Aquecendo a Vida

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O SIGNIFICADO DO NATAL

“Amai-vos uns aos outros” (Jesus)



O Natal nos faz muito bem! É a época em que todos se confraternizam.
A grandeza deste momento, entretanto não se deve refletir em coisas, não se deve resumir aos símbolos da ocasião, como o pinheirinho, os enfeites, as velas, as estrelas... Assim como não se deve resumir a troca de cartões de Boas Festas, de presentes... Bem como ao preparo de uma ceia mais farta...
O significado do Natal só pode ser mensurado pelo que reflete o coração de cada um, em alegria e satisfação por conhecer e praticar os ensinamentos do Sublime Aniversariante – o Mestre da Luz e da Paz.
Jesus realmente é o Modelo e o Guia da Humanidade, visto que sem a força das armas vem conquistando povos e culturas por mais de dois mil anos. Sua obra é fascinante! Vale a pena conhecê-la e praticá-la!
Com base nela, o significado do Natal tem a dimensão das conseqüências que ele pode produzir todos os dias, na nossa maneira de pensar, de falar e de agir... Não significa, pois, que se deve restringir a uma única data, mas, a todos os dias de todos os anos de nossa vida.
Chico Xavier nos alertou com muita propriedade que “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.
Por isso, o Natal deve ser um momento de reflexão bem mais amplo, que ultrapassa o presente: que reveja o passado e possa intuir sobre o futuro. Um momento, então, de recomeço, de compromissos com os dias que virão, onde prevaleça a tolerância, a compreensão, a esperança e a caridade. Um momento, enfim, de reflexão sobre os avisos do Aniversariante: “Fora da Caridade não há salvação”; “Muitos são chamados e poucos os escolhidos”...
E, pensando nesta data, fui buscar no livro Antologia Mediúnica do Natal, de Francisca Clotilde / Chico Xavier, a poesia, intitulada “Conto de Natal”, que transcrevo, a seguir, em prosa:
A noite é quase gelada... Contudo Mariazinha é a menina de outras noites, que treme, que tosse e caminha...
Guizos soam ao longe e por perto... É Natal de paz e amor. Há muitas vozes cantando: “Louvado seja o Senhor!”.
A rua parece nova qual jardim que floresceu. Cada vitrine enfeitada repete: “Jesus nasceu!”.
Mariazinha é uma triste menina descalça, de vestido roto, que lá vai sozinha, sem mãe, que a beije, e sem pai.
Aqui e ali, pede pão... Está faminta e doente. “Sua vadia, saia depressa!”.  É o grito de muita gente.
Outros dizem: “Menina ladra!”; “Fuja daqui, pata feia!”; “Toda criança perdida deve dormir na cadeia”.
Mariazinha tem fome e chora, sentindo em torno o vento que traz o aroma do pão aquecido ao forno. Abatida, fatigada, depois de percurso enorme, estira-se na calçada... Tenta o sono, mas não dorme.
Nisso, um moço calmo, belo surge e lhe fala doce e brando:
− Mariazinha, você está dormindo ou pensando?
A pequenina, erguendo os bracinhos nus, responde:
− Hoje é Dia de Natal e eu estou pensando em JESUS.
− Não recorda mais alguém?
E ela chorando diz:
− Eu penso também com saudade em minha mãe que morreu...
− Se JESUS aparecesse, agora, que é que você queria?
A pobre menina sorriu contente, e respondeu:
− Queria que ele me desse um bolo da padaria... Depois de comer, então, queria um par de sapatos e uma blusa grande e quente... Depois queria uma casa, assim como todos têm... E depois de tudo eu queria uma boneca também...
− Que assim seja Mariazinha! Você hoje terá tudo aquilo que deseja.
− Mas, o senhor quem é mesmo?
E ele, olhos em luz, afirma:
− Sou seu amigo de sempre! Minha filha, eu sou JESUS!...
Então, Mariazinha, encantada, tonta de imensa alegria, pôs a cabeça cansada nos braços que ele estendia... E dormiu, vendo-se outra, em santo deslumbramento, aconchegada a JESUS na glória do firmamento.

