“Onde
não há caridade não pode haver justiça” (Santo Agostinho)
“Fora da
Caridade não há salvação” para Chico
Xavier é o mesmo que afirmar que “fora do
Amor não há salvação”. E Chico ainda diz que “A caridade é um exercício espiritual...”. Pois, “Quem pratica o bem, coloca em movimento as
forças da alma”.
As forças da alma que se desenvolvem com o exercício
da caridade são aquelas que estão ligadas ao pensamento, ao sentimento e a
emoção.
Pensamento é a faculdade de refletir, de raciocinar logicamente...
É o ato do Espírito de agir e se comunicar. É uma força de operação da
inteligência. Todo pensamento é formado de energia. Moldamos essa energia de
acordo com nossos sentimentos e nossas emoções, definindo sua intensidade, cor e
forma... Aprovado, esse pensamento segue para o subconsciente para ser
concretizado. A física quântica prova que é o pensamento que cria a nossa
realidade.
Sentimento é uma sensação psíquica que define o modo de pensar
do Espírito: suas atitudes; sua sensibilidade para ser facilmente comovido ou
impressionado, em relação às coisas de ordem moral ou intelectual. É uma disposição afetiva estável e duradoura,
que nasce do fundo da alma, sendo construída a partir de experiências ou
reflexões conscientes.
Emoção é o estado de ânimo despertado pelo sentimento; uma
perturbação ou agitação repentina, passageira, momentânea, causadas pela
surpresa, medo, alegria... A emoção se diferencia do sentimento porque é de
curta duração e ocorre, na maioria das vezes, de forma instintiva.
Quando pensamento, sentimento e emoção se unem na
prática do bem, se confundem com as forças da criação, e transformam a
realidade. Por isso o Mestre Jesus, repetindo o salmista, replicou aos que o
interrogavam: “Vós sois deuses” (João
10,34).
Disse Paulo na primeira Epístola de João (4,8) que “Aquele que não ama não conhece a Deus,
porque Deus é amor”.
Se Deus é Amor, e Caridade é a prática do Amor, quem
faz o bem tem Deus presente dentro de si, no coração, e age como um cocriador
do universo, dotado de profunda fé, surpreendendo os incrédulos. "Porque é Deus quem, segundo o seu
beneplácito, realiza em vós o querer e o executar" (Filipenses 2,13).
Registra o mensageiro do Ato dos Apóstolos (2,17) que "Acontecerá nos últimos dias - é Deus
quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão
os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos
anciãos sonharão".
O conhecimento dos princípios que unem vivos e “mortos” vem reforçar a moral do Cristo.
Nossos entes queridos continuam vivos e podem se comunicar conosco. Isso é uma
nova luz que nos faz compreender a solidariedade, que une todos – vivos e “mortos”. A fraternidade se torna uma
necessidade social e as pessoas passam a fazer a Caridade não mais como um
dever, mas por convicção.
E como isso já está ocorrendo, esta nova realidade já
está operando transformações no caráter das pessoas, nos seus gostos, nas suas
tendências, hábitos e relações sociais. Acabando com o reinado do egoísmo, do
orgulho e da incredulidade. Acabando com a tendência de fazer as coisas
priorizando o interesse próprio, querendo sempre levar vantagem em tudo... É o
fim de uma era egocêntrica, negativa, para dar lugar a Era Cósmica altruísta,
positiva, de um mundo regenerado, transformado. É o REINO DA CARIDADE que se
aproxima com a bandeira do Amor, tendo por divisa: “Um por todos e todos por um”.
Santo Agostinho enfatizava que “sem caridade não pode haver justiça” porque sem caridade prevalece
a corrupção do reino do egoísmo, cuja palavra de ordem é “Cada um por si”; que busca apenas a vida material, achando que
tudo acaba com a morte. Santo Agostinho buscava a vida espiritual, pois acreditava
na imortalidade da alma. Ele acreditava também que “Aquele que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar”.
Ou seja, aquele que tem caridade no coração é quem tem amor pelo próximo, como
está no mandamento cristão. E este tem sempre alguma coisa sobrando para
repartir com seu irmão.
Que o momento da “Campanha
do Agasalho” sirva para doarmos um pouco de conforto aos nossos
semelhantes!
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