Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

INCLUSÃO SOCIAL E DIGITAL

Há uma imensa dívida social acumulada ao longo de nossa história.


Diz o Senhor no Salmo nº 9, que “Ele mesmo julgará o universo com justiça, [e] com equidade pronunciará sentença sobre os povos”.

Por este texto vemos que justiça e equidade andam de mãos dadas. Estão juntas. Ou seja, pra se fazer justiça é fundamental o princípio da equidade.

Mas, o que se entende por equidade?

Equidade é uma virtude de quem julga com imparcialidade, com respeito à igualdade de direitos.  Significa, dessa forma, um julgamento justo.

Na prática, contudo, a Equidade consiste em “tratar os iguais de forma igual e os diferentes de forma diferente, dando-se mais a quem mais precisa”.

Entendi este conceito observando, há alguns anos, a distribuição da merenda escolar. O Prefeito da época distribuía os recursos da merenda às escolas, em cheques, por um valor per capita, estabelecido pelo governo federal.

No final do mês notava-se que numa determinada escola do centro da cidade sobrava merenda escolar, enquanto que em outra da periferia, com o mesmo número de alunos, a merenda terminava no dia vinte do mês. Por que isto?

Porque os alunos da periferia eram diferentes, carentes, oprimidos e comiam mais na escola. Numa distribuição equitativa, precisavam receber mais recursos, para terminar o mês em iguais condições dos alunos do centro da cidade.

Da mesma forma, dentro de uma sala de aula, os alunos diferentes, com maiores dificuldades, têm que ter mais atenção do professor, para que no final do Curso estejam em igualdade de condições com os alunos socialmente privilegiados.

No Brasil observa-se que apesar do imenso bolo da economia, a distribuição de renda é perversa. Alguns são bem favorecidos em detrimento da maioria. Para reverter esse quadro é preciso aplicar o princípio da equidade para fazer a Inclusão Social dos pobres e oprimidos na distribuição da economia do país. 

É bom lembrar que a ênfase no desenvolvimento social fundamenta-se em princípios éticos e nas prescrições constitucionais relacionados com o direito à vida, à dignidade da pessoa humana, à justiça social e com os compromissos cívicos e patrióticos.

Para saldar a imensa dívida social, acumulada ao longo de nossa história, será, pois, necessário definir uma nova concepção de gestão administrativa, com o estabelecimento de metas sociais que sejam acompanhadas, avaliadas e tenham um sistema de incentivos.

Com a Pandemia de 2020, percebe-se também a necessidade da Inclusão Digital dos alunos. Sabe-se, por reportagens, que ainda há alunos que nem sabem lidar com a internet!... E, a partir de agora, até os negócios demandam conhecimentos de acesso online.

Fazer a Inclusão Social e Digital é uma forma de resgate da dívida social e, por isso, deve fazer parte das metas de uma boa gestão pública. A proposta deve ser um novo paradigma de pensamento e de ação visando incluir e aceitar o diferente sem restrições e preconceitos!

O cidadão responsável pode ajudar nessa empreitada, pois se trata de uma questão de cidadania! E até mesmo o empreendedor, atento ao atendimento de sua demanda, poderá realizar a inclusão social e digital de seus empregados, para obter sucesso.

Quando o ser humano começar a pensar que as relações de respeito mútuo são patamares iniciais para a construção de uma sociedade inclusiva, então nós saberemos lidar com as diferenças e entenderemos que cada ser é único dentro do Universo, e por ser único possui uma forma individual de se manifestar.

“O Senhor torna-se refúgio para o oprimido, uma defesa oportuna para os tempos de perigo” (Salmo 10).

Deus, dentro do princípio de equidade se manifesta sempre a nosso favor. Pois é o Deus dadivoso dos diferentes e oprimidos, merecedor de todas as honras, glórias e ações de graças.

Tudo que recebemos vem por acréscimo da Misericórdia Divina, porque nossos débitos são sempre maiores que nossos créditos.  

E lembre-se das misericordiosas mãos do Mestre dos Mestres, que agia sempre dentro dos princípios da JUSTIÇA E DA EQUIDADE.

Como vemos, em Lucas 5,30-31, quando puseram a criticar Jesus e a lhe perguntar: “Por que comeis e bebeis com os publicanos e pessoas de má vida?”. E Ele respondeu-lhes: “Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos”. 

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