“Não tenho medo
de morrer... Tenho pena.” (Chico Anysio).
Era uma vez uma princesa, que tinha muito medo da
morte. E com tanto temor foi consultar um sábio sacerdote do reino.
A princesa, chegando ao templo, abriu seu coração ao
sacerdote, dizendo:
− Reverendo, sinto-me envergonhada de dizer, mas temo
muito a morte. O que devo fazer para superar esse medo?
O sacerdote pensou e respondeu:
− Nós ligamos a palavra morte somente à ausência de
vida, mas isso é um erro. Pois, existem outros tipos de morte, e nós precisamos
morrer todo dia.
− Todo dia! Eu já tenho medo de morrer uma vez, quem
dirá todos os dias!
− A morte nada mais é do que uma passagem, uma
transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem
a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta,
isso é obvio! A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de
algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro.
Vendo os primeiros sinais de alegria no semblante da bela
princesa, o reverendo continuou a explicação:
− Se você quer ter um bom relacionamento, mate dentro
de você a jovem insegura ou ciumenta ou solitária, que pensa que pode fazer
planos sozinhos, sem ter que dividir nada com ninguém. Quer ser uma
profissional competente? Então mate dentro de você a aluna descomprometida, que
acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para ser aprovada. Enfim,
todo processo de evolução exige que matemos o nosso “eu” passado, inferior.
− Qual o risco de não agirmos assim?
− O risco está em você ser duas pessoas ao mesmo
tempo, perdendo o foco, comprometendo a produtividade e, por fim, prejudicando seu
sucesso.
Ninguém evolui se fica agarrado ao passado, pois isso
impede de se projetar ao futuro. Quem busca uma nova etapa necessariamente deve
abrir mão da forma como pensava ou agia. Deve matar em si o que você já foi
para nascer o ser que tanto você deseja ser.
Pense nisso e morra! Mas, não se esqueça de nascer
melhor ainda!
Já se disse, que “A
morte é a única certeza da vida...”. Entretanto, essa é uma visão pessimista,
pois a grande certeza da vida é que estamos vivos! Só morremos porque nascemos!
Nascer,
morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.
Quando você morre, você vai para novas oportunidades,
pois todos nós estamos em processo constante de crescimento e renovação. E a
morte é a forma de forçar nossa evolução, mudando ambientes e projetos de vida.
Por que ainda temos medo da morte?
Porque vivemos em função do nosso próximo. Amamos
nossos entes queridos e se alguém se vai, como não sentir?!
Mas, a certeza da imortalidade da alma é a nossa maior
consolação. Essa certeza não depende de acreditar, pois está dentro de nós, lá no
nosso íntimo, nascemos com ela. É pura intuição!
A morte é
uma transição e não ponto final. É
apenas passagem para outra dimensão. Faz parte do processo evolutivo. Mas nunca
busque a morte ou a precipite. Isso é suicídio. E o suicídio é uma transgressão
às leis de Deus.
Geralmente, o corpo sofre muito mais durante a vida
que no momento da morte. O que faz o sofrimento na hora da morte é o apego às
coisas do mundo. Se o desprendimento fosse completo, a alma não sentiria, pois,
absolutamente nada.
Acredite: a
morte é a ressurreição.
Faça, então, todo bem que puder e quando soar o momento
vá sem medo e sem susto! Pois a alma não se perde na imensidade do infinito.
Ela tem individualidade, porque tem pensamento e vontade próprios, distinto dos
demais.
Ela constata isso pelo seu “envoltório fluídico”, espécie de corpo limitado que faz dela um
ser à parte. Retoma a sua consciência infinita e conserva todas as afeições
morais. E os familiares e amigos não se esquecem dela nesse retorno ao lar
celestial – a verdadeira pátria da alma de todas as criaturas.
Disse Jesus: "Na
casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois
vou preparar-vos um lugar" (João 14,2).
"Assim,
brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5,16).
“Que a vida é Trem Bala, parceiro; e a gente é só
passageiro prestes a partir!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário