“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o
silêncio dos bons” (Martin
Luther King).
Pensando nas lutas de nosso povo, me
veio à mente a Lei da FICHA LIMPA
para cargos eletivos e a experiência dos munícipes de Ribeirão Bonito SP, que
fundaram, em 1999, a AMARRIBO –
organização pioneira no combate à corrupção.
Isso me fez refletir sobre as últimas prisões de
patriotas; e, então, resolvi fazer a adaptação, a seguir, de uma mensagem de
José Bré (1862), do livro “O Céu e o
Inferno”, de Allan Kardec.
Helena dormiu preocupada com a transparência
nos gastos do governo. Sonhou com seu falecido avô, que em vida exerceu vários
cargos públicos. E, após abraçá-lo afetuosamente, perguntou:
— Querido vovô, pode me dizer como o Senhor
está no mundo espiritual e me dar quaisquer pormenores úteis ao nosso
progresso?
— Tudo o que quiser minha querida. Eu
expio a minha descrença, porém grande é a bondade de Deus, que atende às
circunstâncias. Sofro, mas não como poderia imaginar; é o desgosto de não ter
melhor empregado o tempo aí na Terra.
— Como não o empregou? Pois o Senhor não
viveu sempre honestamente?
— Sim, no juízo dos homens; mas há um
abismo entre a Honestidade perante os Homens e a Honestidade perante Deus.
O avô, percebendo em Helena o desejo de aprender,
prosseguiu:
— Aí entre vós, tem Ficha Limpa aquele que respeita as leis do seu país – respeito
arbitrário para muitos. Honesto é o candidato que não prejudica o próximo
ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra visto o
Código Penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita. Em podendo
fazer gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, muitos julgam terem quitado
sua dívida com a Humanidade! Erro! Não basta, para ter FICHA LIMPA PERANTE DEUS, ter respeitado as leis dos homens; é
preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas.
— Caro avô, como então é ter Ficha Limpa aos olhos de Deus?
— Aos olhos de Deus, querida neta, tem Ficha Limpa aquele que, possuído de
abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos semelhantes;
aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo no cumprimento dos
deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho;
ativo nas boas ações sem esquecer a condição do servo ao qual o Senhor pedirá
contas um dia do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de
Deus e do próximo.
— Assim – continuou –, para ser Honesto,
perante Deus, se deve evitar cuidadosamente as palavras mordazes – veneno
escondido nas flores –, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas
vezes cobrindo-o de ridículo. Para ter Ficha
Limpa perante Deus, deve o Homem ter sempre cerrado o seu coração a
quaisquer germes de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo
para com aqueles que o agredirem; deve perdoar do fundo d’alma, sem esforços e,
sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o
preceito conciso e grandioso que se resume “no amor a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo”.
— Eis aí mais ou menos, minha neta, como
se deve ter Ficha Limpa perante
Deus. Transmite isso, e repita tudo o que aí fica aos que tiverem a consciência
pesada, para que reparem suas faltas à força de boas obras, a fim de que a
misericórdia de Deus se estenda por sobre eles.
O sol já estava alto naquela manhã,
quando Helena acordou e se levantou para mais um dia de trabalho. Mas, ela não demorou
a perceber que os ensinamentos do avô não saiam de sua cabeça. Foi tudo tão
real! Teria sido sonho mesmo?
Não importa! Naquele mesmo dia, Helena
procurou um grupo de compatriotas para exercer sua cidadania contra qualquer
tipo de maracutaia do Poder Público. E seguiu seu caminho pensando em Chico
Xavier e sua célebre frase: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer
um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um Novo Fim”.
“Só a participação cidadã é capaz de
mudar o país”...
De fato podemos dizer que a direita começou acordar a bem pouco tempo. A participação cidadã ainda gatinha, pois sempre dizemos que não temos tempo para a política porque estamos muito ocupados com nosso trabalho.
ResponderExcluirExatamente é isso Rubens.
ExcluirObrigado compadre por essa leitura que nos faz refletir.
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