“Neste mundo insano, as pessoas precisam uma das
outras...” (Osho).
Quando se busca realizar algo, vem logo à nossa mente
a necessidade do trabalho – que é uma lei da Natureza.
O trabalho é um meio de aperfeiçoamento da
inteligência do ser humano. Mas, não se deve entender como trabalho só as
ocupações materiais, pois qualquer ocupação útil é um trabalho.
Pelo trabalho quis Deus que cada um contribuísse para
a realização das coisas do mundo. Por isso somos considerados cocriadores do universo. "Vós sois
deuses” disse Jesus em João 10,34, referindo-se aos Salmos 81,6. Assim, no exercício de seu livre-arbítrio, é
que o ser humano, pelo trabalho, sem perceber, prepara para si mesmo os
acontecimentos que estão por vir no curso de sua vida.
O homem traz em si o germe de seu aprimoramento, por
isso, o trabalho está relacionado à sua necessidade de realização, de progresso...
E esta necessidade é uma força viva, uma condição da natureza humana que as más
leis podem retardar, mas não sufocar.
A questão 778 do Livro dos Espíritos registra que “o homem deve progredir sem cessar porque
Deus assim o quer”.
Portanto, é uma missão de toda a criatura humana trabalhar
e cooperar para a harmonia do universo. Sendo assim, a ociosidade – que contraria
a lei natural do trabalho –, em vez de ser um benefício, vira um suplício e
acaba sendo uma pista falsa para quem pensa que nesse “dolce far niente” está no gozo da vida.
É de bom alvitre ressalvar, que não se deve confundir trabalhador
sem trabalho com ociosidade!
Além da ociosidade, o egoísmo, o ciúme e a inveja são também
pistas falsas na busca da felicidade e do triunfo na vida. Aliás, muita gente
neste mundo segue esses e outros falsos sentimentos em busca do sucesso! E são
os fracassados da vida!
A inveja, por exemplo, é o sentimento mais desprezível
do ser humano. Ela destrói o que há de melhor naqueles que estão ao nosso lado.
Atualmente, quando se fala em realização, pensa-se muito em ter e receber, em exibir, em
conquistar, em ser servido um dia pelos outros.
Entretanto, com esses sentimentos não se consegue
realização. Porque realização não é só usufruir, mas ao contrário, é dar e
servir. “O que quiser ser maior entre todos, que sirva a seu próximo”, ensinou
Jesus, em Mt 20,26.
Conheço uma história de um fazendeiro bem sucedido,
que ilustra muito bem este assunto.
Ano após ano, ele ganhava o troféu “Milho Gigante” da
feira de agricultura do município. Entrava com seu milho na feira e saía com a
faixa azul recobrindo seu peito.
E o seu milho era cada vez melhor.
Numa dessas ocasiões, um repórter de jornal, ao
abordá-lo, após a já tradicional colocação da faixa, ficou intrigado com a
informação dada pelo entrevistado sobre como costumava cultivar seu qualificado
e valioso produto.
O repórter descobriu que o fazendeiro compartilhava a
semente do seu milho gigante com os vizinhos.
− Como pode o senhor dispor-se a compartilhar sua
melhor semente com seus vizinhos, quando eles estão competindo com você em cada
ano? – indagou o repórter.
O fazendeiro pensou por um instante, e respondeu:
− Você não sabe? O vento apanha o pólen do milho
maduro e leva através do vento de campo para campo. Se meus vizinhos cultivam
milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho.
Se eu quiser cultivar milho bom, eu tenho que ajudar meus vizinhos a cultivar
milho bom.
Ele era atento às conectividades da vida. O milho dele
não poderia melhorar se o milho do vizinho também não tivesse a qualidade
melhorada.
Assim é também com outras dimensões da nossa vida.
Aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que
seus vizinhos estejam em
paz. Aqueles que querem viver bem têm que ajudar os outros
para que vivam bem.
E aqueles que querem ser felizes, têm que ajudar os
outros a encontrar a felicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao
bem-estar de todos.
Ajude seus vizinhos a cultivar o milho cada vez
melhor!