras, olhar de bondade, gestos fraternos, alegria...
Com a sabedoria dos ensinamentos do Cristo busquemos a renovação necessária em nosso íntimo e em todos os setores de nossa vida. Assim, toda prosperidade material e espiritual virá ao nosso encontro.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

“Há muitas moradas na casa de meu Pai” (Jesus)



Vítima de um enfarto, um repórter chega à espiritualidade e se põe logo a campo pra entrevistar pessoas famosas que por lá encontrava.
Assim que soube de alguém notável correu para uma entrevista. A mulher, há séculos na erraticidade, tinha sido na Terra uma conhecida Rainha.
− Realeza, porque Vossa Alteza não está no Céu, junto aos anjos?
− O orgulho me perdeu na Terra! – respondeu com lágrimas nos olhos.
− Mas, a alteza nada trouxe da Terra que pudesse elevá-la aos Céus?
− Caro Repórter, quem, pois, entenderá a insignificância dos reinos da Terra, se eu não o entendi? Nada, absolutamente nada trouxe da realeza terrena! A minha realeza nem sequer me seguiu até o túmulo!
− Onde exerceu a sua realeza?
− Fui Rainha na França, e rainha eu acreditava entrar no Reino dos Céus.
− E por que não conseguiu?
− Que desilusão, companheiro! Quanta humilhação quando, ao invés de ser recebida como soberana, vi acima de mim, homens que acreditava serem insignificantes, a quem havia desprezado, pois não tinham sangue nobre!
− Isso quer dizer que as honras que a gente procura na Terra são inúteis?
− Sim, pois as grandezas da Terra não valem nada. Para se preparar um lugar neste reino celeste, é preciso muito amor, abnegação, humildade, caridade, benevolência para com todos...
− Mas aqui não lhe perguntaram o que foi na Terra, que posição ocupou?
− Não! Mas me perguntaram quais os sacrifícios que fiz! E então logo compreendi que apenas corri atrás dos bens terrenos como se pudessem guardá-los pra sempre, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis, que me seriam úteis a dar acesso à morada celeste.
Nesse momento, as lágrimas rolaram copiosamente pelo rosto da soberana. E o repórter decidiu encerrar a entrevista, perguntando finalmente:
− Vossa alteza tem algum pedido a fazer aos habitantes da Terra?
− Tenho sim! Que tenham piedade dos que não ganharam o reino dos Céus. Ajuda-os com preces, pois a prece aproxima o homem do Altíssimo. É o traço de união entre o Céu e a Terra. Não se esqueçam disso!
O relógio me despertou!... Acordei meditando no sonho... E esse pensamento me despertou para a grande verdade contida nas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo!
E me veio à mente os dizeres de uma Placa Ridícula contendo a grande pergunta da humanidade: “Haverá Vida após a Morte?” E a irônica resposta: “Mexa na minha Moto e você saberá!”.
Rindo disso, mas com a idéia precisa de que a vida não se acaba na sepultura, que a vida é eterna, que a vida corporal é apenas uma curta passagem por aqui, eu fortaleço mais a minha fé em Deus.
“Há muitas moradas na casa de meu Pai” (João 14, 2).
Pensando nessas moradas, que estão sendo preparadas para toda a humanidade e nas promessas do Cristo de que onde Ele estiver nós estaremos também, levantei-me fortalecido, animado, disposto a enfrentar as vicissitudes da vida com muito amor para me preparar para o Reino Celeste.
O homem pintou com muita criatividade os tormentos do inferno, mas nunca pôde representar as alegrias do Céu. Sabe por quê? Porque até agora só pôde falar daquilo que conhece pela experiência: penas e misérias.
Mas o homem pode se elevar espiritualmente praticando o bem, deixando todo o mal para trás.  E à medida que se eleva e se purifica, seu horizonte se amplia e começa a compreender e sentir a felicidade das claridades celestes.
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim” (Chico Xavier).
Fonte: Adaptação de textos dos Capítulos 2 e 3 do Evangelho Segundo o Espiritismo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A LIÇÃO DO FOGO

“Se consegui ver mais longe foi porque me apoiei em ombros de gigantes”.
(Isaac Newton)



Um membro de um determinado grupo, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.
Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria.
O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.
O líder confortavelmente acomodou-se no local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das rachas de lenha que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado, voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo e quieto.
Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que seu fogo apagou-se de vez, e o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.
O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo e quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentando pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado por sua visita e pela belíssima lição. Estou voltando ao convívio do grupo. Deus te abençoe!

São conhecidos os ditados populares do tipo “uma andorinha sozinha não faz verão”; “a união faz a força, força é poder e poder é vitória”.
Diz um provérbio Chinês: “Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada um vai embora com um... Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias, cada homem vai embora com duas”.
A lição do fogo – de autor desconhecido – é uma boa alegoria para se entender a importância da participação e de se viver em sociedade, e que cada um de nós é uma parte do todo harmonioso. 
Por isso, aos membros de um grupo, vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho.
Aos líderes, vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.
A todos, vale lembrar a frase de Bertold Brecht, que ganhou notoriedade com Raul Seixas: “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Sonho que se sonha junto é realidade”.

sábado, 1 de outubro de 2011

A LIÇÃO DO "CHEF"

“Guarda meus ensinamentos como a pupila de teus olhos” (Provérbios 7,2).



