Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sábado, 26 de maio de 2018

SEMEADORES


Um homem viajava cinquenta minutos de ônibus, todos os dias, para ir ao trabalho. No ponto seguinte ao dele, entrava uma senhora, que sempre sentava ao lado da janela. Ela tirava um pacotinho da bolsa e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.
A cena sempre se repetia e, um dia, curioso, o homem lhe perguntou:
− O que a senhora joga pela janela?
– Jogo sementes – respondeu ela.
– Sementes? Sementes de quê?
– De flor. É que eu olho para fora e a estrada é tão vazia... Gostaria de poder viajar vendo flores por todo o caminho. Imagine como seria bom!
– Mas as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha mesmo que estas flores vão nascer aí, na beira da estrada?
– Acho sim! Mesmo que muitas se percam, algumas acabam caindo na terra e, com o tempo, vão brotar.
– Mesmo assim..., demoram pra crescer, precisam de água...
– Ah, eu faço minha parte! Um dia vai chover. E se eu não jogar as sementes, daí que as flores nunca vão nascer!
Dizendo isso, ela virou-se para a janela e recomeçou a semear.
O homem desceu logo adiante, achando que ela estava caducando.
Passou o tempo, até que um dia, sentado à janela do mesmo ônibus o homem se assustou ao olhar para fora e ver flores à beira da estrada... Muitas flores... A paisagem estava colorida, perfumada, linda!
O homem lembrou-se da velhinha, e perguntou ao cobrador do ônibus:
− Cadê a velhinha das sementes?
– Morreu no mês passado.
Ele voltou ao seu lugar e pela janela continuou olhando a paisagem florida. “Quem diria! As flores brotaram mesmo”, pensou. “Mas, de que adiantou o trabalho dela? A coitada morreu e não pôde ver esta beleza toda!”.
Nesse instante, o homem escutou a risada de uma criança no banco da frente, que apontava pela janela entusiasmada:
– Olha mamãe, que lindo! Quanta flor pela estrada...
Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito. Pois mesmo ela não estando ali para contemplar as flores, devia estar feliz. Afinal, havia dado um presente maravilhoso para as pessoas!
No outro dia, o homem sentou-se do lado da janela do ônibus e tirou um pacotinho de sementes do bolso...
Esta história é uma parábola semelhante à Parábola do Semeador.
Disse Jesus: “Aquele que semeia saiu a semear; e enquanto semeava, caiu ao longo do caminho um pouco de semente...” (Mateus 13, 3 e 4).
 Parábola é uma alegoria, uma figura para facilitar a nossa compreensão.
Diz um dito, que “Quem não quebra a noz, só lhe vê a casca”. As parábolas são assim, quem ainda não está espiritualmente amadurecido lê, mas não entende; ouve, mas não escuta.  
Na Parábola do Semeador, Jesus explica, em Marcos 4, 14, que “a semente é a palavra de Deus”, a Lei do Amor.
Na história, a velhinha aparece como a figura admirável de Jesus, o Sublime Semeador, nos convidando para as eternas bem-aventuranças.
A semente da flor é “a semente da fé que salva”. E “a beira da estrada” representa o nível moral de cada um.
Algumas sementes caem no asfalto, em corações endurecidos, que não recebem a fé com alegria, porque lhes faltam as raízes do amor. Outras caem “na terra” boa e com o tempo vão brotar, porque representam os de boa vontade que ouvem a palavra de Deus e põem-na em prática. Pois a fé sem obras é morta.
“As flores na beira da estrada” tem o significado do renascer de uma nova vida, cheia de amor e paz, representada pela “risada de uma criança”, pois quem semeia alegria, colhe felicidade.
Quem semeia flores colhe perfume; quem semeia amor colhe amizade; quem semeia carinho colhe gratidão; quem semeia a verdade colhe confiança; e quem semeia a fé colhe a certeza da salvação.
Os semeadores do Bem espalham, diariamente, milhões de sementes no campo da vida, preocupados apenas com as gerações do porvir.
Ao fazer a parte que lhe cabe na vida, cada semeador do Amor se esquece de si mesmo e morre feliz, pois tem a certeza que muito breve o planeta vai receber a dádiva da colheita farta e teremos apenas motivos para sorrir e agradecer!...

sábado, 19 de maio de 2018

GRANDES MOMENTOS


“Com um simples gesto de amor você pode fazer a diferença!”


