A idéia de Deus e da imortalidade
é inata no ser humano
No mercado notei um garoto de mais ou menos cinco anos
pressionando uma boneca contra o peito. Ele virou-se para uma senhora e disse:
− Vovó, tem certeza que meu dinheiro não dá pra
comprar esta boneca?
− Você sabe que o seu dinheiro não é suficiente, meu
querido! Fique aqui olhando os brinquedos por cinco minutos, que vou olhar
outra coisa.
Andei em direção ao garoto que segurava a boneca, e lhe
perguntei:
− Pra quem você quer dar a boneca?
− Pra minha irmã. Ela estava certa que o Papai daria
esta boneca para ela.
− Não fique tão preocupado, pois acho que ele dará a
boneca para sua irmã.
− Não, minha irmã teve que ir embora para sempre. O
Papai me disse que a Mamãe também irá embora para perto dela em breve. Então eu
pensei que a Mamãe poderia levar a boneca com ela e entregar para minha irmã.
Meu coração quase parou! Aquele garotinho olhou para
mim e continuou:
− Eu disse ao Papai para dizer a Mamãe não ir ainda, que
esperasse até eu voltar do mercado. Eu amo minha Mãe e gostaria que ela não
tivesse que partir agora, mas meu Pai disse que ela tem que ir para ficar com a
minha irmãzinha.
Aí ele ficou olhando a boneca, com os olhos tristes e
muito quietinhos.
Eu rapidamente procurei minha carteira e peguei
algumas notas e disse:
− Oi garoto! E se nós contássemos novamente o seu
dinheiro, só para termos certeza de quanto você tem?
Coloquei as minhas notas junto ao dinheiro dele, sem
que ele percebesse, e começamos a contar. Contado, o dinheiro dava para comprar
a boneca e sobrava.
Ele agradeceu a Deus e falou:
− Ontem pedi a Deus que eu tivesse dinheiro bastante pra
comprar a boneca, para a Mamãe levar. Ele me ouviu... Ele me deu dinheiro que
dá pra comprar a boneca e uma rosa branca. Você sabe, a minha Mãe adorava rosas
brancas!
Minutos depois, a Vovó voltou e eu saí sem ser notada.
Terminei minhas compras, mas não tirava aquele garotinho do pensamento. Lembrei-me
então de uma notícia no jornal local mencionando que um motorista bêbado numa
caminhonete, bateu em outro carro, que conduzia uma jovem senhora e uma
menininha. A menina havia falecido na mesma hora e a Mãe estava em estado grave
na UTI. E pensei, será que seria a família daquele garotinho?
Dias depois, li no jornal que a mulher havia falecido.
Fui ao velório... Ela estava com uma linda rosa branca nas mãos e a boneca no
peito. O amor daquele garotinho por sua Mãe e irmã continua gravado em minha
memória. É duro acreditar que um bêbado tenha, em segundos, tirado tudo daquele
garotinho.
Adaptei resumidamente esse fato de uma história tida
como verdadeira e que desconheço a autoria. Fiz para demonstrar que as crianças
têm intuitivamente o conhecimento da continuidade da vida.
As crianças sabem que no além somos recebidos pelos
nossos familiares. Sabem que nossos entes queridos continuam vivos, só que em
outra dimensão. E que lá é a vida real.
Diz J. Herculano Pires, que “Todas as criaturas trazem no seu intimo a intuição do sentido e da
finalidade da sua existência”. E por esta intuição, sabem também que a
alma, depois que se separa do corpo, não fica perdida no infinito...
A alma fica no espaço e muitas vezes junto daqueles
que ama. Ela conserva todos os afetos morais que tinha na Terra e, por esta
razão, se sente feliz ao voltar a visitar seus amigos e parentes.
Enganam-se os que acreditam que a alma separada do
corpo “sabe tudo”! Ela continua sendo
lá o que era nesta vida, com todos os seus acertos e defeitos. É o seu estagio
de evolução. E se quiser se aprimorar tem que passar por outras experiências
nesta ou em outras moradas.
“Eis a
mensagem que ele (Jesus) nos fez: a vida
eterna” (I E de João 2,25). “A
vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, buscam a glória, a honra
e a imortalidade” (Romanos 2,7).
E Jesus no seu
discurso sobre o Pão da Vida ainda nos alerta: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna...” (João 6, 27).
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