Aquecendo a Vida

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sábado, 24 de junho de 2017

EDUCAR PARA SER FELIZ

“A redenção da Humanidade terá começo no caráter da criança ou o sofrimento dos Homens não terá fim”.  (Isabel Cinira)




Muitos procuram a Felicidade em bens materiais. Vivem sempre obcecados pela ganância de dinheiro e os prazeres que ele proporciona. Quanto mais ganham mais querem ganhar. Apesar da polpuda conta bancária, descobrem, no entardecer da vida, que sempre foram infelizes.
Nada sabem resolver sem o dinheiro! Com essa atitude, alguns entram em depressão e chegam mesmo até ao suicídio. Outros, com delírios de grandeza e de perseguição, tornam-se homicidas ou mandantes de assassinatos. Perderam totalmente a autoestima pra viver o estado de paranóia, próprio de criminosos contumazes, traficantes e contraventores. 
O Brasil tem sido palco desses fatos. A imprensa além de divulgá-los amplamente, cobra providências das autoridades brasileiras.
A elite brasileira faz de tudo para manter o povo pobre e miserável. E como consequência disso, temos uma geração amalucada que mal se educa nas lides escolares, e se torna presa fácil do submundo das drogas e de crimes.
E como interferir? Como tomar providências? É uma questão de filosofia de vida! Então, certamente, a solução só vem em longo prazo; talvez, de muitos lustros. Por quê?! Porque está relacionada com a construção da nossa maneira de ser, de pensar, de viver, de cidadania...
É um problema de educação familiar e de formação na fé cristã. E na escola, é um problema estritamente de educação transformadora, que forma a inteligência, o coração e o Espírito.
E como desenvolver uma educação assim? Eis algumas sugestões:
• Acrescentar aulas de Filosofia no quadro curricular do Ensino Fundamental;
• Incluir a “Música na Escola”, possibilitando a participação dos alunos no Coral da Escola;
• Incluir o “Esporte na Escola”, visando à participação dos alunos em Campeonatos ou na Olimpíada Escolar;
• Difundir o Ensino Religioso ecumênico de formação Moral e Ética;
• Ampliar e melhorar o atendimento aos alunos especiais;
• Dar apoio técnico-pedagógico à Oficina Pedagógica Municipal;
• Corrigir distorções da Alfabetização e da Progressão Continuada;
• Aumentar o salário dos profissionais da educação e capacitá-los;
• Ampliar o número de Laboratórios de Informática na Rede de Ensino;
• Universalizar o atendimento à população infantil, com a ampliação dos serviços de creche e pré-escola;
• Desenvolver projetos específicos de Dança, Teatro, Horta Escolar, Proteção ao Meio Ambiente, Higiene, etc.;
• Envolver os Pais e a Comunidade na Educação Escolar, fortalecendo as Associações de Pais e Mestres;
• Executar uma Política de Atenção e Proteção à Juventude;
A educação vista assim de forma abrangente, compreendendo políticas básicas como a cultura, o esporte, o lazer, e a família, possibilitará um ensino com qualidade, que desenvolverá nos alunos a afetividade, a sensibilidade, virtudes e valores fundamentais para a vida social.
Não há desenvolvimento social sustentável sem educação. Tanto que a Lei Federal determina dar prioridade absoluta às crianças e adolescentes.
O político Leonel Brizola dizia que “Salvar as nossas crianças é a coisa mais urgente que pode haver”. Para ele não teria muitas das coisas que estão fazendo com o dinheiro público... Coisas para um fragmento de luxo da vida brasileira, enquanto as nossas crianças continuam submergidas na ignorância!
“Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar”, disse Ayrton Senna.
Educação tem cura! “Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens”, já alertava Pitágoras.
O “Deixai vir a mim os pequeninos” do evangelho é uma forma alegórica de dizer: deixai que as crianças aprendam da sabedoria cristã, dos ensinamentos de Jesus, que alimenta e fortifica os fracos. Que aprendam a amar o próximo com todos os ingredientes do Amor, presentes na carta que Paulo escreveu aos coríntios: paciência; bondade; generosidade; humildade; delicadeza; entrega; tolerância; inocência e sinceridade.
A educação é uma alavanca de que Deus se serve para impulsionar a humanidade para a Nova Era de Paz, Amor e Justiça, que se aproxima.

