Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A PREGUIÇA

“A maioria das dificuldades são filhas da preguiça” (Samuel Johnson).



Disse Confúcio que “A preguiça anda tão devagar que a miséria facilmente a alcança”. Muitos vão além, pois dizem que a preguiça mata. Será verdade? Apesar de ser este um dito popular, tem base científica. Ou não tem?
A mente que não trabalha é como um motor de carro que não funciona. Um motor zero km, parado por muito tempo, acaba fundido quando acionado pra valer. E o preguiçoso funde a cuca!
Muitos passam pelo mundo sem aprender nada. Outros nem sequer usam um tempinho para refletir sobre a vida. Não querem nada; só ver o tempo passar! E vivem falando mal da vida alheia e fazendo alarde de qualquer coisa que acontece. São pessoas preguiçosas, indolentes, negligentes, que têm aversão ao trabalho. Gostam de moleza e de viver na ociosidade.
Por favor, não confundir a ociosidade proveniente da preguiça com a ociosidade proveniente do lazer. São coisas completamente diferentes!
Lazer é descanso do trabalho. É um tempo de que se pode livremente dispor, uma vez cumpridos os afazeres habituais. É uma folga do trabalho para divertimento, entretenimento, distração, recreio. São momentos necessários para repouso e descanso de quem está realizando uma árdua tarefa.
O lazer busca a eficiência e a eficácia do serviço. É um intervalo de atividades como no futebol, para evitar o estresse do jogador; ou como o recreio na escola para tranquilizar a mente dos alunos.
A ociosidade do lazer é salutar, fortalecedora, construtivista, positiva. A ociosidade da preguiça, ao contrário, é negativa em todos os sentidos.
A conseqüência da preguiça é cabeça vazia, alienação...!
Isso me faz lembrar um “causo” de um caboclo, simples, humilde, mas de rara inteligência e sabedoria, que acabou virando conselheiro da sua aldeia.
Quando saia passear com seu filho, procurava alguma forma de levá-lo a refletir sobre a vida.
Num desses passeios, viram uma poeira que se levantava na estrada e o pai, percebendo a curiosidade do menino, afirmou com convicção: “Filho, é apenas uma carroça vazia em disparada”.
Quando a carroça parou, eles se aproximaram. O filho, curioso, constatou que ela realmente estava vazia. Voltando-se, então, para o velho sábio, perguntou:
− Pai, como o senhor sabia que a carroça estava vazia?
− Ora, filho, porque carroça vazia faz muito barulho!
E aproveitando a curiosidade de seu aprendiz e considerando o bom trecho de estrada a percorrer, esclareceu a lição:
− As pessoas também são assim, meu filho. Quando elas não se ocupam com a vida, não estudam, não trabalham e perdem seu tempo na preguiça, são carroças vazias, ou cabeças ocas, que só fazem barulho. Por isso, nunca abandone os estudos! Trabalhar é benção! Queixar-se do trabalho equivale a queixar-se do vento, da chuva, ou da noite!
− Deus – continuou o pai – nos impôs o trabalho porque ele é obrigatório para nosso sustento. Aos que se abstêm dessa atividade, a natureza se incumbe de aplicar a pena da dor e do sofrimento. Não há alternativa na vida, meu filho, a não ser nossa evolução através do estudo, trabalho e reflexão. Aproveite bem seu tempo. Ele é um grande tesouro. Valorize-o ao máximo. Não menospreze um minuto sequer de sua vida, porque a eternidade é feita de segundos...
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Os textos sagrados condenam a preguiça. Uma mostra disso é a Parábola dos talentos, dita por Jesus – o Mestre da Luz – e que deu exemplo de trabalho no exercício da carpintaria.
O apóstolo Paulo se sustentava com as próprias mãos, e dizia: “Quem não quer trabalhar, não coma”. Com isso, ele chama atenção para os princípios de respeito e de dignidade do ser humano.
Lucas, no capítulo dez, versículo sete, relata, dentre outras, a seguinte recomendação de Jesus a seus discípulos: “O operário é digno do seu salário”.

