O
Homem é tudo aquilo que a educação faz dele.
Diz Emanuel
que somente o lar educa. A escola apenas instrui. E André Luiz nos diz que o
Lar é o principal agente transformador de nossa conduta.
Já para Allan Kardec: “É pela educação,
mais do que pela instrução, que se transformará a Humanidade”.
Entendo que todos esses pensadores têm razão, porque
definem a educação como a mais importante para a aprendizagem da vida. Embora
Emanuel apenas defina onde se dá a educação e a instrução, André Luiz já diz
ser o Lar o principal agente de transformação.
Kardec, porém, não nega o valor da instrução, que
também tem um percentual no processo de transformação da humanidade. O que ele
faz é apenas enfatizar a educação nesse processo.
A instrução
é a aprendizagem científica, que forma o talento e desenvolve a inteligência.
Enquanto que a educação tem uma
amplitude maior, porque desenvolve valores e virtudes que formam o caráter do
homem.
A instrução
fortalece o cérebro, a educação
fortifica o coração.
Diz um dito popular que “a educação vem do berço”. Isso significa dizer que a educação é,
primeiramente, responsabilidade dos pais e familiares. Posteriormente, quando a
criança está na escola, passa também a ser responsabilidade dos Professores.
Embora a prioridade dos professores seja a escolarização do aluno (a instrução).
Alguns colocam, como diferencial, o fato da educação dar-se de dentro para fora e a
instrução de fora para dentro. Nesse
sentido a educação é transformadora
e libertadora, enquanto a instrução
funciona como adestramento. A instrução sem a educação moral, de valores para a
vida, serviria apenas para um autoritarismo de dominação.
Outros, no entanto, entendem que a educação é o
produto da interação do conhecimento interior com o conhecimento exterior. Ou
seja, é um processo de ação e reação, entre o conhecimento interno e externo,
que produz um conhecimento mais elevado, aprimorado, que muda e aperfeiçoa a
visão de mundo do ser humano.
Sempre procurei levar esses ensinamentos aos meus alunos do curso de
Pedagogia. E ilustrava a aula com a seguinte história:
Um cientista
vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios
de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas
dúvidas.
Certo dia,
seu filho de sete anos invadiu o seu
santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.
Vendo que
seria impossível demovê-lo, o pai
procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho,
com o objetivo de distrair sua atenção. De repente, deparou-se com o mapa do
mundo; era o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em
vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho,
dizendo:
− Você gosta
de quebra-cabeças? ... Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o
mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo
sozinho.
Calculou que
a criança levaria dias para recompor o mapa.
Passadas
algumas horas, ouviu a voz do filho
que o chamava calmamente:
− Pai, pai..., já fiz tudo!... Consegui terminar “tudinho”!
A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível, na sua idade, ter conseguido recompor um
mapa que jamais havia visto.
Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria
um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo.
Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria
possível? Como o menino tinha sido capaz?
− Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?
− Pai,
eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para
recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me
deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei
do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem, que eu sabia como
era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha, e vi que havia
consertado o mundo.