“A maioria das dificuldades
são filhas da preguiça” (Samuel Johnson).
Disse Confúcio que “A preguiça anda tão devagar que a miséria facilmente a alcança”. Muitos vão além, pois dizem que
a preguiça mata. Será verdade? Apesar de ser este um dito popular, tem base
científica. Ou não tem?
A mente que não trabalha é como um motor de carro que
não funciona. Um motor zero km, parado por muito tempo, acaba fundido quando
acionado pra valer. E o preguiçoso funde a cuca!
Muitos passam pelo mundo sem aprender nada. Outros nem
sequer usam um tempinho para refletir sobre a vida. Não querem nada; só ver o
tempo passar! E vivem falando mal da vida alheia e fazendo alarde de qualquer
coisa que acontece. São pessoas preguiçosas, indolentes, negligentes, que têm
aversão ao trabalho. Gostam de moleza e de viver na ociosidade.
Por favor, não confundir a ociosidade proveniente da
preguiça com a ociosidade proveniente do lazer. São coisas completamente
diferentes!
Lazer é descanso do trabalho. É um tempo de que se
pode livremente dispor, uma vez cumpridos os afazeres habituais. É uma folga do
trabalho para divertimento, entretenimento, distração, recreio. São momentos
necessários para repouso e descanso de quem está realizando uma árdua tarefa.
O lazer busca a eficiência e a eficácia do serviço. É
um intervalo de atividades como no futebol, para evitar o estresse do jogador;
ou como o recreio na escola para tranquilizar a mente dos alunos.
A ociosidade do lazer é salutar, fortalecedora,
construtivista, positiva. A ociosidade da preguiça, ao contrário, é negativa em
todos os sentidos.
A conseqüência da preguiça é cabeça vazia,
alienação...!
Isso me faz lembrar um “causo” de um caboclo, simples, humilde, mas de rara inteligência e
sabedoria, que acabou virando conselheiro da sua aldeia.
Quando saia passear com seu filho, procurava alguma
forma de levá-lo a refletir sobre a vida.
Num desses passeios, viram uma poeira que se levantava
na estrada e o pai, percebendo a curiosidade do menino, afirmou com convicção: “Filho,
é apenas uma carroça vazia em disparada”.
Quando a carroça parou, eles se aproximaram. O filho,
curioso, constatou que ela realmente estava vazia. Voltando-se, então, para o
velho sábio, perguntou:
− Pai, como o
senhor sabia que a carroça estava vazia?
− Ora, filho, porque
carroça vazia faz muito barulho!
E aproveitando a curiosidade de seu aprendiz e
considerando o bom trecho de estrada a percorrer, esclareceu a lição:
− As pessoas também são
assim, meu filho. Quando elas não se ocupam com a vida, não estudam, não
trabalham e perdem seu tempo na preguiça, são carroças vazias, ou
cabeças ocas, que só fazem barulho. Por isso, nunca abandone os estudos!
Trabalhar é benção! Queixar-se do trabalho equivale a queixar-se do vento, da
chuva, ou da noite!
− Deus – continuou o pai –
nos impôs o trabalho porque ele é obrigatório para nosso sustento. Aos que se
abstêm dessa atividade, a natureza se incumbe de aplicar a pena da dor e do
sofrimento. Não há alternativa na vida, meu filho, a não ser nossa evolução
através do estudo, trabalho e reflexão. Aproveite bem seu tempo. Ele é um
grande tesouro. Valorize-o ao máximo. Não menospreze um minuto sequer de sua
vida, porque a eternidade é feita de segundos...
----------------
Os textos sagrados condenam a preguiça. Uma mostra
disso é a Parábola dos talentos, dita por Jesus – o Mestre da Luz – e que deu exemplo
de trabalho no exercício da carpintaria.
O apóstolo Paulo se sustentava com as próprias mãos, e
dizia: “Quem não quer trabalhar, não
coma”. Com isso, ele chama atenção para os princípios de respeito e de
dignidade do ser humano.
Lucas, no capítulo dez, versículo sete, relata, dentre
outras, a seguinte recomendação de Jesus a seus discípulos: “O operário é digno do seu salário”.
“A mão preguiçosa empobrece, mas a mão ativa adquire
riquezas” (Provérbios 10:4).