Aquecendo a Vida

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segunda-feira, 21 de março de 2016

APRENDENDO COM AS SAÚVAS

“Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente” (Chico Xavier).



Paulo estava desanimado diante das dificuldades da vida: doenças, dívidas bancárias, aluguel vencendo, filhos pra alimentar, serviços por terminar...
Cabisbaixo, divagava pelo quintal.
 João, seu pai, se aproximou para ajudá-lo. Mandou-o observar um pequeno formigueiro, onde uma saúva carregava, com sacrifício, uma enorme folha que devia ter no mínimo dez vezes o tamanho dela. Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. E quando o vento batia, a folha tombava, derrubando-a também.
− Veja filho, apesar dos tropeços, a saúva não desanima de sua tarefa!
Observando atentamente aquela atividade da saúva, que chegava bem próximo de um buraco que devia ser a porta de sua casa, o moço disse:
− Pai, até que enfim a saúva terminou seu empreendimento!
− Não terminou, não! Ilusão sua. Na verdade, a saúva apenas terminou uma etapa. A folha é muito maior do que a boca do buraco, o que faz com que ela a deixe do lado de fora para, então, entrar sozinha. Tá vendo!
− É... Coitada, tanto sacrifício pra nada. Nadou, nadou e morreu na praia!
Mas a pequena saúva surpreendeu seus observadores. Do buraco saíram outras formigas, que começaram a despedaçar a folha. Elas pareciam alegres na tarefa. E em pouco tempo, a grande folha, em pequenos pedaços, havia desaparecido dentro do buraco.
− Talvez, meu filho, se a saúva tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carregá-la. Você sabe quanto de peso ela suporta?
− Não tenho a menor ideia.
− A saúva suporta até vinte vezes o próprio peso e chega a percorrer um quilômetro por dia, não é fantástico? Seria o mesmo que um homem de setenta e cinco quilos suportar uma tonelada e meia de peso e percorrer uma distância de 1720 km, a pé em um só dia.
Paulo ficou boquiaberto com essas informações e exclamou:
− Pai, eu invejo a força e a persistência dessa formiguinha!
− Que Deus o ajude, filho, a ter a tenacidade da saúva para “carregar” as dificuldades do dia a dia! Que Deus lhe dê a perseverança dela, para não desanimar diante das quedas! Que Deus lhe dê a inteligência e a esperteza dela, para dividir em pedaços o fardo que, às vezes, se apresenta grande demais! Que Deus lhe dê humildade par partilhar com os outros o êxito da chegada, mesmo que o trajeto seja solitário!
 E o pai continuou aconselhando:
− Pedi ao Senhor a graça de como as formigas não desistir da caminhada, mesmo quando os ventos contrários virarem você de cabeça para baixo, mesmo quando pelo tamanho da carga, você não consiga ver com nitidez o caminho a percorrer. E lembre-se, filho querido, que foi a alegria dos filhotes que esperavam pelo alimento lá dentro do formigueiro, que fez essa saúva esquecer e superar as adversidades da estrada!...
Após os conselhos do pai João, Paulo saiu mais fortalecido em sua caminhada e agradecido ao Senhor por ter colocado aquela saúva em seu caminho. E lembrou-se de ter lido uma frase de Johann Goethe dizendo: “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor”.
Diz o evangelho segundo o espiritismo, capítulo 19, item 02, que “A fé robusta confere a perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas”.
É a fé que dá a coragem pra gente continuar lutando em busca da vitória.
Na hora da dor, a fé será a certeza que a gente guarda no coração de que não existem dificuldades sem solução.
“Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida”, disse Che Guevara.
Aprenda então a manejar a energia interior da fé e consiga tudo o que deseja!
Diante dos problemas e dificuldades da vida lembre-se do Mestre Jesus, nosso protetor maior, que nos ensinou:
"Vinde a mim, todos os que estais fatigados e carregados, e eu vos aliviarei. Porque meu jugo é suave, e meu peso leve" (Mateus 11, 28 e 30).

"Pedi, e vos será dado; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-á” (Mateus 7, 7-8). 

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