“A mão preguiçosa empobrece, mas a mão ativa adquire riquezas” (Provérbios 10:4).

sábado, 15 de agosto de 2015

CONTRA QUEM LUTAMOS

"Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade" (Mateus 23: 28).



Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse:
− Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude.
Respondeu-lhe o Senhor:
− Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada.
Esse diálogo do evangelho de Lucas – capítulo 10, versículos 38 a 42 –, requer alguns questionamentos para sua melhor compreensão: “Qual é a única coisa necessária? Qual é a boa parte da vida? Existe uma parte que não é boa?”.
Quando Jesus diz que uma só coisa é necessária, está se referindo à nossa evolução moral. Essa é a boa parte da vida escolhida por Maria e que não lhe será tirada, porque é eterna.
As preocupações do cotidiano, como as de Marta, terminam com a morte do corpo. Por isso, elas não são consideradas pelo Mestre como uma boa parte!
A boa parte é aquela, pois, que liberta a criatura das paixões humanas – estreitos grilhões que se enroscam na carne. É a que prepara para se viver na pátria eterna, além da morte do corpo.
Diz Paulo na primeira epístola a Timóteo, capítulo 1, versículo 15: "Eis uma verdade absolutamente certa e merecedora de fé: Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro".
Se Paulo se considerava um pecador o que se dirá dos demais? Todos nós temos iniquidades a vencer! Por isso que viver é uma atividade pedagógica.
A vida cristã é uma batalha. Estamos, pois no mundo para aprender a superar nossos defeitos e progredir moralmente. Esta é a “boa parte” a que o Senhor se refere, a qual implica em mudanças, transformações... São lutas da alma, encarcerada no corpo físico, que precisa se renovar interiormente para seguir o caminho do Bem, da Justiça, do Amor...
Mas contra quem lutamos?
Um Ermitão, que vivia na solidão por amor a Deus, para dedicar-se somente à oração e à penitência, muitas vezes reclamava que tinha muito que fazer...
Perguntaram-lhe como era possível que na sua solidão, tivesse tanto trabalho.
− Tenho que domar dois falcões, treinar duas águias, manter quietos dois coelhos, vigiar uma serpente, carregar um asno e sujeitar um leão.
− Não vemos nenhum animal perto de onde vives. Onde estão estes animais?
O Ermitão então explicou:
− Estes animais, todos os homens têm. Vocês também os têm!
Os dois falcões se lançam sobre tudo o que aparece, seja bom ou mau! Tenho que domá-los para que só se fixem sobre “uma” boa presa! São os MEUS OLHOS!
As duas águias, ferem e destroçam com suas garras. Tenho que treiná-las para que sejam úteis e ajudem sem ferir. São as MINHAS MÃOS!
Os dois coelhos, querem ir aonde lhes agrada. Fugindo dos demais e esquivando-se das dificuldades... Tenho que ensinar-lhes a ficarem quietos, mesmo que seja penoso, problemático, ou desagradável. São os MEUS PÉS!
O mais difícil é vigiar a serpente. Apesar de estar presa numa jaula de 32 barras, mas se abre a janela, está sempre pronta para morder e envenenar os que a rodeiam. Se não as vigio de perto causa danos. É a MINHA LÍNGUA!
O burro é muito obstinado, não quer cumprir com suas obrigações. Alega estar cansado e se recusa a transportar a carga de cada dia. É o MEU CORPO!
Finalmente, preciso sujeitar o leão... Ele sempre quer ser o rei, o mais importante. É vaidoso e orgulhoso! É o MEU CORAÇÃO!
Portanto, há muito que se fazer! Aprendamos a visitar diariamente as jaulas do nosso zoológico para domar as feras que habitam em nós, pois não adianta ignorá-las!

