“Há homens que são como velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros”. (Padre Antônio Vieira).
Puxando
um carrinho de materiais de reciclagem, um “Catador de latinhas” chega e me
cumprimenta:
—
Bom dia Senhor!
—
Bom dia! Como vai?
— Graças
a Deus vou bem! Gostei do seu artigo do jornal. Mas tive que reler o texto para
poder compreendê-lo.
Depois
disso, ele me pergunta:
—
O Senhor sabe a diferença entre o Rei e
o Gari?
— Não!
Você pode me explicar?
—
Bem!... Eu só sei que é uma analogia entre um poderoso Rei e um Gari, que dá tudo de si no serviço ao seu ambiente.
Daí,
ele falou muito sobre os Garis, que
arriscam a vida recolhendo o lixo, sendo desrespeitados no trânsito... Sofrendo
acidentes por causa de vidros quebrados ou materiais perigosos mal empacotados...
Disse, enfim, que os Garis dão tudo
de si para a satisfação das necessidades dos outros. E dão “vida” ao seu ambiente!!
Percebendo
que eu estava diante de alguém expert no assunto, resolvi devolver-lhe a mesma
pergunta, porém, com outra roupagem:
—
Qual a diferença entre o Rei e o Gari no
emprego da Força Vital?
— Força
Vital? Que sentido tem?
Tive,
então, que buscar nos meus arquivos “perdidos”
na memória, uma resposta senão convincente, pelo menos satisfatória. E me
arrisquei falando pausadamente, frisando as palavras:
— FORÇA VITAL É O AMOR PELO QUE A GENTE FAZ!
—
Ah, já sei!... É o esforço de cada um naquilo que faz... O que cada um dá de si
no que realiza e que dá vida ao mundo! Tá certo?!
—
Sim, é isso mesmo!
Despedimo-nos
e fui embora me perguntando: qual a lição que a gente poderia tirar disso? E sabe
o que descobri? Que tinha razão o “Catador de latinhas”. Pois, de
fato, Força Vital é irradiação de
Amor naquilo que você faz e que dá vida ao mundo!
É um
ato de Consciência...
Apesar
de diferentes, tanto o Rei como o Gari são almas, que aos poucos
podem se elevar até as alturas da Consciência
Divina e se transformarem em indivíduos repletos, que irradiarão o Bem ao
seu redor. Pois ambos são importantes pelo impacto que geram no ambiente em que
vivem.
O
impacto que você gera no ambiente depende totalmente de sua vontade de agir,
especialmente para o Bem dos outros. E essa FORÇA DE VONTADE não tem limites,
porque é extraída da Própria Consciência
Universal, segundo a magnitude e a Força da Fé de cada um.
O Rei e o Gari são importantes
em cada momento da vida. Eles não vieram ao mundo para evidenciar suas
fraquezas, mas para revelar suas forças. Portanto, a verdadeira diferença entre eles surge somente do que cada um dá de si
mesmo em proveito dos outros.
O Rei vai ser lembrado tanto pelos
benefícios que tenha trazido para o seu Reino, mas também pela miséria que
impôs ao seu povo. Já o pobre Gari,
sem habilidades de alto nível, mas que dá tudo de si no serviço ao seu
ambiente, no final será venerado por parentes e amigos – e na próxima vida
colherá o que semeou, assim como o poderoso Rei.
A
irradiação de sua Força Vital em
benefício do próximo de maneira elevada, com gentileza e boa vontade pode
transformar-se em um instrumento de saneamento e até de cura de muitos males da
vida. Pense nisso! Pois cada momento da
vida é sagrado, belo e radiante com o influxo da Força Vital da Consciência Divina.
O bondoso Gari, que retira
feliz o lixo na vizinhança é uma benção para todos, é uma luz brilhando em seu
pequeno mundo; pois, com as atividades de sua mente dá formas à sua
Consciência, de diferentes modos que abençoam o ambiente.
Já
orgulhoso Rei tem na alma um poço de
escuridão negativa, que todos sentem quando dele se aproxima.
A Força Vital pode, pois, ser comparável
a uma Moeda Cósmica, ou ao Bônus-hora, que representa o
merecimento que o Espírito adquire, por cada hora de trabalho realizado, o qual
pode ser revertido em seu benefício, ou em benefício de algum ente querido.
“Aquele
que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa,
reencontrá-la-á”
– disse Jesus. (Mateus 10,39).
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