Houve um tempo em que eu ganhava a vida como taxista – conta um motorista – quando recebi na noite de 25 para 26 de julho de 2003, uma chamada vinda de um pequeno prédio, próximo do Largo da Ordem no São Francisco, centro histórico de Curitiba, capital do Paraná.
Quando cheguei o prédio estava escuro.  Vi apenas uma lâmpada acesa numa janela do térreo e buzinei.
“Esse passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda”, pensei. Assim, fui até a porta e bati.
− Um minutinho – disse alguém.
Quando a porta se abriu me vi diante de uma idosa, pequenina, de frágil aparência e de bengala. Ela me pediu:
− Poderia me ajudar com a mala?
Ajudei-a caminhar lentamente até o carro. Ela me agradeceu muito, por isso.
− Não é nada! – respondi – apenas procuro tratar meus passageiros do jeito que gostaria que tratassem minha mãe.
− Oh! Você é um bom rapaz!
Ela deu-me um endereço e me pediu para ir pelo centro da cidade?
− Este não é o trajeto – alertei-a.
− Eu não estou com pressa. Meu destino é o último; o Asilo dos Velhos.
Surpreso, eu olhei pelo retrovisor. Os olhos da velhinha brilhavam marejados.
− Não tenho mais família e o médico me disse que tenho muito pouco tempo.
Nas horas seguintes nós dirigimos por toda a cidade. Ela mostrou-me o edifício na Rua Barão do Cerro Azul em que havia trabalhado em certa ocasião.
Nós passamos pelas cercanias do Centro Cívico, em que ela e o esposo tinham vivido. E também pela igreja Perpétuo Socorro no Alto da Glória, onde comemoraram Bodas de Ouro.
Ela pediu-me que passasse em frente a uma loja na Rua Dr. Muricy com a Rua José Loureiro, que ela dizia ser um clube alemão, que tinha grande salão de dança, que ela frequentava quando mocinha.
De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina. Era quando ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada. Olhava e suspirava...
Assim rodamos a noite inteirinha. E quando os primeiros raios de sol surgiram no horizonte, ela disse de repente:
− Estou pronta. Vamos agora!
Seguimos e chegamos a uma casa de repouso no Bairro Parolin, onde ela foi recebida por duas atendentes.
A senhora já numa cadeira de rodas, perguntou-me então pela corrida.
− Quanto lhe devo?
− Nada! – eu disse.
− Mas, você tem que ganhar a vida.
− Há outros passageiros – respondi.
Mas ela insistiu, disse que não precisava mais de dinheiro e colocou 2000 reais no meu bolso da camisa.
Eu não quis aceitar, mas ela foi incisiva ao extremo:
− Você deu a mim, bons momentos de alegria, como não tinha há tanto tempo. Obrigada, MEU AMIGO!
Apertei sua mão e caminhei até o carro. Dirigi olhando o centro da cidade e não conseguia parar de chorar, pois pensava como vivemos; e no que damos valor, se daqui não levamos nada.
Atrás de mim, o som do portão se fechando era como o fim de uma vida...
Dois dias depois voltei ao asilo para ver como estava a minha mais nova amiga. Disseram-me, então, que na noite anterior, seu coração parou durante a noite, e ela adormecera para sempre.
Eu fiquei a pensar se a velhinha tivesse pegado um motorista mal-educado e raivoso... Oh Deus! E se eu tivesse recusado a corrida? Ao relembrar, creio que eu jamais tinha feito algo mais importante na minha vida até então. Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas são os objetivos e o futuro; mas ela gira em Grandes Momentos.
Todavia, os Grandes Momentos frequentemente nos pegam desprevenidos e ficam guardados em recantos que quase todo mundo considera sem importância, e quando nos damos conta, já passou.
Este é o resumo que fizemos de uma história considerada real, e que nos leva a pensar em muitos gestos magnânimos de Caridade, de Amor ao Próximo, que podemos realizar na vida. 
As pessoas podem não lembrar exatamente o que você fez, ou o que você disse, mas, elas sempre lembrarão como você as fez sentir-se.
Jesus nos diz, em Lucas 15,4, que nenhuma de suas ovelhas se perderá. E ainda: "Eu lhes dou a vida eterna" (João 10,28). Então viva a vida com fé e sem nenhum temor, pois com Jesus você tem a certeza do futuro!