Que a criança – sementeira do porvir – possa Ser Feliz!

sábado, 17 de junho de 2017

O SABOR DE UM BOM CAFEZINHO

"Não julgueis pela aparência, mas julgai conforme a justiça" (João 7,24).



Ao completar dez anos de formatura, um grupo de amigos, bem sucedidos em seus empreendimentos, conversando sobre suas vidas decidiram que visitariam o paraninfo da turma, um velho professor, aposentado, e que fora sempre uma inspiração para eles.
Durante a visita, o bate-papo se transformou em reclamação sobre os problemas da vida, sobre o estresse em seus trabalhos e relacionamentos.
Ao oferecer um cafezinho a seus visitantes, o professor foi na cozinha e retornou com uma garrafa térmica cheia da bebida e uma grande bandeja contendo xícaras, em tamanhos, modelos e formatos os mais variados: novas, antigas, bonitas, feias, simples, cromadas, caríssimas, de porcelana, de cerâmica, de vidro...  Então ele convidou cada um a se servir da bebida.
Quando todos tomavam o cafezinho, o velho e sábio professor compartilhou seu pensamento:
− Perceberam que vocês escolheram somente as xícaras novas, caras e bonitas! Perceberam que as xícaras simples, velhas, feias e baratas foram deixadas na mesa! Embora vocês achem normal desejarem somente as melhores coisas para si, é aí que está a fonte de seus problemas e estresse. A xícara na qual você está bebendo, não acrescenta nada à qualidade do café. Na maioria das vezes, ela é apenas mais cara. Às vezes, ela até esconde o que estamos bebendo. O que cada um de vocês queria, na verdade, era o cafezinho! Vocês não queriam a xícara... Mas vocês conscientemente escolheram as melhores. E logo vocês começaram a olhar uns para as xícaras dos outros.
− Agora meus queridos ex-alunos – continuou o professor –, por favor, considerem o seguinte... A vida é o bom cafezinho... Seu emprego, seu dinheiro, e sua posição na sociedade são as xícaras. Às vezes, ao concentrarmos somente na xícara, deixamos de saborear o café gostoso que Deus tem nos ofertado! Lembrem-se sempre disto... Deus provê o café. Ele não escolhe a xícara.
E o sábio professor arrematou o seu pensamento, assim:
− Viva simplesmente... Ame generosamente... Cuide-se imensamente... Fale bondosamente... Deixe o resto com Deus. Aproveite seu bom cafezinho! E lembre-se! Os mais ricos não são os que têm mais, mas os que precisam de menos. As pessoas mais felizes não são as que têm o melhor de tudo. Mas simplesmente as que fazem o melhor de tudo que têm!
Essa sábia lição tem a essência dos ensinamentos do Maior Mestre da Humanidade. Pois aprendemos com Jesus que o que importa na vida é a qualidade da alma e não a qualidade do corpo.
O nosso corpo físico é a roupagem da alma. Como a xícara, ele é apenas um vasilhame para o Espírito. Nosso corpo é descartável, mas o Espírito que o habita é imortal e eterno. O Espírito evoluído é como o bom cafezinho. Tem qualidade moral. Qualidade esta que transparece na maneira de ser de cada um, no seu caráter, na sua responsabilidade, no cumprimento do seu dever, no respeito aos direitos de seus semelhantes, no amor aos menos favorecidos pela sorte.
O corpo físico, que importa! Pode ser deficiente e daí? Pode ser de qualquer raça, de qualquer cor, feio ou bonito, forte ou fraco, doente ou sadio. O que importa é a sua essência interior!
Por ser conhecedor disso, Jesus chamava os soberbos, os poderosos e os preconceituosos da época de “sepulcros caiados”. Bonitos por fora, mas podres por dentro. Bonitos de corpo, mas de almas escurecidas pela ignomínia, pela devassidão, pela corrupção moral.
E ainda ensina, em Mateus (7,1-4):
“1. Não julgueis, e não sereis julgados. 2. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido também vós sereis medidos. 3. Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? 4. Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu?”.

