“Há mais coisas entre o céu
e a terra do que supõe nossa vã filosofia”. (Shakespeare)
Ele era um político famoso na cidade.
Mas, muito mais famoso pelas aventuras de político mulherengo,
desbocado e intempestivo, do que pelas qualidades de homem público. Um político
tão demagogo a ponto de cumprimentar até poste em épocas de eleições.
Na campanha do seu último pleito eleitoral cumprimentou
um eleitor – provavelmente seu correligionário! – com uma entusiasmada
saudação.
− Meu amigo, como é que vai? Faz tempo que a gente não
se vê! Por onde você tem andado, companheiro?
− Ah!... Não
saio de casa!... Vivo só pra família...
− Por falar em família – disse o candidato,
inconvenientemente –, minhas lembranças ao seu pai.
− Mas o meu pai já está morto faz muito tempo! – disse
o eleitor.
− Morto pra você!... Morto pra você que é um filho
ingrato! Pra você que é ateu! – enfatizou demagogicamente o político. Pra mim,
que sempre o estimei, continua mais vivo do que nunca! Só morre quem não deixa
saudades! Vou ganhar as eleições e homenageá-lo com nome de rua na nossa
cidade. Conto com você!
− Muito obrigado! Deus lhe ajude! Pode contar com a
gente.
O eleitor foi pra casa sem entender muito bem o
sentido daquela homenagem. Nem se lembra de ter votado no candidato, porém, o
que ele não esqueceu jamais, depois disso, é que o seu pai continua mais
vivo do que nunca. E que a vida continua além do túmulo, porque temos uma
promessa sagrada de vida eterna, deixada pelo cristianismo.
Em nenhuma outra época houve a quantidade de templos,
de igrejas, de casas de fé, como agora, multiplicando o número de seus
seguidores. Mas, como afirma Ivan René Franzolim, “apesar da grande maioria das
pessoas seguirem uma religião, muitos ainda se comportam como se fossem
materialistas”. Principalmente, a maioria dos políticos!
Embora cresça a luta das instituições filantrópicas, tristemente também
vemos crescer o número de casos de suicídio, de drogas, de pessoas abandonadas
vivendo nas ruas, sob pontes e viadutos, muitas retirando do lixo a sua base
alimentar, sofrendo riscos e frustrações.
De nenhum modo se poderia conceber o abandono a que
são relegadas as massas desafortunadas, que ouvem impotentes, os discursos
cheios de promessas por parte das autoridades públicas, que lhes deveriam
orientar e assistir, retirando-as dessas valas infelizes em que se encontram,
por meio de escolaridade e trabalho, boa nutrição e saúde, enquanto sonham com
a tão esperada redenção sócio-econômica.
Em meio a tudo isso, temos uma esperança na figura de
valorosos trabalhadores do bem, que acreditam na continuidade da vida e nas
sublimes mensagens de fraternidade cósmica do Homem de Nazaré.
“Aquele
que crê no Filho tem a vida eterna” (João 3:36)
“Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém
guardar a minha palavra, nunca verá a morte” (João 8:51).
“Buscai o Senhor e vivereis” (Amós 5:6).
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