Ser pai é estreitar o filho nos braços; ouvi-lo falar;
orientá-lo e aprender com ele.
O filho foi procurar o pai para lhe pedir um conselho.
Não se sentia feliz com as respostas que a vida lhe dava. Achava que talvez
fosse melhor tentar de outra forma.
Depois de ouvi-lo atentamente, o pai o levou até uma
janela e pediu para que olhasse para fora com atenção.
− O que você vê através do vidro, meu rapaz? –
perguntou o pai.
− Vejo crianças brincando, homens e mulheres que vão e
que vêm, e um cego pedindo esmolas – respondeu o moço.
Então o pai lhe mostrou um grande espelho e novamente
o interrogou:
− O que você vê neste espelho?
− Vejo a mim mesmo – disse o filho.
− E já não vê os outros, não é verdade?
E o sábio pai continuou falando:
– Observe que a janela e o espelho são feitos da mesma
matéria prima: o vidro. Mas no espelho há uma camada fina de prata colada ao
vidro e, por essa razão, você não vê mais do que sua própria pessoa. Se você se
comparar a essas duas espécies de vidro, poderá tirar uma grande lição.
Depois de um momento para reflexão, o pai prosseguiu elucidando
detalhadamente seu ensinamento.
– A prata do espelho, meu filho, é como se fosse o
nosso egoísmo. Quando a prata do egoísmo recobre a nossa visão, só temos olhos
para nós mesmos e não temos chance de ser realmente feliz. Mas quando olhamos
através dos vidros limpos da compaixão, encontramos razão para viver e a
felicidade se aproxima.
Finalmente o sábio pai arrematou a lição com um
singelo conselho:
– Meu filho, se você quiser ser verdadeiramente feliz,
arranque o revestimento de egoísmo prateado que lhe cobre os olhos para poder
enxergar e amar os outros. Eis a chave para a solução dos seus problemas.
Com base nessa história, de autoria ignorada, fiz a
adaptação encimada em homenagem aos nossos heróis, que são sempre lembrados no
segundo domingo de agosto – o Dia dos Pais.
E pensei nesse conselho porque está relacionado com o
maior mandamento deixado por Jesus nos evangelhos: “Amar a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
Enxergar os outros é amar o próximo. É o ato nosso de
compaixão pelos irmãos em dificuldades. É a caridade que se apresenta de
múltiplas maneiras.
Caridade não é somente dar uma moeda, um pedaço de
pão, um prato de comida ou uma contribuição às entidades assistenciais. É muito
mais que isso! Pois também é caridade o sorriso gentil; o aperto de mão; um abraço
fraterno; um momento de atenção; um gesto de amor; o conselho amigo; um
presente dado com carinho; uma prece pelos necessitados; o silêncio para evitar
o prosseguimento de uma maledicência...
Se hoje sei o que estamos fazendo aqui; se eu tenho
consciência do papel que nos cabe na construção de um mundo melhor, devo ao meu
pai.
E quando a tevê mostra cenas de jovens perdidos, sem
esperança, vivendo num mundo de violência, rogo a Deus por eles, porque é bem
possível que não tiveram pai como eu, você e muitos outros.
Quantos conselhos, como os desta lição, estes filhos
marginalizados deixam de receber por falta de um pai amigão!
Pense nisso! E declare amor ao seu pai como fez a
jovem Jaquelilne Alves, de Carapicuíba, São Paulo. Ela publicou no Facebook, no
dia 23 de julho de 2015, uma foto dela ao lado do pai, o carroceiro Paulo
Ferreira Alves, ao qual não economizou elogios: “Independente do que o Senhor faça ou deixe de fazer. Te amo hoje,
amanhã e sempre”.
Nessa publicação, que comoveu os internautas –
compartilhados mais de 120 mil vezes –, ela ainda afirma que a forma como o pai
se veste não lhe causa constrangimentos, e garante: “Eu jamais terei vergonha do senhor. Só pelo senhor andar desarrumado e
sujo. Tenho orgulho pelo pai que eu tenho. Sempre foi um pai presente e que eu
amo muito... Independentemente do jeito que o senhor anda ou usa. Te amo te amo
te amo. Meu orgulho meu homem meu rei meu tudo”.
Viva esse exemplo de amor!
Feliz Dia dos Pais!
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