No outro dia, muito cedo, quando o lojista abre a porta, um corpo caiu de leve... A menina estava morta!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

NOSSO LADO INOCENTE

“Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais”
(Clarice Lispector)



Não importa a idade, todos têm uma criança dentro de si. E a aproximação do Natal faz renascer em nós esse lado infantil – nosso lado Inocente!
E “A inocência não se envergonha de nada”, disse Jean-Jacques Rousseau.
Lembrei-me então de uma pequena história, de autor desconhecido, intitulada “A Cor da Pureza”, cujo texto, a seguir, é um bom exemplo disso.
Em razão das drogas, um bebezinho negro foi abandonado por sua mãe em uma caixa de papelão que estava em um lixão próximo à sua casa.
O bebezinho passou toda a noite chorando de frio, fome e pelas picadas dos insetos. Na manhã seguinte, o caminhão do lixo chegou e enquanto um coletor carregava o lixo até o caminhão, o outro apertava o botão que prensava todo aquele lixo.
Enquanto conversavam, o coletor de lixo pegou aquela caixa de papelão e colocou no caminhão... De repente, um grito: “Pare! Desligue a prensa! Eu ouvi um choro de bebê...”.
A partir deste instante, o bebê foi levado ao hospital e foi muito bem tratado. Havia neste hospital uma Assistente Social branca, que se apaixonou por aquele bebezinho negro tão sofrido e desamparado. E, tempos depois, ela conseguiu adotá-lo, embora já tivesse uma filha de cinco anos de idade.
O tempo passou... Passou... E aquele bebezinho completou cinco anos.
Num certo dia, ele estava brincando com sua irmã que já havia completado 10 anos de idade, quando, num certo momento, ela pegou nas mãos dele... Olhou... Olhou... E depois, olhou para a sua mão... Olhou... Olhou... E, depois, colocou a mão dele sobre a mão dela e perguntou ao menininho:
− Você ta vendo a sua mão em cima da minha?
− To sim! − respondeu ele.
− Qual a diferença entre elas? − perguntou ela.
O menino olhou pra ela, deu um sorriso e disse:
− Ah, essa pergunta é fácil responder: minha mão é menor!
A irmã sorriu e deu um beijo nele!
Você, que imaginou a resposta antes de ler, compreendeu a MORAL DA HISTÓRIA? Admirai então, na criança, a sabedoria da Providência!
Pois, a infância é um tempo de repouso da alma – enquanto aguarda que a idade amadureça sua razão. E, nesse período, ela é mais acessível às impressões que recebe e que podem ajudá-la em seu adiantamento.
Não conhecemos o mistério que as crianças escondem em sua inocência. Não sabemos o que elas são, o que foram, nem o que serão. De onde vem a doce afeição que até mesmo os estranhos têm por ela?
Vêm da Providência divina! Que dá a nós, quando crianças, todas as aparências de inocência. Inocência que é a imagem do que devemos ser!
Inocência que contempla a pureza de coração, inseparável da simplicidade e da humildade, que exclui todo pensamento egoísta e orgulhoso. Pois, é esse padrão de verdadeira pureza que devemos buscar na evolução rumo à perfeição. É o nosso Cartão de Crédito ao Reino dos Céus!
Talvez, por isso, que Jesus tenha tomado a criança como símbolo da pureza quando disse: “Deixai vir a mim as criançinhas, não as impeçais; pois o reino dos Céus é para aqueles que se lhes assemelham” (MT 19, 14).
Diante da imagem da inocência e da candura, Jesus não diz de uma maneira categórica e absoluta que o reino de Deus é para as crianças, mas sim para aqueles que a elas se assemelham (que são puros de coração).
Mas não é somente por isso que Deus deu às crianças esse aspecto de inocência; é, também, e principalmente, pelos pais, cujo amor é necessário à fragilidade dos filhos pequenos. Estes sendo bons e dóceis, os pais lhes dão toda a sua afeição, envolvendo-os com os mais delicados cuidados.