 Afinal, diz um ditado que “quem vê cara, não vê coração”. Quem vê o corpo físico não vê a alma, o espírito. Quem apenas vê a xícara desconhece o sabor de um bom cafezinho

sábado, 10 de junho de 2017

O REINO DA CARIDADE

“Onde não há caridade não pode haver justiça” (Santo Agostinho)



“Fora da Caridade não há salvação” para Chico Xavier é o mesmo que afirmar que “fora do Amor não há salvação”. E Chico ainda diz que “A caridade é um exercício espiritual...”. Pois, “Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma”.
As forças da alma que se desenvolvem com o exercício da caridade são aquelas que estão ligadas ao pensamento, ao sentimento e a emoção.
Pensamento é a faculdade de refletir, de raciocinar logicamente... É o ato do Espírito de agir e se comunicar. É uma força de operação da inteligência. Todo pensamento é formado de energia. Moldamos essa energia de acordo com nossos sentimentos e nossas emoções, definindo sua intensidade, cor e forma... Aprovado, esse pensamento segue para o subconsciente para ser concretizado. A física quântica prova que é o pensamento que cria a nossa realidade.
Sentimento é uma sensação psíquica que define o modo de pensar do Espírito: suas atitudes; sua sensibilidade para ser facilmente comovido ou impressionado, em relação às coisas de ordem moral ou intelectual.  É uma disposição afetiva estável e duradoura, que nasce do fundo da alma, sendo construída a partir de experiências ou reflexões conscientes.
Emoção é o estado de ânimo despertado pelo sentimento; uma perturbação ou agitação repentina, passageira, momentânea, causadas pela surpresa, medo, alegria... A emoção se diferencia do sentimento porque é de curta duração e ocorre, na maioria das vezes, de forma instintiva.
Quando pensamento, sentimento e emoção se unem na prática do bem, se confundem com as forças da criação, e transformam a realidade. Por isso o Mestre Jesus, repetindo o salmista, replicou aos que o interrogavam: “Vós sois deuses” (João 10,34).
Disse Paulo na primeira Epístola de João (4,8) que “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.
Se Deus é Amor, e Caridade é a prática do Amor, quem faz o bem tem Deus presente dentro de si, no coração, e age como um cocriador do universo, dotado de profunda fé, surpreendendo os incrédulos. "Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar" (Filipenses 2,13).
Registra o mensageiro do Ato dos Apóstolos (2,17) que "Acontecerá nos últimos dias - é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão".
O conhecimento dos princípios que unem vivos e “mortos” vem reforçar a moral do Cristo. Nossos entes queridos continuam vivos e podem se comunicar conosco. Isso é uma nova luz que nos faz compreender a solidariedade, que une todos – vivos e “mortos”. A fraternidade se torna uma necessidade social e as pessoas passam a fazer a Caridade não mais como um dever, mas por convicção.
E como isso já está ocorrendo, esta nova realidade já está operando transformações no caráter das pessoas, nos seus gostos, nas suas tendências, hábitos e relações sociais. Acabando com o reinado do egoísmo, do orgulho e da incredulidade. Acabando com a tendência de fazer as coisas priorizando o interesse próprio, querendo sempre levar vantagem em tudo... É o fim de uma era egocêntrica, negativa, para dar lugar a Era Cósmica altruísta, positiva, de um mundo regenerado, transformado. É o REINO DA CARIDADE que se aproxima com a bandeira do Amor, tendo por divisa: “Um por todos e todos por um”.
Santo Agostinho enfatizava que “sem caridade não pode haver justiça” porque sem caridade prevalece a corrupção do reino do egoísmo, cuja palavra de ordem é “Cada um por si”; que busca apenas a vida material, achando que tudo acaba com a morte. Santo Agostinho buscava a vida espiritual, pois acreditava na imortalidade da alma. Ele acreditava também que “Aquele que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar”. Ou seja, aquele que tem caridade no coração é quem tem amor pelo próximo, como está no mandamento cristão. E este tem sempre alguma coisa sobrando para repartir com seu irmão. 

