Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 12 de março de 2021

A CONFIDÊNCIA

 

Para mudar interiormente ouça as confidências de sua própria alma.


O Espírito de um náufrago dá uma comunicação espontânea, dizendo:

“A água, o bramir das ondas que me tragaram, é apenas pálida imagem do horror, em que se envolve o meu Espírito... Fico mais calmo quando posso permanecer junto de vós, pois assim como a confidência de um segredo ao peito amigo nos alivia, assim, a vossa piedade, motivada pela confidência da minha penúria, acalma o sofrimento e dá repouso ao meu Espírito. [...] Terei forças para fazer a confissão que me cumpre?”.

Depois, com mais ânimo, ajuntou:

“Na precedente existência eu mandara ensacar várias vítimas e atirá-las ao mar...”.

Estes trechos da comunicação estão no Cap. IV do livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. Reproduz aí a situação de um penitente cuja confidência acalma o seu sofrimento.

Quem faz algo de errado e se arrepende ao confessá-lo a alguém, se alivia, tira um peso da consciência. Sente até prazer em poder em parte reparar as suas faltas confessando-as.

Pois a Confissão é um Exame de Consciência baseado nos Dez Mandamentos, que é a base mínima da conduta moral de qualquer ser humano.

Por uma Confissão sincera o indivíduo faz jus à misericórdia de Deus, a qual pode ser solicitada tanto às almas encarnadas ou não, pelas preces de pessoas caridosas. Mas, infelizmente, muitos, por orgulho, se recusam a confessar os próprios erros!...

Tem-se conhecimento da Confissão desde as pregações de João Batista, conforme Mateus 3,6: “Confessavam seus pecados e eram batizados por ele nas águas do Jordão”.

Jesus pedia a Confissão Pública: “Digo-vos: todo o que me reconhecer diante dos homens, também o Filho do Homem o reconhecerá diante dos anjos de Deus; mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus”. (Lucas 12,8-9).

E assim, também pregava Paulo: “Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados” (Tiago 5,16).

Posteriormente, a Igreja Cristã, instituiu a Confissão como Sacramento, sob a alegação de que Jesus teria concedido aos Apóstolos um poder especial para o perdão dos pecados confessados, ao dizer: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mateus 16,19).

Será que Jesus concedeu poder a alguém para decidir quanto aos erros humanos? Se a consciência individual é sagrada ela só depende de Deus!

Há uma condição para o perdão! Está lá no Pai Nosso, “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” (Mateus 6,12).

Quem não perdoa as ofensas do seu próximo não será perdoado! Pois quem não perdoa fica ligado ao ofensor por laços mentais, fluídicos...

Por isso Jesus nos ensinou que mais agradável ao Senhor é o sacrifício dos próprios ressentimentos (mágoas), conforme registra Mateus (5.23-24): “Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta”.

Reconciliemos com os adversários enquanto estamos a caminho com eles. Mas, se isso não for possível, façamos pelo menos a nossa parte: perdoemos para esquecer tudo e nos desligarmos do ofensor e não sofrer maiores prejuízos.

Embora a Confissão seja parte da Confidência são conceitos diferentes!

Confissão é um ato de penitência, uma premissa de humildade, que pode ser realizada até diante de todos, enquanto que Confidência é uma revelação de caráter reservado, que precisa ser mantida em segredo! Como confidencial é o ato da prece!

“Quando orares entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á” (Mt 6,6).

A Confidência depende, pois, de um crédito de fé que você deposita em uma pessoa de sua extrema Confiança.

E Confiança é um procedimento de sua segurança íntima, pela discrição, pelo bom conceito de fidelidade que alguém lhe inspira. Uma pessoa leal, honrada, verdadeira..., que não falha e com a qual você pode contar.

Confidencialmente, comunguemos então os mandamentos de Amor a Deus e ao próximo como Jesus nos ensinou!...

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