“Nunca
deixe que te digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem...”.
(Renato Russo)
Em meados da década de sessenta, a
sapataria do Bairro de Santa Cruz ia mal. Seu João, o proprietário, devia uma
fortuna ao curtume. Homem religioso e de muita fé, freqüentava assiduamente os
cultos de sua igreja evangélica orando fervorosamente com esperança de merecer
a complacência divina.
Dona Olga, sua esposa, todos os dias,
também rogava a Deus pra que seu marido encontrasse uma saída para este sério
problema. Em uma ocasião, um professor visita à família, e, penalizado com
isso, aconselhou-a:
− Porque vocês não arriscam a sorte na
loteria?
− Na loteria? – exclamou Dona Olga – É
jogo de azar; a nossa religião não permite!
− Veja bem! – retrucou o educador –,
vocês querem ajuda, então precisam dar uma oportunidade a quem quer
auxiliá-los, não é mesmo?
− É verdade – ela confirmou –, nesta
noite até vou pedir uma orientação espiritual. Seja o que Deus quiser!
Dito e feito. À noite ela orou, deitou,
adormeceu e sonhou com uma linda cachoeira de águas cristalinas. Um arco-íris
embelezava ainda mais aquele jardim florido. E na pedreira, sob uma revoada de
pássaros, borboletas se juntavam e escreviam com seu colorido uma numeração fantástica
que se destacava sobremaneira.
De manhã, ao acordar, ficou impressionada com a lembrança daquele
sonho. Nunca tinha tido um sonho tão colorido como aquele! E aquela arte das
borboletas seria um sinal, ou um aviso do outro mundo? Não teve dúvidas e, em
seguida, procurou o cobrador do ônibus recomendando:
− Por favor, vê se você acha lá na cidade este bilhete da loteria.
Passou-lhe, então, uma dezena de milhar com final
quinze (15) – número da borboleta.
À tarde, aguardou a chegada do ônibus. O cobrador
desceu todo entusiasmado:
− Dona Olga do céu; encontrei o bilhete do seu sonho!
É o mesmo número! Pode aguardar que vai dar borboleta na cabeça!
E não deu outra! Deu no primeiro prêmio! Pagaram as dívidas e foram
embora para o Paraná onde compraram uma casa e educaram os filhos.
Diz-se que nada é por acaso que as coisas acontecem, pois o Universo
conspira a nosso favor. Portanto, coincidências
significativas nunca são coincidências. Pois, a gente descobre nesses
acontecimentos do cotidiano que parece existir um significado oculto por trás
de tudo. Preste atenção! É o universo agindo a nosso favor!
Uma pessoa não perde um avião por acaso, quando ocorre um acidente. Tem
sempre alguma coisa por trás.
O Universo sempre nos dá sinais de muita coisa que está para acontecer.
São como placas indicativas (de trânsito), que precisamos aprender a ler e a
seguir, pois nos levam sempre a um porto seguro.
Esse fenômeno existe e já não é um “grande
mistério”! É denominado de Sincronicidade
ou de Coincidências Significativas,
que a Psicologia vem estudando desde as descobertas de Yung.
Quem já não viveu essas experiências ou não teve momentos mágicos como
o da história supracitada? Parece que uma força além do nosso controle muda
definitivamente os rumos de nossas vidas.
As “coincidências significativas” acontecem mais prontamente
quando nos encontramos num estado elevado de expectativa. A psicologia até já
demonstrou que uma sensação generalizada, assim, de “expectativa
esperançosa” é um dos fatores mais importantes para o sucesso.
Do ponto de vista religioso essa expectativa
esperançosa nada mais é do que a nossa FÉ.
Quase toda a literatura esotérica recomenda que a combinação da emoção
ardente com a imaginação vívida estimula a capacidade de atrairmos para nossa
vida aquilo que desejamos – de uma ou de outra forma.
Podemos,
então, detectar a influência do elemento divino nos enviando mensagens e nos
conduzindo numa certa direção, através dessas significativas coincidências.
Se Deus não te dá o que você deseja, nem sempre é por falta de fé, mas
porque não é disso que você está precisando.
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