Que o momento da “Campanha do Agasalho” sirva para doarmos um pouco de conforto aos nossos semelhantes!

domingo, 4 de junho de 2017

A PROVIDÊNCIA DIVINA

“A natureza inteira está imersa no fluido divino” (Allan Kardec)



Entre o neófito de uma corporação e seu velho e sábio Mestre se estabeleceu precioso diálogo:
− Mestre, penso que Deus deve estender-se apenas às leis gerais do universo, às quais todas as criaturas se submetem. Por isso me intriga a seguinte questão: Como é que Deus sendo tão poderoso pode preocupar-se com os menores atos e com os menores pensamentos de cada indivíduo? 
− Meu caro jovem aprendiz, os homens têm dificuldade para compreender Deus ao representá-Lo por uma imagem à sua própria semelhança. No conceito de muita gente, Deus tem os traços humanos como o de um Rei num trono, perdido na imensidão dos céus.
− Mas é assim que me ensinaram!
− Eu lhe digo, porém, que essa é uma ideia totalmente equivocada. Se olharmos nossas mãos através de um microscópio eletrônico, veremos células, depois moléculas, átomos, o núcleo dos átomos, os prótons, os quarks, bóson... Tudo é feito de átomo. Deus é a energia que está em tudo, Presente em todas as coisas do mundo e suas forças emanam sobre nós.
− Até aí tudo bem! – disse o aprendiz. – Mas como Deus pode ver tudo e presidir todas as coisas, até as mais insignificantes?
− Veja bem – disse o Mestre –, um fluido bem sutil é capaz de penetrar todos os corpos. Agora vamos supor esse mesmo fluido dotado de inteligência e capacidades de percepção, sensação, vontade, discernimento... Ele ao penetrar todos os corpos ouvirá e sentirá. Ele saberá tudo o que acontece.
− Mas, se o fluido é matéria, como pode isso? – indagou o jovem.
− Sim. O fluido é matéria sutil, que serve de veículo ao pensamento. Assim como o ar pode conduzir ondas sonoras, o fluido, invisível a olho nu, pode estar totalmente impregnado de uma Onda pensante, inteligentíssima, que enche o universo infinito, que penetra as coisas mais insignificantes de toda a criação.
− Quer dizer que essa Onda é Deus?
− Sim! A energia que tudo sabe; que tudo vê; que a tudo preside; é uma Onda de amor, de bondade, de misericórdia. É a manifestação divina, que está presente em tudo, que está presente em nós, em nosso coração. O maior erro do ser humano é tentar tirar da cabeça aquilo que não sai do coração. Sabe por quê? Porque até mesmo o incrédulo que tenta tirar Deus de sua cabeça tem o seu coração impregnado de energias do Grande Arquiteto do Universo.
− E como Deus pode atender as orações de todas as criaturas?         
− A Providência Divina é a solicitude de Deus por todas as suas criaturas. E para entendê-la Deus não tem necessidade de mergulhar seu olhar lá do alto da imensidade universal. Nossas orações serão ouvidas sem precisar atravessar o espaço, pois nossos pensamentos repercutem n’Ele. "Eu e o Pai somos um" disse Jesus em de João (10,30). E ainda em João (10,38): "[...] se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai" (João 10,38).
E o velho sábio ainda acrescentou:
− Deus estabeleceu leis cheias de sabedoria, as quais estão gravadas no coração de cada ser humano para servir de rota traçada por sua consciência. Pois, diz os ensinamentos de Jesus: "Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos" (Mateus 18,14). "Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?" (Lucas15,4).
− Feitos à imagem de Deus, somos também energia. Será possível o nosso pensamento criar a nossa realidade?
“Vós sois deuses”, disse Jesus em João 10,34. Somos, assim, cocriadores do universo. Possuímos em nós, pelo pensamento e pela vontade um poder de ação que vai muito além de nossa esfera corporal. Todas as criaturas concorrem para o cumprimento dos desígnios da Providência Divina.
− Obrigado Mestre, por ter tirado minhas dúvidas!
− Longe de nós a pretensão de dar uma ideia precisa do Grande Arquiteto do Universo. É apenas uma forma de raciocinar tendo por escopo entender a possibilidade d’Ele estar em toda parte e de se ocupar de tudo.