Aquecendo a Vida

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sábado, 7 de abril de 2018

EXEMPLOS DE HUMILDADE


“A humildade faz grandes homens” (Mahatma Gandhi).


Chico levantara-se cedo e, ao sair, encontra-se com o Flaviano, que lhe diz:
− Sabe quem morreu? − O Juca, seu ex-patrão. Morreu na miséria, sem ter nem o que comer...
− Não!... Coitado!
Chico enxuga os olhos e pergunta:
− A que horas é o enterro?
− Creio que a qualquer hora será levado no rabecão, como indigente...
Chico medita, emocionado, e pede:
− Flaviano, faça-me um favor: vá a casa onde ele desencarnou e peça para esperarem um pouco. Vou ver se lhe arranjo um caixão, mesmo barato.
Flaviano despede-se e parte.
Chico Xavier recorda seu ex-patrão, que tanto bem lhe fizera. E ali mesmo, no caminho, envia uma prece a Jesus.
E, tirando o chapéu da cabeça e virando-o de copa para baixo, à guisa de sacola, foi bater de porta em porta, pedindo uma esmola para comprar um caixão para enterrar o extinto amigo.
Todos estavam perplexos com o ato de Chico. Nem seu pai conseguiu demovê-lo daquele petitório...
Um pobre cego, muito conhecido em Pedro Leopoldo, é inteirado da nobre ação do Chico. Esbarra com ele:
− Por que tanta pressa, Chico?
− Meu NEGO, eu estou pedindo esmolas para enterrar meu ex-patrão.
− Seu Juca?! Coitado, tão bom! Espere Chico. Tenho aqui algum dinheiro de esmolas arrecadado ontem e hoje. E despejou tudo no chapéu do Chico.
Chico olhou-lhe os olhos lacrimosos, mortos e sem luz. Comoveu-se mais.
− Obrigado, meu NEGO! Que Jesus lhe pague o sacrifício.
Comprou o caixão com o dinheiro esmolado. Providenciou e acompanhou o enterro até o cemitério. E, já tarde, regressou a casa. Tinha vivido um grande dia! Sentou-se à entrada da porta.
Em prece muda, agradeceu a Jesus.
Emmanuel lhe aparece e lhe sorri. O sorriso de seu bondoso Guia lhe diz tudo.
Chico o entende. Ganhara o dia, pagara uma dívida e dera de si um testemunho de humildade, de gratidão e de amor ao Divino Mestre.
Nessa história, relatada por Ramiro Gama, em “Lindos Casos de Chico Xavier”, que aqui adaptamos, temos dois exemplos de humildade: o peditório de Chico e a esmola do NEGO cego.
Humildade tem sido definida como “virtude que nos dá o sentimento de nossa fraqueza. Modéstia, demonstração de respeito, de submissão”.
Mas, tal definição não corresponde ao verdadeiro sentido da palavra.
Modéstia é ausência de luxo, é a simplicidade no modo de se apresentar.
Humildade já é um sentimento interior de respeito ao próximo, de desprendimento das coisas materiais, de submissão a Deus. Então, não se confunde com modéstia, pois até o rico pode ter humildade no seu coração.
Humildade é polo oposto do orgulho e do egoísmo. É uma virtude, um grande sentimento de amor, mas não de fraqueza.
O humilde sabe que não sabe, pois reconhece sua pequenez diante da grandeza do universo e de seu Criador. Tem consciência de que já superou os vícios oriundos do orgulho e do egoísmo. Não se esconde na mentira e nem usa da falsa modéstia (hipocrisia). Por isso, é simples no falar, sincero e franco no agir.
É a humildade que mostra a nossa pequenez. Mas sem a fraqueza, que se confunde com a covardia.  A humildade é firme, é segura, é corajosa... É a força interior que resiste aos vícios e erros, às calúnias, injúrias e difamações sem qualquer revolta..., que nos permite sofrer sem blasfemar, para permanecer no caminho da iluminação espiritual.
Sem humildade poderemos ser caridosos? Não! Porque é ela que mostra que todos nós somos iguais na balança divina; que somos irmãos... Ela é uma virtude, um grande sentimento de amor que nos faz ajudar mutuamente, que nos faz ter gratidão, que nos encaminha para o Bem... Humildade é ter consciência de quem você é, o que faz de certo e de errado, e do que pode fazer para servir ao próximo sem pensar em si mesmo.
Humildade é um título de nobreza espiritual, que poucos possuem! Lembre-se: da humildade de Jesus, que o elevou acima de todos os profetas; da humildade de Chico Xavier, que lhe deu forças para esquecer sua condição social e, por gratidão, adotar a condição de pedinte a favor de seu semelhante; e, da humildade do NEGO cego, que nos revela que até um mendigo pode ter uma grandeza d’alma, que nos possa surpreender!

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