“No mar revolto do mundo, não te rendas, guarda a fé. Onda subindo mais alto é o retorno da maré”. (Deraldo Neville)
A Calúnia é a falsa imputação de um fato criminoso a outrem. Por exemplo, a imputação falsa a alguém de estupro ou de pedofilia.
Há Calúnia tanto quando o fato não ocorreu, como quando ele existiu, mas a vítima não é o seu autor.
Incorre nas mesmas penas da Calúnia, quem sabendo falsa a imputação a propaga ou divulga.
A Calúnia fere as pessoas com o intuito de difamar. Ela vem sempre de pessoas que assim só agem porque estão em condições de inferioridade. Como os alunos relapsos e indisciplinados, que na sala de aula hostilizam os mais capacitados e mais aplicados no estudo.
Pedagógica são as histórias abaixo, que ilustram muito bem este assunto.
“O Saco de Penas”
Certa vez, uma mulher contou a seu confessor que levantara um falso testemunho contra uma vizinha. E ganhou dele a seguinte penitência:
− Chegando a sua casa, mate uma galinha para o almoço. Mas aproveite as penas também. Não jogue fora. Guarde-as num saco e traga para mim.
Até aí a penitência parecia ser muito fácil. Era sábado. Ela já estava pensando em matar um franguinho para o almoço de domingo. Quanto às penas, poderia trazê-las na hora da missa.
E assim fez. Quem sabe o padre queria fazer um travesseiro para amaciar o seu sono. E trouxe mais: uma boa porção do frango para o seu bom vigário misturar com arroz. Agradecendo-lhe, disse o padre:
− Senhora, tenha a bondade de subir até o alto da torre. Quando estiver lá em cima, despeje o saco de penas.
A mulher ficou encabulada. Que penitência mais esquisita! Mas ainda era viável. Aproveitaria para ter uma vista panorâmica da cidade.
Voltando da tarefa cumprida, apresentou-se ao padre, sorrindo maliciosamente.
− Minha Senhora – disse o padre –, queira sair agora pelas ruas e recolher as penas, uma por uma, rejuntando-as no mesmo saco.
− Ah! Essa agora, não! Quem consegue catar pena por pena, tudo o que o vento espalhou? E a vergonha que a gente passa! Não há condições, padre.
− Essa é uma lição para a Senhora – comentou o vigário –, mas que vale para mim e para todos. De fato, é impossível recolher todas essas penas espalhadas pelo vento. Também é impossível recolher os males causados pelo vento da calúnia. É impossível, ainda, sanar os prejuízos causados também pela difamação, pela injúria, pelas fofocas, pelos fuxicos e pelas mentiras.
A Cobra e o Vaga-Lume
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vaga-lume que só vivia para brilhar.
Ele fugia rápido com medo da feroz predadora, e a cobra nem pensava em desistir...
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...
No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra:
− Posso fazer três perguntas?
− Não costumo abrir precedente para ninguém, mas já que eu vou te comer mesmo, pode perguntar:
− Pertenço a sua cadeia alimentar?
− Não.
− Te fiz alguma coisa?
− Não.
−Então, por que você quer me comer?
− Porque não suporto ver você brilhar.
“Bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem...” (\Jesus)