Depois que eu me aposentei virei “Dono de Casa”. Agora sou “do Lar”. Faço compras, limpo a casa e até virei cozinheiro. E as experiências nessa nova lida me têm trazido muitos ensinamentos. Mexendo com as panelas e o fogão eu vou refletindo sobre a vida. E numa dessas ocasiões lembrei-me de uma valiosa lição de um “chef” de cozinha.
Ele estava mexendo com as panelas quando sua filha apareceu reclamando:
− Pai, as coisas estão muito difíceis pra mim! Já não sei mais o que fazer!
− Calma filha! Que estresse? Fique me ajudando aqui na cozinha que seu mau humor vai passar.
Diante da filha deprimida e cansada pelas lutas do cotidiano, ele encheu três panelas com água e as colocou para ferver.
Sem dizer mais nada, ele colocou cenouras na primeira panela, na segunda colocou ovos e, na última, pó de café.
Depois de uns vinte minutos ele apagou as bocas de gás. Retirou as cenouras e os ovos colocando-os em tigelas separadas. Pegou o café com uma concha e colocou numa vasilha.
Voltando-se para a filha, perguntou:
− Querida, o que você está vendo?
− Cenouras, ovos e café – ela respondeu.
− Como estão as cenouras?
− Nossa, estão macias! – disse ela depois de experimentá-las.
− Agora pegue um ovo cozido, retire as cascas e me diga como ele está.
− O ovo endureceu!– ela comentou.
− Pois bem! Quero que você tome agora um gole do café.
− Humm!!!... Que aroma delicioso! Mas o que significa tudo isso, pai?
− Significa minha filha, que cada um desses ingredientes enfrentou a mesma diversidade – água fervendo –, mas cada um reagiu de maneira diferente.
A cenoura estava forte, firme e inflexível, mas depois da fervura se tornou mole e frágil.
Os ovos eram frágeis. Sua casca fina protegia o líquido interior, mas depois de cozidos ficaram rígidos.
O pó de café, contudo, depois de colocado na água fervente, mudou a água.
Diante do silêncio e admiração da filha, ele prosseguiu, perguntando:
− Qual deles é você? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é cenoura, ou ovo, ou pó de café?
Persistindo o silêncio da filha, ele refez as perguntas assim:
− Você é como a cenoura, que parece forte, mas com a dor e a adversidade murcha e se torna frágil e perde a força? Ou será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de algumas dificuldades se torna difícil, inflexível, e duro de lidar? Ou será que você é como o pó de café, que muda a água fervente, a coisa que está trazendo dor, para conseguir o máximo de seu sabor, mesmo a 100 graus centígrados?
− Bem... Acho meu pai, que agora sou como o pó de café – ela respondeu –, pois quanto mais quente a água, mais gostoso fica o café!
− Minha filha, se você é como o pó de café, porque ficar estressada, chateada e deprimida? Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores!

E você? Qual deles você é?
Pense nisso!

“Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado” (Mateus, 6,34).

A MANEIRA DE DIZER AS COISAS

“Nada podemos contra a verdade; só temos poder em favor da verdade”.
(II Coríntios 13,8)



Comunicar-se bem é uma arte! E não é todo mundo que domina essa arte. Alguns são leigos demais e outros sofisticados ao extremo. Mas, o que realmente importa é a veracidade do conteúdo.
Jesus nos ensinou, em Mateus 5,37, pra dizer apenas “sim”, quando é “sim”; e “não”, quando é “não”. Pois o que for dito para, além disto, vem do maligno, ou seja, não corresponde a verdade.
Dessa forma, o Mestre nos ensina que devemos ter um compromisso sempre com a verdade. Porque, segundo João (3,21), “quem age conforme a verdade aproxima-se da luz; para que as suas ações sejam vistas, porque são feitas como Deus quer”.
Mas, o que é a “verdade”?
O conceito de “verdade” vem desafiando a humanidade por milhares de anos. Dizem que ela está em cada um de nós. Que depende de nossas vivências, conhecimentos, experiência, bagagem... Mas, fundamentalmente, “verdade” é o que é real. Que corresponde à fidelidade, constância ou sinceridade em atos, palavras e caráter.
A verdade, então, sempre deve ser dita, indubitavelmente, mas a forma como ela é dita é que faz a diferença.
Posso dizer que uma garrafa de água meio vazia também está meio cheia!
Dessa forma, a verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançamos no rosto de alguém, pode ferir, provocando revolta. Mas se a envolvemos numa delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com mais facilidade.
Como nos ensina o causo de um sultão, que certa vez sonhou ter perdido todos os dentes.
Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.
− Que desgraça, senhor! – exclamou o sábio. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!
− Mas que insolente, gritou o sultão. Como se atreve a dizer tal coisa?!
Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho.
E o outro chegou e disse:
− Senhor, uma grande felicidade vos está reservada! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!
A fisionomia do sultão se iluminou e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.
Quando este saía do palácio um cortesão perguntou ao sábio:
− Como é possível? A sua interpretação foi igual a do seu colega. No entanto, ele foi chicotado e você levou moedas de ouro!
− Lembre-se sempre, amigo – respondeu o sábio –, TUDO DEPENDE DA MANEIRA DE DIZER AS COISAS... E esse é um dos grandes desafios da humanidade. Daí é que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra.
Diz o texto sagrado, em Eclesiástico (27,9), que “Cada passarinho aninha-se com outros da mesma espécie, e a verdade volta para aqueles que a praticam”.
De acordo com este pensamento, podemos transformar a verdade em nossa amiga e nossa aliada. Depende da embalagem! E a embalagem é o amor ao próximo, manifestado na indulgência, na compreensão, no carinho, na vontade de ajudarmos a pessoa a quem nos dirigimos.
Existem até técnicas pra isso. Uma delas consiste em dizer a verdade a nós mesmos diante do espelho, antes de dizê-la aos outros. A empatia – capacidade de identificar-se totalmente com o outro, colocando-se no lugar dele – é outra técnica que também pode ajudar. Pois a reação, que qualquer uma dessas experiências nos proporciona, pode modificar a nossa maneira de dizer as coisas.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8,32).