sábado, 12 de maio de 2018

QUANDO DEUS CRIOU AS MÃES


“O amor de mãe só não é maior que o amor de Deus”


O mês de maio é um mês que sempre eleva um pouco mais a vibração do nosso planeta e isso muda a frequência da humanidade no rumo de uma vida melhor. Ocorre esse fato porque o segundo domingo de maio é dedicado ao Dia de todas as Mães.
E Mãe é a mão que conduz; o anjo que vela; a mulher que ora, na esperança de que seus filhos alcancem felicidade e paz. Seu Amor é divino! Faz parte da Natureza e vai além do instinto de conservação. Não se limita às necessidades materiais. Não cessa mesmo quando o cuidado com os filhos se tornam desnecessários, persistindo por toda a vida, repleto de devotamento e abnegação.
 Disse Ruy Barbosa que “Amor de mãe não morre, só muda de atmosfera”. 
Então, é amor transcendental, pois sobrevive à morte. É o Amor de Maria, a excelsa Mãe de Jesus, irradiando luz, espancando as trevas, pacificando a vida, aquecendo corações...
  "Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca" (Isaias 49,15).
Se, por força do destino, você não puder contar com o amor materno, lembre-se da promessa supracitada no livro sagrado, que o amor de Deus jamais lhe faltará. Deus não se esquece de seus filhos, porque "[...] sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais" (Mateus 6,8).
Diz uma lenda – de autor desconhecido –, que no dia em que o bom Deus criou a mãe, um mensageiro se acercou dele e lhe perguntou o porquê de tanto zelo com aquela criatura. Em que, afinal de contas, ela era tão especial?
O bondoso e paciente Pai de todos nós lhe explicou que aquela mulher teria o papel de mãe, pelo que merecia especial cuidado.
Ela deveria ter um beijo que tivesse o dom de curar qualquer coisa, desde leves machucados até namoro terminado.
Deveria ser dotada de mãos hábeis e ligeiras que agissem depressa preparando o lanche do filho, enquanto mexesse nas panelas para que o almoço não queimasse.
Que tivesse noções básicas de enfermagem e fosse catedrática em medicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo e colocasse bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada.
Mãos que soubessem acarinhar, mas que fossem firmes para transmitir segurança ao filho de passos vacilantes. Mãos que soubessem transformar um pedaço de tecido insignificante numa roupa especial para a festinha da escola.
Por ser mãe, deveria ser dotada de muitos pares de olhos. Um par para ver através de portas fechadas, para aqueles momentos em que se perguntasse o que é que as crianças estão tramando no quarto fechado. Outro par para ver o que não deveria, mas precisava saber, e, naturalmente, olhos normais para fitar com doçura uma criança em apuros e lhe dizer: “Eu te compreendo. Não tenhas medo. Eu te amo”, mesmo sem dizer nenhuma palavra.
O modelo de mãe deveria ser dotado ainda da capacidade de convencer uma criança de nove anos a tomar banho, uma de cinco anos a escovar os dentes e dormir, quando estiver na hora.
Um modelo delicado, mas resistente, capaz de resistir ao vendaval da adversidade e proteger os filhos, de superar a própria enfermidade em benefício dos seus amados e de alimentar uma família com o pão do amor.
Uma mulher com capacidade de pensar e fazer acordos com as mais diversas faixas de idade.
Uma mulher com capacidade de derramar lágrimas de saudade e de dor, mas, ainda assim, de insistir para que o filho parta em busca do que lhe constitua a felicidade ou signifique seu progresso maior.
Uma mulher com lágrimas especiais para os dias de alegria e os de tristeza, para as horas de desapontamento e de solidão.
Uma mulher de lábios ternos que saiba cantar canções de ninar para os bebês e tenha sempre as palavras certas para o filho arrependido pelas tolices feitas. Lábios que saibam falar de Deus, do Universo e do amor. Que cantem poemas de exaltação à beleza da paisagem e aos encantos da vida.
Uma mulher. Uma MÃE.

sábado, 5 de maio de 2018

MOEDAS DE AMOR


É difícil reconstruir o Planeta, mas é possível dar o primeiro passo.


