Aquecendo a Vida

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quarta-feira, 30 de maio de 2012

INJÚRIA

“Não há pessoa mais perigosa – para si e para os outros – do que aquela que julga sem conhecer os fatos”.



Para ilustrar, nada melhor do que uma piada sobre o tema.
Manuel, um Português, decide ir ao centro da cidade para umas compras. Ele entra numa loja e pergunta:
− Qual é o preço do vídeo da vitrina?
− Desculpe-me, senhor – responde o vendedor –, nós não vendemos pra português.
Para Seu Manuel, isso foi um choque. Ele volta pra casa e se veste como um inglês num terno alinhado, com todos os seus cabelos escondidos num chapéu-coco. De volta à loja, ele pergunta:
− Caro senhor, por obséquio, qual é o preço do vídeo da vitrina?
Para seu desalento, o vendedor responde:
− Desculpe senhor, não vendemos pra português!
Seu Manuel, desta vez, se veste então como um americano. Deixa os cabelos soltos, veste uma bermuda, camiseta e óculos escuros, e volta à loja:
− Ô cara! – diz ele. Quanto custa essa beleza de vídeo?
Mas outra vez recebe a mesma resposta. Exasperado, Seu Manuel lamenta-se:
− Como você sabe que sou português?!...
− Isso é fácil! – diz o vendedor. O artigo que você quer não é um vídeo, é uma máquina de lavar!
Chamar alguém de português, ou de burro, pode ser interpretado como injúria. Porque injúria é a ofensa à dignidade de alguém. É uma manifestação de desrespeito e desprezo, um juízo de valor depreciativo capaz de ofender a honra de uma pessoa no seu aspecto subjetivo.
Injuriar alguém, de acordo com a conduta típica é, portanto, ofender a honra subjetiva de alguém, atingindo seus atributos morais (dignidade) ou físicos, intelectuais ou sociais (decoro). Por exemplo, atinge-se a dignidade ao se dizer que alguém é ladrão, estelionatário, homossexual, e o decoro ao se afirmar que é estúpido, ignorante, grosseiro.
Na injúria não há imputação de fatos precisos e determinados como na calúnia e na difamação. Ela refere-se à manifestação de menosprezo, ao conceito depreciativo, mencionando-se vícios ou defeitos de alguém, ou mesmo fatos vagos, imprecisos e desabonadores.
Tem-se reconhecido a injúria, na atribuição vaga de fato contravencional, no afirmar-se que o desafeto é “farsante”, que a professora é uma “vagabunda”, que o Prefeito é “incompetente”, que fulano é “corno”.
Responde também por injúria quem, com a intenção de ferir a dignidade alheia, atira conteúdo de bebida no rosto de outrem ou despeja saco de lixo à porta da casa do vizinho, conspurcando-a com detritos inservíveis.
Até por omissão pode-se injuriar: por exemplo, não apertar a mão de quem a estende, em cumprimento.
Vejam, a seguir, algumas frases de famosos sobre a Injúria, e reflitam sobre elas.
"As injúrias são os argumentos daqueles que não têm razão."
(François Fénelon)
"A injúria que fazemos e a que sofremos não são pesadas na mesma balança." (Esopo)
"O esquecimento mata as injúrias. A vingança multiplica-as." (B. Franklin)
"O amigo injuriado é o mais cruel dos inimigos." (Thomas Jefferson)
"É mais glorioso e honrado fugir de uma injúria, calando, que vencê-la, retrucando." (Textos Cristãos)
"É melhor receber uma injúria do que praticá-la." (Platão)
"Dói tanto a injúria publicada como a ferida exposta ao ar." (Marquês de Maricá)
"Fala amavelmente, não injuries o teu próximo; ama a bondade; a injúria gera aborrecimentos." (Textos Budistas)
"Nenhuma injúria é mais severa do que uma consciência pesada." (Fedro)

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