"É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia" (2 Cor 4: 16).

sábado, 8 de agosto de 2015

CONSELHO DE PAI

Ser pai é estreitar o filho nos braços; ouvi-lo falar; orientá-lo e aprender com ele.



O filho foi procurar o pai para lhe pedir um conselho. Não se sentia feliz com as respostas que a vida lhe dava. Achava que talvez fosse melhor tentar de outra forma.
Depois de ouvi-lo atentamente, o pai o levou até uma janela e pediu para que olhasse para fora com atenção.
− O que você vê através do vidro, meu rapaz? – perguntou o pai.
− Vejo crianças brincando, homens e mulheres que vão e que vêm, e um cego pedindo esmolas – respondeu o moço.
Então o pai lhe mostrou um grande espelho e novamente o interrogou:
− O que você vê neste espelho?
− Vejo a mim mesmo – disse o filho.
− E já não vê os outros, não é verdade?
E o sábio pai continuou falando:
– Observe que a janela e o espelho são feitos da mesma matéria prima: o vidro. Mas no espelho há uma camada fina de prata colada ao vidro e, por essa razão, você não vê mais do que sua própria pessoa. Se você se comparar a essas duas espécies de vidro, poderá tirar uma grande lição.
Depois de um momento para reflexão, o pai prosseguiu elucidando detalhadamente seu ensinamento.
– A prata do espelho, meu filho, é como se fosse o nosso egoísmo. Quando a prata do egoísmo recobre a nossa visão, só temos olhos para nós mesmos e não temos chance de ser realmente feliz. Mas quando olhamos através dos vidros limpos da compaixão, encontramos razão para viver e a felicidade se aproxima.
Finalmente o sábio pai arrematou a lição com um singelo conselho:
– Meu filho, se você quiser ser verdadeiramente feliz, arranque o revestimento de egoísmo prateado que lhe cobre os olhos para poder enxergar e amar os outros. Eis a chave para a solução dos seus problemas.
Com base nessa história, de autoria ignorada, fiz a adaptação encimada em homenagem aos nossos heróis, que são sempre lembrados no segundo domingo de agosto – o Dia dos Pais.
E pensei nesse conselho porque está relacionado com o maior mandamento deixado por Jesus nos evangelhos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
Enxergar os outros é amar o próximo. É o ato nosso de compaixão pelos irmãos em dificuldades. É a caridade que se apresenta de múltiplas maneiras.
Caridade não é somente dar uma moeda, um pedaço de pão, um prato de comida ou uma contribuição às entidades assistenciais. É muito mais que isso! Pois também é caridade o sorriso gentil; o aperto de mão; um abraço fraterno; um momento de atenção; um gesto de amor; o conselho amigo; um presente dado com carinho; uma prece pelos necessitados; o silêncio para evitar o prosseguimento de uma maledicência...
Se hoje sei o que estamos fazendo aqui; se eu tenho consciência do papel que nos cabe na construção de um mundo melhor, devo ao meu pai.
E quando a tevê mostra cenas de jovens perdidos, sem esperança, vivendo num mundo de violência, rogo a Deus por eles, porque é bem possível que não tiveram pai como eu, você e muitos outros.
Quantos conselhos, como os desta lição, estes filhos marginalizados deixam de receber por falta de um pai amigão!
Pense nisso! E declare amor ao seu pai como fez a jovem Jaquelilne Alves, de Carapicuíba, São Paulo. Ela publicou no Facebook, no dia 23 de julho de 2015, uma foto dela ao lado do pai, o carroceiro Paulo Ferreira Alves, ao qual não economizou elogios: “Independente do que o Senhor faça ou deixe de fazer. Te amo hoje, amanhã e sempre”.
Nessa publicação, que comoveu os internautas – compartilhados mais de 120 mil vezes –, ela ainda afirma que a forma como o pai se veste não lhe causa constrangimentos, e garante: “Eu jamais terei vergonha do senhor. Só pelo senhor andar desarrumado e sujo. Tenho orgulho pelo pai que eu tenho. Sempre foi um pai presente e que eu amo muito... Independentemente do jeito que o senhor anda ou usa. Te amo te amo te amo. Meu orgulho meu homem meu rei meu tudo”.
Viva esse exemplo de amor!

