Aquecendo a Vida

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sábado, 5 de janeiro de 2019

KOJAK E O FANTASMA DO CADILLAC


“Tudo é possível ao que crê” (Jesus).


No livro, “As Mil Faces da Realidade Espiritual”, de Hermínio C. Miranda, há um episódio, que resumi, para mostrar os misteriosos caminhos da mente!
O ator Telly Savalas, criador do detetive Kojak, fez um relato ao jornalista Peter Panton, em julho/87, pela publicação Speak Up, Editora Globo, que parece mais coisa de outro mundo!
A “coisa” se passou em Nova York, por volta de 1950. Savalas regressava ao lar, altas horas da madrugada, quando seu carro parou na pista por falta de gasolina.    
Ele estava saindo a pé, em busca de um posto de gasolina, quando alguém lhe perguntou: “Quer uma carona?”.
Quem lhe fazia a pergunta era um motorista de um imponente Cadillac.  O ator olhou bem o indivíduo e teve um momento de hesitação, pois o homem lhe pareceu estranho, mas, resolveu arriscar-se, mesmo porque não tinha muita escolha até o posto de gasolina. A curta viagem foi no seu dizer “muito agradável”. Quando Savalas meteu a mão no bolso para apanhar o dinheiro, o homem, sem fazer perguntas, disse-lhe: “Vou emprestar-lhe o dinheiro”.
Como é que ele sabia que Savalas estava sem dinheiro até para a gasolina? Não havia como recusar a oferta.
Savalas identificou-se como funcionário do State Departament, e confessou-se “muito embaraçado”, mas que aceitaria o dinheiro, desde que o outro concordasse em considerá-lo simples empréstimo, a ser restituído posteriormente. O outro recusou, mas, ante a insistência, acabou aceitando a proposta. Escreveu seu nome, endereço e telefone num papel e o passou a Savalas.
Em seguida retornaram ao carro parado que, devidamente abastecido, se pôs em movimento, graças à ajuda providencial do homem do Cadillac.
No dia seguinte, à noite, Savalas se lembrou do papelzinho com o endereço e telefone do seu misterioso salvador no Grand Central Parkway, e discou o número. Alguém atendeu, identificando o local como “Jimmy’s Bar”.
− Posso falar com Mr. Cullen?
− Um momento – foi a resposta.
Em seguida, uma voz de mulher, perguntou o que ele desejava.
− Eu queria falar com Mr. Cullen – repetiu Savalas. Estive com ele a noite passada e ele me disse que eu podia...
− É mesmo? E como era ele?
Savalas passou a descrever o homem do Cadillac, mas a mulher, do outro lado da linha, começou a chorar, ao mesmo tempo em que dizia:
− Olha aqui, seu bastardo. Não sei bem o que você está tentando fazer, mas você está falando de meu marido e ele morreu há dois anos!...
Savalas se desculpou, acrescentando que certamente houvera em tudo aquilo, algum equívoco lamentável.
Poucas semanas depois, ele foi ao encontro da mulher, querendo deslindar o enigma. Alguém poderia estar tentando se divertir à custa daquela pobre senhora!
Acontece que ela confirmou que no encontro com Savalas, o homem do Cadillac vestia então a mesma roupa que usara ao ser enterrado, dois anos antes. E mais: que o homem se suicidara...
Ao terminar a narrativa, nem o entrevistado nem o entrevistador tinham muito a dizer. Só um comentário perplexo de Savalas: “Isto não poderia acontecer com um sujeito como eu! Ridículo!”.
Esse relato seria uma lenda? Nem sempre! Histórias assim, apesar de raras, têm outros protagonistas. São os AGÊNERES – seres do invisível –, que caminham em nosso meio, em disfarces imperceptíveis, e que nos dão a convicção de que existem muito mais fatores ocultos a serem descobertos do que as pessoas tendem a imaginar.
Kardec (R.E. 2004, 1859, p. 62, 64), sobre o agênere: “Um Espírito cujo corpo fosse assim visível e palpável teria, para nós, toda a aparência de ser humano...”. Disse mais, que “Sua aparição corporal pode ter longa duração, conforme a necessidade, para estabelecer relações sociais com um ou diversos indivíduos”.
Não se espante! Pois o mesmo aconteceu quando Jesus, depois de morto, se apresentou no meio dos apóstolos. E eles, atemorizados, pensavam que viam algum espírito. "Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho". (Lucas 24,38-39).

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