Num bairro muito pobre morava uma linda garotinha. Ela ia à escola suja e descuidada, com roupa velha estragada.
O professor, penalizado com a situação daquela aluna, se perguntava: “Como é que uma menina tão bonita pode vir tão mal arrumada à Escola?”.
E resolveu lhe comprar um vestido novo, apesar de seu minguado salário. Ela ficou linda num vestido azul!
Quando a mãe a viu naquele lindo vestido, sentiu que era lamentável que sua filha, num traje novo, fosse tão suja para a escola. Então, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos, cortar suas unhas, escovar os dentes...
No fim da semana, o pai comentou:
− Mulher, é vergonhoso a gente ver nossa filha, tão bonita e bem arrumada, morando em um lugar como este, caindo aos pedaços! Que tal você ajeitar a casa? E eu, nas horas vagas, pintar a casa, consertar a cerca, plantar um jardim?
Algum tempo depois, a casa com seu jardim todo florido e bem cuidado se destacava no pequeno lugarejo!
Os vizinhos, que moravam em barracos feios, estavam envergonhados e resolveram arrumar também as suas moradias, plantar flores, usar pintura e criatividade. Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado...
Logo mais, uma autoridade influente da cidade percebeu os esforços daquela gente e foi ao Prefeito reivindicar alguns melhoramentos necessários ao bairro.
As ruas de terra foram asfaltadas, com meio-fio, sarjetas, bueiro, calçadas em pedra, lixeiras, esgotos canalizados...  O bairro ganhou ares de cidadania. E tudo começou com um vestido azul!...
O professor não tinha a intenção de consertar toda a rua, nem de criar uma associação que socorresse o bairro. O que ele fez foi apenas um gesto de amor. Gastou uma pequena Moeda de Amor dando o primeiro passo, que acabou motivando outras pessoas a lutar por melhorias. Sem querer, o professor causou um “Efeito Borboleta”.
Pela teoria (de pesquisa científica) do “Efeito Borboleta”, o bater das asas de uma borboleta pode mudar o curso natural das coisas e, talvez, até provocar um furacão do outro lado do mundo!
Uma pequena Moeda de Amor pode ser o primeiro movimento de uma grande mudança planetária.
Pois a Caridade tem consequências que jamais imaginamos. Uma prece, uma palavra de conforto, um sorriso, um elogio, um aperto de mão, um bom-dia com entusiasmo, um telefonema, uma mensagem de WattsApp, um gesto de ajuda, de paciência, de tolerância, são pequenas atitudes (“bater de asas”) que podem causar grandes transformações.  
Uma pequena Moeda de Amor pode desencadear um movimento de PAZ, pois com a prática da Caridade as guerras desaparecerão e as misérias serão eliminadas da Terra. Mas, será que estamos fazendo a NOSSA PARTE?
Todas as ações do Bem, feitas com bondade no momento certo, são Moedas de Amor que valem mais do que as ações da bolsa de valores, mais que os tesouros bancários, mais que as aplicações em Bitcoins ou qualquer outra moeda virtual.
Sempre temos oportunidades de fazer o Bem. Pois somos CoCriadores do universo: indivíduos que criam algo em conjunto com outros. Talvez, por isso, repetindo o ensinamento do Salmo 81,6, o Cristo tenha dito no Evangelho Segundo João 10,34: “Vós sois deuses”.
Veja bem! Não somos Criadores, mas CoAutores, CoLaboradores. "Nós somos operários com Deus", segundo Paulo, na 1ª Epístola aos Coríntios (3,9).
O progresso está na natureza humana. Contribuímos de alguma forma para a realização da obra de Deus aqui na Terra. "Então cada um receberá de Deus o louvor que merece". (I Cor. 4,5).
As Moedas de Amor abrem as portas ao progresso dando todas as possibilidades para o indivíduo crescer e evoluir em busca da perfeição.
Moedas de Amor é o Tesouro de quem ama, pois o Amor é o aspecto mais puro da energia do Criador. "Aquele [pois] que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor". (I João 4,8).
 Enfim, Moedas de Amor são moedas de Caridade, que oferece oportunidade de salvação a toda criatura humana. Como ensina Paulo, escrevendo a Pedro (4,8): "Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados".