Aquecendo a Vida

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sábado, 10 de junho de 2017

O REINO DA CARIDADE

“Onde não há caridade não pode haver justiça” (Santo Agostinho)



“Fora da Caridade não há salvação” para Chico Xavier é o mesmo que afirmar que “fora do Amor não há salvação”. E Chico ainda diz que “A caridade é um exercício espiritual...”. Pois, “Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma”.
As forças da alma que se desenvolvem com o exercício da caridade são aquelas que estão ligadas ao pensamento, ao sentimento e a emoção.
Pensamento é a faculdade de refletir, de raciocinar logicamente... É o ato do Espírito de agir e se comunicar. É uma força de operação da inteligência. Todo pensamento é formado de energia. Moldamos essa energia de acordo com nossos sentimentos e nossas emoções, definindo sua intensidade, cor e forma... Aprovado, esse pensamento segue para o subconsciente para ser concretizado. A física quântica prova que é o pensamento que cria a nossa realidade.
Sentimento é uma sensação psíquica que define o modo de pensar do Espírito: suas atitudes; sua sensibilidade para ser facilmente comovido ou impressionado, em relação às coisas de ordem moral ou intelectual.  É uma disposição afetiva estável e duradoura, que nasce do fundo da alma, sendo construída a partir de experiências ou reflexões conscientes.
Emoção é o estado de ânimo despertado pelo sentimento; uma perturbação ou agitação repentina, passageira, momentânea, causadas pela surpresa, medo, alegria... A emoção se diferencia do sentimento porque é de curta duração e ocorre, na maioria das vezes, de forma instintiva.
Quando pensamento, sentimento e emoção se unem na prática do bem, se confundem com as forças da criação, e transformam a realidade. Por isso o Mestre Jesus, repetindo o salmista, replicou aos que o interrogavam: “Vós sois deuses” (João 10,34).
Disse Paulo na primeira Epístola de João (4,8) que “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.
Se Deus é Amor, e Caridade é a prática do Amor, quem faz o bem tem Deus presente dentro de si, no coração, e age como um cocriador do universo, dotado de profunda fé, surpreendendo os incrédulos. "Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar" (Filipenses 2,13).
Registra o mensageiro do Ato dos Apóstolos (2,17) que "Acontecerá nos últimos dias - é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão".
O conhecimento dos princípios que unem vivos e “mortos” vem reforçar a moral do Cristo. Nossos entes queridos continuam vivos e podem se comunicar conosco. Isso é uma nova luz que nos faz compreender a solidariedade, que une todos – vivos e “mortos”. A fraternidade se torna uma necessidade social e as pessoas passam a fazer a Caridade não mais como um dever, mas por convicção.
E como isso já está ocorrendo, esta nova realidade já está operando transformações no caráter das pessoas, nos seus gostos, nas suas tendências, hábitos e relações sociais. Acabando com o reinado do egoísmo, do orgulho e da incredulidade. Acabando com a tendência de fazer as coisas priorizando o interesse próprio, querendo sempre levar vantagem em tudo... É o fim de uma era egocêntrica, negativa, para dar lugar a Era Cósmica altruísta, positiva, de um mundo regenerado, transformado. É o REINO DA CARIDADE que se aproxima com a bandeira do Amor, tendo por divisa: “Um por todos e todos por um”.
Santo Agostinho enfatizava que “sem caridade não pode haver justiça” porque sem caridade prevalece a corrupção do reino do egoísmo, cuja palavra de ordem é “Cada um por si”; que busca apenas a vida material, achando que tudo acaba com a morte. Santo Agostinho buscava a vida espiritual, pois acreditava na imortalidade da alma. Ele acreditava também que “Aquele que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar”. Ou seja, aquele que tem caridade no coração é quem tem amor pelo próximo, como está no mandamento cristão. E este tem sempre alguma coisa sobrando para repartir com seu irmão. 

Que o momento da “Campanha do Agasalho” sirva para doarmos um pouco de conforto aos nossos semelhantes!

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