Feliz Dia dos Pais!

sábado, 1 de agosto de 2015

O CÍRCULO DO AMOR

“A vida é como um espelho. Tudo que você transmite reflete para você!”.



Relata o Evangelho de Mateus no capítulo 22 (34-40), que um doutor da lei, para colocar Jesus à prova, perguntou-lhe:
− Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?
De forma sucinta, podemos afirmar que Jesus assim respondeu:
Amarás a Deus de todo o teu coração e ao próximo como a ti mesmo.
Embora Jesus tenha dito, em seguida, que toda a Lei se resume nesses dois mandamentos, Ele falou mais sobre isso:
 “Tendes ouvido o que foi dito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra” (Mateus 5, 38 e 39); “Eu, porém, vos digo: Amais vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem” (Mateus 05,44).
Estes e outros ensinamentos de Jesus se devem ao conhecimento que Ele passava ao povo sobre a Lei do Amor relacionada à Lei do Retorno. Ou seja: devemos fazer o Bem a todos, até aos inimigos, porque essa ação tem retorno certo em nosso benefício, na mesma proporção do Bem que fizermos. Esse é o Círculo do Amor. Vai e volta. Você faz o Bem e recebe esse Bem de volta.
Há uma linda história de amor que ilustra esses ensinamentos.
Conta-se que chovia forte e já era noite, quando Renato viu uma senhora, com o carro no acostamento, precisando de ajuda. Parou o carro e se aproximou.
A senhora pensou que pudesse ser um bandido. Ele não parecia seguro, parecia pobre e faminto.
Renato percebeu que ela estava com muito medo e disse:
− Não se preocupe, sou Renato e eu estou aqui para ajudar. Por que não espera no carro onde está quentinho?
Bem, tudo que ela tinha era um pneu furado, mas para uma idosa era ruim o bastante. Renato abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro. Logo ele já estava trocando o pneu, mas ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos.
Enquanto apertava as porcas da roda ela abriu a janela e começou a conversar com ele. Contou que era de São Paulo, que estava de passagem por ali e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda.
Renato sorriu, enquanto se levantava.
Ela perguntou quanto devia. Já tinha imaginado todas as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se Renato não tivesse parado e ajudado.
Renato não pensava em dinheiro, gostava de ajudar as pessoas. Este era seu modo de viver, e respondeu:
− Se realmente quer me pagar, quando encontrar alguém que precise de ajuda, dê pra essa pessoa a ajuda de que ela precisa e lembre-se de mim...
Quilômetros depois a senhora parou em um pequeno restaurante. A garçonete trouxe-lhe uma toalha limpa para secar o cabelo e lhe dirigiu um doce sorriso.
A senhora notou que a garçonete estava quase oito meses de gravidez, mas ela não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude.
A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de Renato. Depois que terminou a sua refeição, e enquanto a garçonete buscava troco, a senhora se retirou...
A garçonete voltou e queria saber onde a senhora poderia ter ido, quando notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha quatro notas de R$100,00.
Correram lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora escreveu. Dizia: “Você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou e da mesma forma estou lhe ajudando. Se você realmente quiser me reembolsar por este dinheiro, não deixe este círculo de amor terminar com você, ajude alguém”.

Aquela noite, quando foi para casa cansada e deitou-se, seu marido já estava dormindo e ela ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito. Como pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto? Com o bebê que estava para nascer, como estava difícil... Ficou pensando na benção que havia recebido, deu um grande sorriso. Agradeceu a Deus e virou-se para o preocupado marido que dormia ao lado, deu-lhe um beijo macio e sussurrou: “Tudo ficará bem, eu te amo Renato!”.