Aquecendo a Vida

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sábado, 3 de dezembro de 2016

O MEDO DA MORTE

“Não tenho medo de morrer... Tenho pena.” (Chico Anysio).



Era uma vez uma princesa, que tinha muito medo da morte. E com tanto temor foi consultar um sábio sacerdote do reino.
A princesa, chegando ao templo, abriu seu coração ao sacerdote, dizendo:
− Reverendo, sinto-me envergonhada de dizer, mas temo muito a morte. O que devo fazer para superar esse medo?
O sacerdote pensou e respondeu:
− Nós ligamos a palavra morte somente à ausência de vida, mas isso é um erro. Pois, existem outros tipos de morte, e nós precisamos morrer todo dia.
− Todo dia! Eu já tenho medo de morrer uma vez, quem dirá todos os dias!
− A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, isso é obvio! A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro.
Vendo os primeiros sinais de alegria no semblante da bela princesa, o reverendo continuou a explicação:
− Se você quer ter um bom relacionamento, mate dentro de você a jovem insegura ou ciumenta ou solitária, que pensa que pode fazer planos sozinhos, sem ter que dividir nada com ninguém. Quer ser uma profissional competente? Então mate dentro de você a aluna descomprometida, que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para ser aprovada. Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso “eu” passado, inferior.
− Qual o risco de não agirmos assim?
− O risco está em você ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o foco, comprometendo a produtividade e, por fim, prejudicando seu sucesso.
Ninguém evolui se fica agarrado ao passado, pois isso impede de se projetar ao futuro. Quem busca uma nova etapa necessariamente deve abrir mão da forma como pensava ou agia. Deve matar em si o que você já foi para nascer o ser que tanto você deseja ser.
Pense nisso e morra! Mas, não se esqueça de nascer melhor ainda!
Já se disse, que “A morte é a única certeza da vida...”. Entretanto, essa é uma visão pessimista, pois a grande certeza da vida é que estamos vivos! Só morremos porque nascemos!
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.
Quando você morre, você vai para novas oportunidades, pois todos nós estamos em processo constante de crescimento e renovação. E a morte é a forma de forçar nossa evolução, mudando ambientes e projetos de vida.
Por que ainda temos medo da morte?
Porque vivemos em função do nosso próximo. Amamos nossos entes queridos e se alguém se vai, como não sentir?!
Mas, a certeza da imortalidade da alma é a nossa maior consolação. Essa certeza não depende de acreditar, pois está dentro de nós, lá no nosso íntimo, nascemos com ela. É pura intuição!
A morte é uma transição e não ponto final. É apenas passagem para outra dimensão. Faz parte do processo evolutivo. Mas nunca busque a morte ou a precipite. Isso é suicídio. E o suicídio é uma transgressão às leis de Deus.
Geralmente, o corpo sofre muito mais durante a vida que no momento da morte. O que faz o sofrimento na hora da morte é o apego às coisas do mundo. Se o desprendimento fosse completo, a alma não sentiria, pois, absolutamente nada. 
Acredite: a morte é a ressurreição.
Faça, então, todo bem que puder e quando soar o momento vá sem medo e sem susto! Pois a alma não se perde na imensidade do infinito. Ela tem individualidade, porque tem pensamento e vontade próprios, distinto dos demais.
Ela constata isso pelo seu “envoltório fluídico”, espécie de corpo limitado que faz dela um ser à parte. Retoma a sua consciência infinita e conserva todas as afeições morais. E os familiares e amigos não se esquecem dela nesse retorno ao lar celestial – a verdadeira pátria da alma de todas as criaturas.
Disse Jesus: "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar" (João 14,2).
"Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5,16).

Que a vida é Trem Bala, parceiro; e a gente é só passageiro prestes a partir!”.

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