Aquecendo a Vida

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domingo, 1 de abril de 2012

A ESMOLA DO POBRE

“Amai-vos uns aos outros e fazei aos outro o que quereríeis que vos fizessem”.



Numa entrevista na tevê com a dupla Zezé Di Camargo & Luciano, comentava-se sobre o filme que conta a trajetória da dupla: “2 FILHOS DE FRANCISCO”.
O que me chamou a atenção foi o relato desses irmãos sobre um senhor que muito os ajudou no início da carreira.
Na telinha apareceu o caridoso cidadão dando um depoimento importante sobre as dificuldades de Zezé, quando ele deixou Goiás e se aventurou pela capital paulista. E, diante desse depoimento, Zezé fez um comentário, que no fundo foi mais ou menos assim:
“Quando cheguei a São Paulo ele foi um que acreditou no meu talento. Ajudou muito minha família. Se a geladeira estava vazia ele já providenciava uma compra de alimentos. É, sem dúvida alguma, o meu segundo pai! Ele me ajudou num período difícil, por isso, vou ajudá-lo o resto da minha vida. Não há dinheiro no mundo que pague o que ele me fez!”
Emoção total! Depois de alguns comentários do Luciano, ratificando essas afirmações, Zezé prosseguiu:
“Aprendi que a gente sempre tem que ser grato a quem nos ajuda. Neste caso, específico, a gratidão é muito maior, porque ele repartiu com a minha família o pouco que possuía. Eu conheço a Bíblia! O que aconteceu comigo é como a história do óbolo do pobre, que repartiu com seu irmão o único pedaço de pão que tinha. E, então, Jesus o abençoou porque, proporcionalmente, sua dádiva foi maior do que a maior doação que um rei já tinha feito. O muito do soberano era nada perto daquela humilde caridade, porque o pobre deu tudo o que tinha! E o rei? O rei deu uma grande quantia, mas quase insignificante perto do ouro que possuía!”
Fiquei muito mais fã da dupla, pelo belíssimo ensinamento!
Com certeza, Zezé Di Camargo estava se referindo ao “óbolo da viúva”, assim relatado no Novo Testamento (Marcos 12: 41–44 e Lucas, 21: 1–4):
“Estando Jesus sentado defronte do gazofilácio, observava como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Tendo chegado uma pobre viúva, depositou duas pequenas moedas, correspondentes a um quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva depositou mais do que o fizeram todos os outros ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento”.
A esmola do pobre parece pesar mais na balança divina do que o dinheiro do rico! Por que será?
Talvez seja pelo fato de que o pobre dá esmola com a própria privação, enquanto a esmola do rico não exige privação alguma.
Contudo, não é só com dinheiro que se faz caridade. Pode-se muito bem enxugar lágrimas de outros modos, consolando ou amenizando um sofrimento físico ou moral. Na ausência de dinheiro, porque não nos privarmos um pouco do nosso trabalho, do nosso tempo, do nosso repouso, no exercício da fraternidade? 
Isso é o que constitui a esmola do pobre, o óbolo da viúva, todavia, sem esquecer outro importante ensinamento do Mestre:
“Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” (Mat., 6:2)
Atualmente não se toca a trombeta, mas soltam fogos, reúnem-se em praças públicas, com o poder da mídia, para dar publicidade da campanha benemérita.
“Natal dos pobres”, “Campanha do Agasalho”, etc., são feitos sob intensa divulgação. É valido? É claro que sim.
Vale para quem é atendido nas suas necessidades, mas para o doador é preciso que ele próprio, lá no fundo da alma, analise se sua intenção não era somente o da publicidade em si, para ser considerado pela sociedade como pessoa que pensa no próximo.

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