A fragilidade da tenra idade torna as crianças flexíveis, maleáveis e acessíveis aos conselhos da experiência daqueles que devem fazê-las progredir. É quando se pode corrigir seu caráter e reprimir suas más tendências. Este é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão de responder.

domingo, 14 de dezembro de 2014

A PARÁBOLA DE TIM

“Abrirei em Parábolas a minha boca e publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo” (Mateus, 13: 35).



Parábola é a narração de uma história alegórica, ou seja, sob forma figurada, na qual o conjunto de seus elementos evoca, por comparação, outra realidade de ordem superior.
A parábola significa uma coisa nas palavras e outra coisa no sentido. É como uma ficção, porque representa uma coisa para dar a idéia de outra. Sua finalidade é transmitir verdades indispensáveis de serem compreendidas.
Quando exposta com um fim moral, a parábola auxilia na compreensão da realidade do mundo em que vivemos. Podemos então tirar muitas verdades dela e aplicá-las em nossas vidas – de acordo com o nosso entendimento.
A parábola não altera os fatos da nossa vida, mas nos ajuda a olhá-los de outra maneira. E ao revê-la acabamos descobrindo novos significados importantes para a nossa vida. Isso faz a gente ir se transformando e se espiritualizando.
Jesus entendia a forma de pensar das pessoas e sabia que a parábola tem um significado diverso dependendo da evolução das pessoas. Pois, as pessoas são diferentes uma das outras e têm, portanto, interpretações distintas da realidade.
Jesus falava então por parábolas porque sabia:
1°. Que aos seus adeptos é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, pois vêem e ouvem o sentido espiritual que permanece para sempre, não se prendendo à figura ou à palavra sonora, que se extingue e desvanece.
2°. Que aos demais – que só vêem a figura alegórica que lhes é mostrada –, ao contrário, não é dado o saber espiritual, por ainda não o entenderem. Assim como quem que não quebra a noz e só lhe vê a casca!
Preocupado em ajudar as pessoas a entenderem a vida, e, propositadamente, para cumprir as profecias, foi que Jesus deixou seus ensinamentos em forma de Parábolas Evangélicas – verdadeiras pérolas de sabedoria. Ele sabia que assim seus ensinamentos não seriam em vão, pois permaneceriam sempre atualizados, através dos séculos.
E a tal Parábola de Tim?
Então, vamos lá! Encontra-se no livro de Mark W. Baker “Jesus, o maior psicólogo que já existiu”.
Veja como Tim, alegoricamente, ensinou a Mark uma verdade essencial: o sofrimento nos causa dor, mas também nos faz crescer.

Tim é um geólogo que passa a maior parte do tempo ao ar livre. É um homem humilde que costuma falar pouco. Mas quando fala diz coisas muito proveitosas.
Mark estava sentado na cozinha da casa de Tim, com um ar deprimido e se sentindo sem esperanças, quando ele lhe disse:
– Sabe Mark, recentemente, quando eu estava fazendo uma pesquisa geológica, notei uma coisa interessante a respeito da maneira como o mundo é feito. Nossa equipe escalou a montanha mais alta da região e a vista nos deixou emocionados. As experiências no alto das montanhas são magníficas! No entanto, nessa altitude as árvores não conseguem sobreviver. No topo da montanha nada cresce, mas quando olhamos para baixo notamos uma coisa interessante: todo crescimento está nos vales.

Pense nisso!
E descubra a resposta pelo menos para uma das perguntas mais intrigantes, que todo ser humano faz neste mundo: por que estou vivendo aqui na Terra?



sábado, 6 de dezembro de 2014

DESATANDO AS AMARRAS

“É preciso desatar os nós antes que eles nos sufoquem” (Luciete Valente)



