Há uma imensa dívida social acumulada ao longo de
nossa história.
Diz o Senhor no Salmo nº 9, que “Ele mesmo julgará o universo com justiça,
[e] com equidade pronunciará
sentença sobre os povos”.
Por este texto vemos que justiça e equidade andam
de mãos dadas. Estão juntas. Ou seja, pra se fazer justiça é fundamental o
princípio da equidade.
Mas, o que se entende por equidade?
Equidade é uma virtude de quem julga com imparcialidade, com
respeito à igualdade de direitos. Significa,
dessa forma, um julgamento justo.
Na prática, contudo, a Equidade consiste em “tratar
os iguais de forma igual e os diferentes de forma diferente, dando-se mais a
quem mais precisa”.
Entendi este conceito observando, há alguns anos, a
distribuição da merenda escolar. O Prefeito da época distribuía os recursos da
merenda às escolas, em cheques, por um valor per capita, estabelecido
pelo governo federal.
No final do mês notava-se que numa determinada escola
do centro da cidade sobrava merenda escolar, enquanto que em outra da
periferia, com o mesmo número de alunos, a merenda terminava no dia vinte do
mês. Por que isto?
Porque os alunos da periferia eram diferentes,
carentes, oprimidos e comiam mais na escola. Numa distribuição equitativa, precisavam
receber mais recursos, para terminar o mês em iguais condições dos alunos do
centro da cidade.
Da mesma forma, dentro de uma sala de aula, os alunos
diferentes, com maiores dificuldades, têm que ter mais atenção do
professor, para que no final do Curso estejam em igualdade de condições com os
alunos socialmente privilegiados.
No Brasil observa-se que apesar do imenso bolo da
economia, a distribuição de renda é perversa. Alguns são bem favorecidos em
detrimento da maioria. Para reverter esse quadro é preciso aplicar o princípio
da equidade para fazer a Inclusão Social dos pobres e oprimidos
na distribuição da economia do país.
É bom lembrar que a ênfase no desenvolvimento social
fundamenta-se em princípios éticos e nas prescrições constitucionais relacionados
com o direito à vida, à dignidade da pessoa humana, à justiça social e com os
compromissos cívicos e patrióticos.
Para saldar a imensa dívida social, acumulada ao longo
de nossa história, será, pois, necessário definir uma nova concepção de gestão
administrativa, com o estabelecimento de metas sociais que sejam acompanhadas,
avaliadas e tenham um sistema de incentivos.
Com a Pandemia de 2020, percebe-se também a
necessidade da Inclusão Digital dos
alunos. Sabe-se, por reportagens, que ainda há alunos que nem sabem lidar com a
internet!... E, a partir de agora, até os negócios demandam conhecimentos de
acesso online.
Fazer a Inclusão
Social e Digital é uma forma de resgate da dívida social e, por isso, deve
fazer parte das metas de uma boa gestão pública. A proposta deve ser um novo paradigma
de pensamento e de ação visando incluir e aceitar o diferente sem restrições e
preconceitos!
O cidadão responsável pode ajudar nessa empreitada,
pois se trata de uma questão de cidadania! E até mesmo o empreendedor, atento
ao atendimento de sua demanda, poderá realizar a inclusão social e digital de
seus empregados, para obter sucesso.
Quando o ser humano começar a pensar que as relações
de respeito mútuo são patamares iniciais para a construção de uma sociedade inclusiva,
então nós saberemos lidar com as diferenças e entenderemos que cada ser é único
dentro do Universo, e por ser único possui uma forma individual de se
manifestar.
“O Senhor
torna-se refúgio para o oprimido, uma defesa oportuna para os tempos de perigo”
(Salmo 10).
Deus, dentro do princípio de equidade se manifesta sempre a nosso favor. Pois é o Deus dadivoso
dos diferentes e oprimidos, merecedor de todas as honras, glórias e ações de
graças.
Tudo que recebemos vem por acréscimo da Misericórdia Divina, porque nossos
débitos são sempre maiores que nossos créditos.
E lembre-se das misericordiosas mãos do Mestre dos
Mestres, que agia sempre dentro dos princípios da JUSTIÇA E DA EQUIDADE.
Como vemos, em Lucas 5,30-31, quando puseram a criticar Jesus e a lhe perguntar: “Por que comeis e bebeis com os publicanos e pessoas de má vida?”. E Ele respondeu-lhes: “Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário