Ao saírem de
Betânia, Jesus teve fome. Avistou de longe uma figueira coberta de folhas, e
foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só
encontrou folhas, pois não era tempo de figos. E disse à figueira:
− Jamais
alguém coma fruto de ti.
Os discípulos
ouviram esta maldição.
No dia
seguinte, pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a
raiz. Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse:
− Olha
Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!
Respondeu-lhes
Jesus:
− Tende fé em
Deus. Em verdade vos declaro que todo o que disser a este monte: Levanta-te e
lança-te ao mar, se ele não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá
tudo o que disser, ele obterá esse milagre. (Texto adaptado de Marcos, 11: 12-14 e 20-24).
Muitos cristãos sentem um embaraço, quando leem esta
Parábola, pelo fato de Jesus ter amaldiçoado a Figueira. E perguntam: como pode
Jesus, nosso exemplo de amor e bondade, ter amaldiçoado uma árvore a ponto de
ela secar e não dar mais frutos? Será que a imagem que se tem de Jesus perdeu o
brilho? Ou há uma explicação para isso?
Sabe-se, que se for tirado uma só virtude de Jesus não
mais teremos o Cristo de Deus! Então tem que se rever o texto pelo cadinho da
razão. É Pedro que diz que Jesus amaldiçoou! É o evangelista Marcos que escreve
como uma maldição.
O Evangelho de Mateus sobre esta parábola apenas cita
que os discípulos ficaram estupefatos e disseram: “Como ficou seca num instante a figueira?”.
Portanto, não dá para atribuir a Jesus uma maldição. O
sentimento de maldade jamais passou pelo seu bondoso coração!
A ideia de maldição está na narrativa, e na cabeça dos
apóstolos, que não entenderam que Jesus se aproveitava daquela situação para
deixar às gerações futuras um dos mais belos ensinamentos.
Aquela figueira era estéril. Ela não dava frutos
porque tinha uma organização celular deficiente. Sabendo disso, Jesus deu uma
lição aos presentes para lhes ensinar a ter fé e também para mostrar às pessoas
e às instituições improdutivas que elas sofrerão as mesmas consequências.
A figueira seca é, pois, uma encenação simbólica. Isso
fica bem claro no cap. 13, 6-9, do Evangelho de Lucas, quando aparece como
Figueira Estéril. Pois Lucas assim começa o seu relato: “Disse-lhes também esta comparação...”.
Ora, se Lucas afirma ser apenas uma comparação é porque é uma alegoria, representando
aquele que só aparenta ser pessoa do bem, mas que na realidade nada produz em
benefício do seu semelhante, ou da comunidade em que vive. Portanto, é o
símbolo de todas as pessoas e instituições que podem ser úteis e não o são. É o
símbolo até de todas as ideologias degradantes, materialistas...
A morte de uma planta pode se dar, comprovadamente
pela ciência, mediante uma descarga de fluidos magnéticos.
Jesus, ciente que a esterilidade daquela figueira era
irreversível e que estavas prestes a secar, resolveu acelerar esse processo com
uma carga energética, semelhante à utilizada para a destruição das células
prejudiciais e causadoras de enfermidades, como na cura dos leprosos, e outras
narradas pelos Evangelhos.
Um Espírito Protetor, em Paris, 1863, no Evangelho
Segundo o Espiritismo afirma que “O
magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé, quando posta em ação. É
pela fé que ele cura e produz esses fenômenos estranhos que [...] foram
qualificados de milagres”.
Do ponto de vista filosófico e moral, Jesus ensina,
com esta parábola, que há uma Esterilidade
Humana, manifestada pela falta de fé, de sentimentos afetivos e atos de
generosidade. E dá este aviso às pessoas e instituições que, como aquela
figueira, só têm folhas. Que são árvores frondosas, mas sem frutos!
Pois, como escreveu Paulo a Tiago 2,26: “[...] a fé sem obras é morta”.
No mundo, o ser humano é como uma árvore destinada a
dar bons frutos. E a sua missão se prova pelos efeitos morais que pode
produzir.
Contudo, ai daquele que se tornar estéril! Pois “O
machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons
frutos será cortada e lançada ao fogo”. (Mateus 3,10).
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