Banzé e Peteleco, vira-latas danados, sempre escapavam da carrocinha. Porém, eram inimigos; pois, quando se encontravam era um “Deus nos acuda!”. Latidos... Uivos... Mordidas... Dentadas... Até que um se rendia.
Agosto, mês de cachorro louco e de complicações. Foi nessa época, que foram surpreendidos e levados ao abrigo municipal, amarrados um ao outro por cordas, com uma forte laçada nas pontas.
Constantemente se pegavam até um tirar sangue do outro. Era mordida de um lado, dentada de outro, até que engalfinhados caíram no açude do canil. E para desespero de ambos o nó da corda molhada mais ainda se acirrava.
O tempo foi passando e os dois se matando em constante luta corporal.
Num dos momentos de descanso de renhida luta, ficaram surpresos de ver o velho cachorrão Merlin discursando para uma grande platéia.
Aproximaram. Admirados, ouviram a “voz” da experiência daquele velho guerreiro, muito festejado por latidos das mais diferentes tonalidades.
Banzé e Peteleco chegaram bem perto daquele forte “latido de sabedoria”, que ecoava longe. E Peteleco, tomando a iniciativa, perguntou:
- Mestre Merlin, eu e meu inimigo estamos presos um ao outro e por isso não podemos fugir. Quanto mais tentamos mais o nó da corda aperta! Quando lutamos o nó aperta ainda mais! E quando a corda está molhada é pior ainda! Nossa vida é um inferno e não vemos qualquer perspectiva de futuro!
- Bem!... Sabe!... - Respondeu Merlin, em repetidos bocejos e coçando o queijo com a pata dianteira. Deixa ver!...
E, depois de um momento de reflexão, filosofando murmurou:
- Hum!... Será que vocês estão sob a lei da matéria?
- Como assim? - Perguntaram ambos, em uníssono, cheios de dúvidas.
- Já ouviram falar em “olho por olho e dente por dente”?! Isto é, quanto mais um fere o outro, mais ferido fica! É o batismo da água! E quem não passar pelo batismo da água e do fogo nunca terá liberdade!
- Eu já ouvi falar de gasolina batizada - disse Banzé.- mas..., água?
- Procurem saber, então, - disse Merlin - sem isso nada feito.
Dito isso, o velho cão continuou sua jornada de aconselhamentos.
Banzé e Peteleco, a partir desse episódio, tomaram difíceis resoluções: fim das contendas pra ver se o nó da corda se afrouxava; e diálogo constante para a solução dos problemas comuns. Foi assim que, na festa junina do canil, ao se aproximar da fogueira, perceberam que a corda havia secado e o nó se afrouxara. Com jeito e muita calma, então, se desvencilharam das amarras.
Livres um do outro, e já meio “humanizados”, continuaram a viver no canil com o intuito de orientarem os outros a respeitarem seus companheiros.
Esta mudança de atitude foi notada. Enfim a liberdade! Adotados por nobres famílias vivem cheios de felicidade. De vez em quando as famílias se visitam para que eles possam agora se ver como amigos e matar a saudade.
Moral da história: No mundo em que vivemos estamos, talvez por força do destino, sempre atrelados a pessoas que atribuímos ser de difícil convivência. E, o mesmo ela pensa da gente!
Que tal a gente tomar coragem para desatar os nós que amarram nossas vidas, para não vivermos sufocados!
Desatar as amarras é deixar de lado as farpas trocadas, as mesquinharias, os maus hábitos e principalmente tudo que causa arrogância: altivez, insolência, orgulho, presunção, empáfia, soberba...
A finalidade cósmica do atrelamento humano é aparar arestas da pedra bruta – que somos! –, até a lapidação completa. Para, reluzentes, podermos comparecer perante a espiritualidade maior.
Nas famílias acorrentam-se os inimigos de priscas eras. Se a animosidade é maior entre eles, mais se apertam os elos da corrente. É a lei da matéria em funcionamento: “quem com ferro fere com ferro será ferido”.
Jesus, entretanto, deixou para a humanidade a lei da espiritualidade: o mandamento do amor ao próximo, o batismo de fogo. Porque o Amor é como o sol que nasce para todos, que ilumina, acalenta, perdoa e que, enfim, liberta, porque afrouxa os elos da corrente, desatando as amarras.

Só pelo Amor se encontra a paz e a felicidade que tanto se almeja!