Aquecendo a Vida

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sábado, 6 de janeiro de 2024

JAMAIS PERDOAREI...

 

“Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo” (Paulo, Lyon, 1861).  

 

Década de oitenta, eu participava de um grupo de estudos sobre Ufologia, presidido pelo jornalista e escritor Paulo Rolim Corrêa, editor do Jornal “A ARCONAVE” sobre Discos Voadores; fundador da “Casa Paterna”, que acolheu 40 crianças abandonadas; e autor, em 1960, do Livro “Os Cavaleiros do Céu”, transformado em novela de rádio.

Em Duas Palavras – na abertura de sua obra literária –, ele afirma que: “A humanidade começa a compreender a necessidade de reforma. E neste final de século temos pena dos ledores de todas as raças que procuram nos livros a solução para os problemas do espírito”.

Paulo Rolim sabia que o ser humano é Filho de Deus, portanto, uma Centelha que traz em si a Essência Divina. Que se redescobre com as experiências da vida e com a meditação, muito mais do que pela simples leitura rápida de um texto. Pois, na medida em que evolui, vai Despertando a Consciência: com o saber que a alma traz de sua origem Divina; assim como com o conhecimento adquirido em múltiplas vidas passadas. Conhecer-se a si mesmo, e se reformar interiormente, eis, portanto, a grande sacada (do Mestre!) para nossa ascensão espiritual.

O grupo cresceu e chegou a mais de 30 participantes. Nas sessões, aos sábados à tarde, meditávamos também sobre as lições do Evangelho Segundo o Espiritismo.

Na ida às reuniões eu dava carona para alguns amigos. E no trajeto sempre a questão do Perdão das ofensas era enfatizada, porque um dos passageiros insistia em expor seu inconformismo com a traição de que era vítima, repetindo sempre ao finalizar: “EU JAMAIS PERDOAREI”.

Começava a sessão. Fazia-se uma prece. E o Evangelho aberto ao acaso sempre trazia uma lição que abordava frases como esta do Apóstolo Paulo: “Infeliz daquele que diz: eu jamais perdoarei, porque pronuncia sua própria condenação”.

Até mesmo nas canalizações o Perdão era evidenciado: “Quem não ama não consegue perdoar” (Baiano Zé da Estrada). Parecia até perseguição ao obstinado irmão!...

Uma década se foi e este meu irmão de fé, apesar de ser Doutor e de vasta bagagem intelectual, persistia:

— Não adianta insistirem comigo, pois nem as lições do Evangelho me convencem. Eu Jamais Perdoarei o que estão me fazendo!

O tempo passou... Paulo Rolim faleceu. As reuniões se encerraram. Só restou então um enorme acervo de psicografias sobre Ufologia. Mas, voltando ao obstinado irmão, posso afirmar que continuava de ideia fixa, sempre a repetir: “Jamais Perdoarei!”.

Depois de perder toda a herança recebida, Ele nos deixou para viver em outra dimensão. Mas, às vezes, nas minhas meditações já sinto a sua presença e sei que ele está bem lá onde se encontra. Acredito até que já se convenceu sobre a importância do Perdão, seguindo a recomendação de Paulo Apóstolo, em Lyon, 1865: “Não esqueçais que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas palavras”.

Na prática, o ato do Perdão tem um Efeito Moral e, também, um Efeito Material. Mas, o que isso quer dizer?

Isso significa que se você não aprendeu a perdoar, está ferrado, moral e materialmente falando! Moralmente porque você irá sofrer todas as consequências da Lei de Causa e Efeito, sendo vítima da vingança de obsessores, aos quais se ligou. E, Materialmente, porque sem o perdão não há prosperidade! Enquanto não aprender isso você será um contraventor das Leis de Deus, infringindo as regras básicas de Bem-Viver.

A Prosperidade Material faz parte do processo evolutivo, e se assenta num tripé constituído por atos de bondade, justiça e sabedoria, ao qual sua mente deve se alinhar. Pois sem Perdoar as ofensas, você vive em baixa frequência vibratória e passa a ter uma desordem interior, que reflete a dolorosa vida que leva. Enfim, você fica bloqueado para o sucesso!...

Todavia, saiba que evoluímos de qualquer jeito, pois, como diz um ditado muito usado no meio cristão: “Quem não vem pelo Amor vem pela Dor”.

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