“Não tropeçamos nas grandes montanhas, mas nas
pequenas pedras” (Augusto Cury).
Conta-se que certa vez, um homem caminhava pela praia,
numa noite de lua cheia... Ele pensava assim: “Se tivesse um carro novo, seria feliz; se tivesse uma casa grande,
seria feliz; se tivesse um excelente trabalho, seria feliz; se tivesse uma
parceira perfeita, seria feliz”.
Até que tropeçou em uma sacola cheia de pedrinhas. Por
conta disso, ele começou a jogar as pedrinhas, uma a uma, no mar, cada vez que
dizia: “Seria feliz se tivesse...”.
Assim o fez até que ficou com uma só pedra
na sacola e decidiu guardá-la. E ao chegar a sua casa, examinando a pedrinha
percebeu que se tratava de um diamante muito valioso!
Você imagina quantos diamantes ele jogou
ao mar sem parar para pensar? Assim são as pessoas... Jogam fora seus preciosos
tesouros, por estarem esperando o que acreditam ser perfeito ou sonhando e
desejando o que não têm, sem dar valor ao que têm perto delas. Se olhassem ao
redor, parando para observar, perceberiam quão afortunadas são.
Cada pedrinha representa uma dificuldade que temos na vida e, por isso,
deve ser observada... Ela pode ser um diamante valioso! Portanto, muito perto
de si está sua felicidade. É só não julgar os outros mais severamente do que
julgaríamos a nós mesmos e nem condenar em outros, o que perdoaríamos em nós.
Toda pedra ou pedrinha
atirada para desacreditar alguém, geralmente vem da maledicência ou da maldade das
pessoas. Esse é o sentido do ensinamento
do Mestre, quando mandou atirar a
primeira pedra aquele que estivesse sem pecado. Quem atira pedras hoje pode
ser vidraça amanhã! Não se esqueça disso. Essa é a lei; pois, quem com ferro fere com ferro será ferido!
Pedras ainda podem ter outros significados. Por exemplo, cada
um dos nossos dias, também, pode ser considerado uma pedra preciosa, um
valoroso diamante, uma joia rara... Depende de cada um aproveitá-lo ou lançá-lo
ao mar do esquecimento para nunca mais recuperá-lo.
Pedras também podem ser os Amigos, a Família, o Trabalho, seus
sonhos... Então é de se perguntar: o que você anda fazendo com suas pedras?
Ou com suas pedrinhas? Pense nisso!...
As diferenças não estão nas pedrinhas, mas no ser humano que delas
faz uso. Paras as crianças pode ser um brinquedo! Para o malvado pode ser um
projétil! E para o artesão pode ser útil na fabricação de joias! Enfim, não
existem “pedrinhas” (dificuldades) que não possam ser aproveitadas para
o progresso individual, ou coletivo.
Nesta vida, busque então transformar a “Pedra
Bruta” (a inteligência e o sentimento nos seus estados primitivos) em “Pedra
Polida” (o saber do homem lapidado pelas experiências vividas). Pois
cada “pedrinha”
pode ser vista como uma grande “Revelação” para o seu próprio
crescimento interior.
Há uma forma distorcida do evangelho, mas engraçada, quando
Jesus apareceu caminhando sobre o mar.
— É um fantasma! – disseram os discípulos com medo.
— Tranquilizai-vos, sou eu.
— Senhor – disse Pedro –, manda-me ir sobre as águas
até junto de ti!
— Vem! – disse-lhe Jesus.
Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao
encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando
a afundar, gritou:
— Senhor, me salva!
No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o
e lhe disse:
— Homem de pouca fé, por que duvidaste?
Não vê tu o caminho das pedras!...
Apesar desta resposta não ser real, não
deixa de simbolizar também uma grande verdade, pois o caminho das pedras pode
ser alegoricamente visto como um caminho de salvação.
Como se vê, no Sermão da Montanha, para
o homem prudente que construiu seu saber sobre a solidez da rocha — a Revelação do Cristianismo: “Caiu a chuva, vieram as enchentes,
sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu,
porque estava edificada na rocha".
(Mateus 7, 24 e 25).
A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da
vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.