Aquecendo a Vida

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sábado, 21 de julho de 2018

VOCÊ ACREDITA NO INFERNO?


“O Inferno está por toda parte em que haja almas sofredoras...” (Kardec).


Foi ali mesmo no bar que ouvi de um freguês esta pergunta: vocês acreditam na existência do Inferno, como um local de suplício eterno?
Um amigo dele respondeu:
Ah! Nem o Papa acredita mais no inferno! Se considerarmos que Deus é infinitamente misericordioso, justo e bom não pode existir uma eterna condenação! Veja bem, é impossível conceber Deus infinitamente bom com uma parcela de maldade. Vou dar um exemplo: um sapato não é de um preto absoluto se tiver o mais leve matiz branco, e vice-versa. Da mesma forma, um Deus infinitamente bom não pode ser vingativo, pois uma situação exclui a outra!
Em seguida, outro comentou:
− Você tem razão. A existência do Inferno como uma pena eterna absoluta conduz à negação da perfeição absoluta, donde resulta um dilema: ou Deus é perfeito e não há o Inferno ou há o Inferno e Deus não é perfeito. Deus não quer a morte do ímpio, mas que o ímpio se converta. Está na bíblia, Ezequiel, 33-11, se não me engano! Por isso, eu fico com a perfeição divina e você?
− Pra mim – disse o dono do bar – Inferno é uma alegoria contida na Bíblia. O inferno está dentro da gente. Existe só na nossa imaginação! Inferno é apenas um estado de consciência, um estado da alma O remorso principalmente provoca um Inferno em nossa alma. Daí a necessidade do perdão como bem nos ensinou o maior Mestre da humanidade.
Dizem que bar é cultura! Pois é verdade! Esses comentários eu ouvi ali no barzinho, assim como uma interessante história sobre o tema.
Contou-se que depois de muito caminhar, um HOMEM se deu conta de que ele seu CAVALO e seu CACHORRO haviam morrido num acidente. E às vezes os mortos demoram a se dar conta de sua nova condição!...
A caminhada era muito longa, morro acima. O sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água. De repente o Homem avistou um portão todo de mármore, que conduzia a uma praça toda de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina.
− Bom dia! − disse o caminhante ao guarda da guarita.
− Bom dia! − ele respondeu.
− Que lugar é este, tão lindo?
− Isto aqui é o céu.
− Que bom que chegamos ao céu, pois estamos com muita sede.
Então o guarda, indicando-lhe a fonte, disse:
− O senhor pode entrar e beber à vontade.
− Meu Cavalo e meu Cachorro também estão com sede.
− Lamento muito, mas aqui não se permite a entrada de animais.
O Homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho morro acima. Com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semiaberta para um caminho de terra com árvores dos dois lados. À sombra das árvores, um velho deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo.
− Bom dia!
− Bom dia! − ele respondeu.
− Estamos com muita sede, meu Cavalo, meu Cachorro e Eu.
− Há uma fonte naquelas pedras − disse o velho, indicando o lugar. − Aqui podem beber à vontade o Homem o Cavalo e o Cachorro!
Foram até a fonte e mataram a sede. E o caminhante disse, ao sair:
− Muito obrigado!
− Voltem quando quiserem − respondeu o velho.
− A propósito − disse o Homem −, qual é o nome deste lugar?
− Céu! − respondeu o velho.
− Céu? Mas o guarda, na guarita ao lado do portão de mármore, disse que lá era o Céu!
− Aquilo não é o Céu, aquilo é o Inferno.
O caminhante perplexo disse:
− Mas, então essa informação falsa deve causar grandes confusões!
− De forma alguma, na verdade eles nos fazem um grande favor, porque lá NO INFERNO FICAM AQUELES QUE SÃO CAPAZES DE ABANDONAR ATÉ SEUS MELHORES AMIGOS...

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